O HOMEM QUE MUDOU O JOGO
DIREÇÃO: Bennett Miller
ELENCO: Brad Pitt, Jonah Hill e Philip Seymour Hofmman
6 INDICAÇÕES AO OSCAR
O Homem que Mudou o Jogo conta a história de um gerente de um time de baseball Oakland Athletics, chamado Billy Beane. Ele revolucionou o esporte ao trazer um sofisticado programa de estatísticas feitas em computador para o clube, fazendo com que a equipe ficasse entre as melhores nos anos 70.
Recordo-me quando estava assistindo pela TV Esporte Interativo a partida que culminou com o rebaixamento do River Plate para a segunda divisão do futebol argentino, quando o locutor da partida, que, com todo respeito, não me envergonho de ter esquecido o seu nome, de um jeito meloso puxou um comentário que, se fosse com ele, o time que ele torce é e sempre será o seu time, tanto na vitória quanto na derrota. De fato abstenho-me de discordar dele, e louvo palmeirenses, botafoguenses, gremistas, atleticanos, vascaínos e corinthianos que, aqui no Brasil, ajudaram o seu time a dar a volta por cima. E, como um cruzeirense apaixonado (fato raro para um maranhense), espero ver nunca ver meu time fora da elite, mas nunca lhe negarei minha torcida. Mas, ainda na TV Esporte Interativo me deparo com um programa 100% opinativo comandado pelo polêmico Jorge Kajuru que, sem nenhum medo de falar o que pensa, faz questão de afirmar que futebol não é esporte, futebol é negócio, e negócio dos caros, que, em breve, vai fazer torcedor gritar gratuitamente nome de patrocinador na arquibancada, sem saber que está usado por um grande esquema que move bastante dinheiro. Sou fã de futebol, mas concordo plenamente com Kajuru, que foi até bonzinho em apontar que o time/empresa é uma realidade somente do futebol. A verdade é que todo esse jogo (literal e figuradamente falando) monetário acontece em todos os esportes. E o beisebol não está fora. E é isso o que se pode ver em O Homem Que Mudou o Jogo.
Bem dotado de tons documentais, mesmo com uma trama central, o filme acaba sendo uma espécie de modelo a ser seguido para quem vive de esporte. Mudar as concepções capitalistas atuais é bastante difícil, mas se for uma ânsia, ela lhe exige que primeiro você tenha que adentrar ao sistema, conhecer os seus pontos fracos, e, consequentemente, fazer a justiça acontecer dentro do possível. Não é à toa, que um time não precisa somente de profissionais da área esportiva para funcionar corretamente. E essa aula de organização está perfeitamente contida no roteiro escrito por ... que, com todos os méritos está na disputa do Oscar 2012 na categoria em questão. Não se deve menosprezar o sempre competente diretor Bennett Miller que não transmitiu uma obra de acordo com o seu verdadeiro objetivo, excluindo por completo os desagradáveis clichês de filmes esportivos sobre times que estão na pior e que conseguem dar a volta por cima pelas razões que mais melosas é impossível.
Brad Pitt (Indicado ao Oscar 2012 de Melhor Ator por este filme, e também indicado ao prêmio de Melhor Filme, visto que também é um dos produtores do longa) teve com seu personagem (um dirigente esportivo) todas as oportunidades de abusar da canastrice negativa de personagens desse estilo, mas, felizmente, eliminou-as por completo, entregando-se uma faceta que continha dureza e impaciência, mas que também transmitia o caráter que impõe que todos ao seu redor tenham o devido respeito com aquele ser. Inevitavelmente, Brad consegue fazer com que o espectador esteja ligado a ele do início ao fim, e, se justiça for feita, o Senhor Angelina Jolie será premiado com o Oscar de Melhor Ator. Pena que será bastante difícil, pois o provável é que Jean DuJardin leve o prêmio, e se não levar, George Clooney será premiado. Lamentável, pois analisando a entrega de Pitt ao personagem, todos têm a certeza de que ele não está mentindo quando diz que essa foi a mais especial indicação dele ao Prêmio da Academia.
Se todos as louvações foram justas, talvez Jonah Hill (Indicado ao Oscar 2012 de Melhor Coadjuvante por este filme) tenha sido a exceção. A justificativa, com certeza, está no seu passado cinematográfico dotado só de atuações comédias imorais. Neste filme ele encara um papel forte e dramático, e até faz bem feito, mas nada suficiente para indicá-lo ao Oscar. É bastante evidente sua performance servindo de mera escada para Brad Pitt se sobressair mais ainda.
Trama envolvente, personagens no auge da real vida humana. O Homem Que Mudou o Jogo é denúncia e aula ao mesmo tempo. Mostra uma das natas realidades que está na cara, mas ninguém vê. Porém, tem o dom de orientar que sentença verdadeira não excluir o esporte e a emoção de sua vida, e, sim, encontrar a maneira sensata de fazer algo onde será possível até vitórias extraordinárias, como fazer gregos e troianos se agradarem com o mesmo fato.
Fonte da Sinopse: CinePop
4 comentários:
Esse filme é um dos melhores... Fato...! A única coisa que eu não gostei foi o fato de vc citar esse timinho aí chamdo cruzeiro...!! esse time é uma vergonha nacional...! já que és Maranhense é preferivel torcer pelo Moto Club..! kkkkkkkkkkkk
Bom... O texto ficou ótimo amigo... mais uma vez vc mostra q é um ótimo crítico do cinema... isso é uma coisa rara nos dias de hj, pois vc é Maranhense e poucas pessoas do nosso estado se preocupam com tal assunto...!! Sucesso aê e vê se muda d time logo...! Galoooooooooo...!
Brenno, não consigo ver "O Homem Que Mudou o Jogo" como um filme tão humano e complexo assim... Para mim, é um filme sobre beisebol. E só. Por isso mesmo, limitado e fadado ao fracasso aqui no Brasil!
John - Muito Obrigado pelos elogios e nhé para os seus comentários futebolísticos.
MAtheus - Esse filme mostrou uma realidade que eu sempre tive vontade de ver sendo escancarada
ABRAÇOS
Olá, Brenno. Ainda não vi este filme. As últimas atuações de Brad Pitt tem sido magnânimas. Preciso urgentemente colocar na minha lista. Valeu, irmão.
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