HAPPY FEET 2: O PINGUIM

HAPPY FEET 2 - O PINGUIM

DIREÇÃO: George Miller

ELENCO: Elijah Wood, Alecia Moore - Pink, Robin Williams

Sequência do sucesso ganhador do Oscar de Melhor Animação, Happy Feet 2 leva o público de volta às paisagens magníficas da Antártica. Mano, mestre do sapateado, tem um problema, pois seu pequeno filho, Erik, tem fobia a coreografias. Relutante em dançar, Erik foge e encontra Sven, um pinguim que pode voar! Mano não tem esperança de competir com esta nova e carismática habilidade. Mas as coisas pioram quando o mundo é sacudido por forças poderosas. Erik aprende com seu pai "garra e coragem", à medida que Mano reúne as nações pinguim e todos os tipos de fabulosas criaturas – desde minúsculos Krill até um gigante Elefante Marinho – para acertar as coisas.

Ter assistido, em 2007, o primeiro filme da franquia Happy Feet foi uma atividade provida de um resultado acima do esperado. Sim, elogios existiam, mas para mim parecia inconcebível idolatrar um musical animado com pingüins tentando achar que ali poderia haver conteúdo. Foi a vez que mais me senti orgulhoso em ter queimado a minha língua. Além de ter me envolvido ao máximo nas tentativas do Mumble em conquistar a Gloria, fui levado pela obra quando aqueles pinguinzinhos inquietos cantaram My Way em espanhol. Vê-lo vencer o Oscar 2007 de Melhor Animação foi um das premiações que mais me deixou satisfeito na década passada. Confesso que eu não via necessidade de haver uma continuação, porém, se assim foi feito, não pude deixar de prestigiar. Pena que o resultado não tenha sido tão bom.

Analisando bem a obra, todos chegam facilmente a questão: Afinal, do quê ela trata? Se a princípio o enfoque era no fato do pequeno Erick (filho de Mumble) que, diferente dos pais, tem aversão a dança, logo depois somos jogados a uma trama sobre os prejuízos na vida dos animais em regiões polares por conta do Aquecimento Global. A tentativa essencial de Happy Feet 2 é usar a música como forma de esticar uma história fraca unindo-a a um sentimento de otimismo existente nos personagens, mesclando tudo com a saga de dois camarões (dublados por Brad Pitt e Matt Damon) tentando traçar novos rumos a suas vidas. Quando chega-se ao filme, independentemente de uma avaliação positiva ou negativa, admite-se que de conteúdo o filme não tem nada.

Mas ninguém pode negar que um ponto bastante positivo em Happy Feet 2 é o carisma dos personagens. Todos por si só são um encanto verdadeiro, seja na forma de falar, cantar, dançar, na exposição de seus sentimentos, na exposição de seu caráter, e esse foi um ponto em que George Miller acertou por criar situações óbvias, porém dotadas de humanidade, que presente em uma teoricamente infantil, faz com que qualquer pai leve o seu filho a conhecer aqueles seres viventes em uma terra distante, como forma de trazer lições para si, como a vontade viver e a gratidão (como vimos na história com o elefante marinho, que, mesmo clichê, admite-se que teve boa função na trama). A serenidade dos pingüins nos leva a viver  todas aquelas situações que chegam a ser verdadeiras no momento em que quando percebemos que a espécie ainda sobrevive e podemos ajudar ecoamos um célebre We Are The Champions, e quando precisamos de força para conquistar, se juntamos a Alecia Moore e cantamos a linda canção Bridge of Light (Awards Season nela!). Francamente, Happy Feet 2 é uma obra que acerta até mesmo diante de erros.  

Fonte da Sinopse: CinePop