HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
DIREÇÃO: David Yates
ELENCO: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma
Watson, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Jim Broadbent, Bonnie Wright, Timothy
Spall, Maggie Smith, Warwick Davis, Jessie Cave, Tom Felton, Michael Gambon.
1 INDICAÇÃO AO OSCAR
Encorajados pelo retorno de
Lorde Voldemort, os Comensais da Morte estão causando o caos tanto no mundo dos
trouxas quanto no dos bruxos e Hogwarts deixou de ser o paraíso seguro que já
foi um dia. Harry desconfia que novos perigos possam estar ocultos no castelo,
mas Dumbledore está mais interessado em prepará-lo para a batalha final que
sabe estar se aproximando rapidamente. Ele precisa que Harry o ajude a
descobrir a chave vital para revelar a origem dos poderes de Voldemort —
informação fundamental conhecida somente pelo ex-professor de poções de
Hogwarts Horácio Slughorn. Tendo isso em mente, Dumbledore convence o antigo
colega a voltar ao posto com promessas de um melhor salário, um escritório
maior… e a chance de dar aulas para o famoso Harry Potter.
Enquanto isso, os estudantes
estão sendo atacados por um adversário bem diferente, já que os hormônios da
adolescência estão em ebulição. A amizade de Harry e Gina Weasley está se
transformando em algo mais profundo, mas existe um obstáculo: o namorado de
Gina, Dino Thomas, sem falar em Rony, o irmão mais velho da menina. Mas Rony
também tem suas próprias complicações românticas com que se preocupar, pois
Lilá Brown está caindo de amores por ele, deixando Hermione se roendo de ciúme,
embora ela faça tudo para não demonstrar. Além disso, uma caixa de bombons
recheados com uma poção do amor para nas mãos erradas e muda tudo.
Os romances florescem, porém
um aluno permanece indiferente a isso, com coisas mais importantes na cabeça.
Ele está decidido a deixar sua marca, embora negra. O amor está no ar, mas a
tragédia está logo ali e Hogwarts talvez nunca volte a ser a mesma.
Iniciando
com um fabuloso trabalho de fotografia de Bruno Delbonnel, o filme remete a
todos a sensação que virá uma sombria e intrigante trama que prende qualquer
ser em frente à tela, porém, essa sensação só é concretizada quando boa parte
do filme já tiver passado.
Quando
um autor (a) de um livro (um Best-seller, no caso deste) libera todos os
direitos dele para uma adaptação cinematográfica é muito importante se ter em
mente que filme é filme e livro é livro, só que lamentavelmente parece que não
foi isso que passou pela mente dos produtores, já que com uns 3/5 de história
já passada, nos deparamos com imbecis diálogos entre Harry (Daniel Radcliffe) e
Ron (Rupert Grint), diálogos estes que de nada contribuíram. Ainda falando no
Ron, seu principal papel no filme é fazer o espectador se divertir com tiradas
que beiravam a antipatia (o cinéfilo que vos escreve não achou graça) e
incrivelmente, pela primeira vez na história da franquia, um personagem de
grande importância virou um lamentável fato de adição. Precisava?
Bobagens
iniciais encerradas, a parceria entre Harry e Dumbledore (Michael Gambon)
começa a render momentos de maturidade e competência, fato que remete que a
partir dali o filme passa a valer a pena e a lamentável guerra entre o bem e o
mal já consegue excitar a todos e as melhores dúvidas já rondam as cabeças: “De
que lado eu vou ficar?”, “Acredito ou não?”, “Derrota verdadeira ou blefe
inicial para depois dar o bote?”. É aí que o filme encontra a sua identidade
que deveria ser desenvolvida desde o início.
No
elenco, apenas dois nomes se destacam: Helena Bonham Carter, que faz uma vilã
de face debochada que não se propõe a encarnar seres sem expressão (como o
vivido por Ralph Fiennes) e vive o verdadeiro mal do início ao fim; e Emma
Watson que continua dando a superioridade intelectual que a Hermione tem sobre
os demais, fato que não nos faz crer que outra atriz conseguiria interpretá-la
com tanta competência, porém é de se admitir que a Hermione deste sexto filme é
a mais sem-graça de todas.
Dotado
de uma parte técnica excepcional, “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” demora
a acertar, mas quando acerta, deixa o espectador com gostinho de quero mais que
logo é saciado com os dois derradeiros filmes da série. Muito foi debatido que
este seria o melhor de todos, mas equivocados estavam esses que se pronunciaram
dessa maneira, pois desvalorizaram o brilhantismo de Alfonso Cuaron em “O
Prisioneiro de Askaban” e não previram quão excelente seria o desfecho da saga
com “As Relíquias da Morte” em suas duas partes.
*Esta postagem faz parte do acervo antigo do blogue e está no grupo de 20 textos que serão republicados.
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