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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

DE PERNAS PRO AR

DE PERNAS PRO AR
DIREÇÃO: Roberto Santucci
ELENCO: Ingrid Guimarães, Maria Paula e Bruno Gracia
Alice, 40 anos, é uma típica mulher dos tempos atuais. Casada, um filho pequeno, trabalha como assessora de uma grande empresa. Seu ritmo alucinante de trabalho rouba quase todo o seu tempo e praticamente toda a sua libido. O resultado não podia ser outro: seu marido pede a separação. Ela decide mudar e o destino lhe oferece uma oportunidade única: trocar seu trabalho por outro bem mais atraente: ser vendedora de uma sex shop. Num mundo novo e erótico, ela se transforma e situações hilárias acontecem.

Anualmente, no mês de janeiro, a Globo Filmes lança um caça-níquel que, super promovido 1 mês antes da estreia, consegue números gigantescos de bilheteria, aumentando assim os lucros da empresa toda poderosa da comunicação do país.

Com um objetivo de auto-ajuda perante o espectador, De Pernas pro Ar mantém o foco no fato de como a dedicação incontrolável de Alice (a ótima Ingrid Guimarães) ao trabalho pode trapalhar sua vida familiar, seja sua relação com o marido, seja a sua relação com o filho. Exibindo diversos problemas profissionais na vida da personagem principal, a trama reserva à Alice uma única solução para essas dores de cabeça: Sexo. É isso aí. Seu marido quer um tempo? Então faça sexo! Esqueceu o jogo do filho? Faça sexo! Está correndo o risco de perder o emprego? Faça sexo! Sim. Em De Pernas pro Ar, sexo não é só prazer, mas uma solução infalível para o desaparecimento total dos aborrecimentos da vida.  


Verdade seja dita, é notório que o próprio filme quer deixar bem claro que sexo não resolve tudo. A intenção é mostrar como a estima pode estar nas alturas dando-se valor a vida pessoal, mesmo que, para chegarmos a um estado de felicidade plena, podemos passar por obstáculos difíceis e bizarros, para depois poder apontar o que realmente vale na vida. Porém, ao ir mistificando continuamente o prazer sexual, seja em momentos de êxtase ou em momentos engraçados, a bagagem de fatos envolvendo o assunto não consegue ser superada ou desvalorizada quando o filme traz à tona, de modo clichê e meloso (Vide o momento em que Alice concede um emprego para a sua mãe - vivida pela perfeita Denise Weinberg), o carinho, respeito e compreensão familiar. E, além do mais, em momento algum o filme entrega uma justificativa  bem clara de que a família de Alice deve ser valorizada e sustentada, pois, dotado de um roteiro cru e com uma atuação pobre e sem expressão de Bruno Garcia, não enxerga-se que aquele era o par ideal para Alice, e, consequentemente, não brota uma torcida pelo final feliz, onde a família segue como a vencedora nata. Logo, a falta de uma história plana e sensata sobre o verdadeiro e ideal "prazer" da vida  aponta para um resultado contrário ao planejado.

Contando com desnecessárias participações de Flávia Alessandra e Charles Paraventi, que nada foram além de uma escada para a exploração do lado cômico de Ingrid Guimarães e Maria Paula (esta última deixando a desejar), De Pernas pro Ar consegue se levar a sério por ter ao seu favor o fato do público apenas preocupar-se em rir ao assistir uma comédia, mas mostra-se bastante falho ao mostrar uma exagerada originalidade por um lado e um caráter manjado e autodestrutivo por outro.

Fonte da Sinope: Cine Pop

1 comentários:

Alyson Santos disse...

Tive a oportunidade de ver logo na estréia, mas não quis quebrar a cara mais uma vez com esses tipos de comédia que realmente não me descem.

Abraço!