RIO

 

RIO

DIREÇÃO: Carlos Saldanha

ELENCO: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro e Jammie Foxx

 

Blu (Jesse Eisenberg) é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro mas, capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda (Leslie Mann), com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio (Rodrigo Santoro) entra na vida de ambos. Ornitólogo, ele diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa, onde conhecem Jade (Anne Hathaway). Só que ela é um espírito livre e detesta ficar engaiolada, batendo de frente com Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.

Carlos Saldanha pode muito bem encaixar-se no time de brasileiros desconhecidos em sua terra-natal e valorizados no exterior. Um dos responsáveis pela franquia A Era do Gelo (fato que poucos habitantes de terras tupiniquins sabem) lança a animação Rio, que mesmo sem ter essa ideia como ponto central, acaba dando uma valorizada na cidade sede das Olimpíadas de 2016.

Em qualquer gênero cinematográfico, é normal várias histórias dentro de uma única trama para, consequentemente, se fundirem em um final surpreendente ou não. Nas animações não é diferente, porém o notável nesse gênero é que uma história se destaca e outras ficam apenas de plano de fundo. O que Rio pode proporcionar de melhor é dar o mesmo valor ágil para todos os atos (mesmo que fique bem explicitado quem é o protagonista da história). Exibindo a luta da ararinha azul Blu para se desprender do que a aprisiona (assistam e verão), a luta de sua dona para reencontrá-la e temíveis vilões investindo em contrabando de animais, nota-se um adorável ritmo para cada uma dessas sagas que se juntam em um final que valoriza todos os elementos que o filme exibira. Porém, o que não faz de Rio um ótimo filme é o desnecessário prolongamento montado em cima de roteiro fraco, que investe no clichê quando fala de ecologia e proteção aos animais, e que soa forçado ao explicar detalhadamente o que é o Carnaval. Algumas piadas do filme também beiraram o exagero. Vale reparar as transformações de cidadãos comuns em foliões e a interminável e descartável cena do voo de asa delta sobre a orla marítima carioca.

Mas ao mesmo passo que Rio comete os seus deslizes, ele consegue apresentar qualidades que diminui consideravelmente todos os aspectos negativos do filme. A Fotografia é perfeita, o colorido que ela transmite reforça a beleza dos cenários da Cidade Maravilhosa. A Trilha Sonora atinge o limite do sublime por resumir musicalmente o que o samba carioca tem para movimentar uma cidade e encantar um país inteiro (Quem não teve vontade de dançar na 1ª cena do filme?). Rio pode ser (sem dúvidas) um forte candidato ao Oscar 2012 de Melhor Trilha Sonora, porém, a inserção de canções de Lionel Richie e Sergio Mendes podem atrapalhar essa possível indicação. Mas, se o povo brasileiro é tido como o de estima mais alta, Carlos Saldanha pegou bem a informação e transformou seus personagens em reis do carisma, que, a cada sentimento transmitido, mostravam um encanto deslumbrante que faz de qualquer espectador um ser apaixonado ao ponto de querer roubar todos e levar para casa.

De fato, para nós brasileiros, assistir Rio é uma atividade avaliativa redobrada, pois passa-se em um lugar que conhecemos muito bem. A verdade é que a cidade ali apresentada não é o Rio de Janeiro que vemos todos os dias nos telejornais, onde a criminalidade entra em contraste com suas belezas naturais e culturais. Porém, é um Rio de Janeiro gostoso de se ver, movido a alegria, que faz dessa obra cinematográfica em que as qualidades apagam os defeitos, um entretenimento proveitoso em que, nós, governados por Dilma Roulsseff não nos queixamos do fato da cidade ali retratada não ser a que existe 100% de verdade. 

Fonte da Sinopse: Adoro Cinema