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quinta-feira, 13 de junho de 2019

X-MEN: FÊNIX NEGRA


X-MEN: FÊNIX NEGRA
DIREÇÃO: Simon Kinberg
ELENCO: Sophie Turner, Jennifer Lawrence, Jessica Chastain, James McAvoy, Michael Fassbender e Nicholas Hoult


Após uma operação no espaço, Jean Grey é atingida por uma força cósmica tão misteriosa que quase lhe tirou a vida, mas lhe deixou instavelmente mais poderosa, a ponto de transforma-la em uma vilã perante os X-Men. Ameaçada, a família dos mutantes busca uma maneira de união para derrotar o antagonismo que os assola, ao mesmo tempo em que querem salvar Jean dessa mutação negativa que a atingiu.


Apesar de nunca ter tido um destaque de primeiro nível na sétima arte, tal qual as franquias da Marvel e da DC Comics, qualquer pessoa há de convir de que há uma suprema qualidade nos filmes da linha X-Men, desde a sua primeira obra, lá no início do século, até as mais recentes, que num universo de até então 8 longas, apenas a origem do Wolverine e o Apocalipse foram decepcionantes, mas não custa lembrar que Logan se tornou, em 2018, o primeiro filme de super-heróis a ser indicado ao Oscar de Melhor Roteiro. Os primeiros comentários da crítica e as primeiras cotações do Rotten Tomatoes já davam pistas da extrema falta de qualidade de X-Men: Fênix Negra, e o constatar do mesmo só nos causa frustração e remorso por ter que concordar plenamente.

A frustração e o remorso justificam-se não só pelo o que a franquia construiu em duas décadas, mas pelos profissionais da mais alta competência que estão ligados à obra. Como fazer pouco caso de um elenco que conta com os nomes de Jennifer Lawrence, James McAvoy, Michael Fassbender e Nicholas Hoult no elenco? Jessica Chastain e Sophie Turner esbajaram carisma ao promoverem o longa, no final do ano passado, na Comic Con Experience, em São Paulo! Agora X-Men: Fênix Negra já começar com o Presidente dos Estados Unidos precisando da ajuda dos mutantes, só pode denotar que criatividade está faltando no time de roteiristas, formado pelo diretor Simon Kinberg, em parceria com John Byrne, Chris Claremont e Dave Cockrum.

Sem fazer a tão perfeita e esperada exploração do espaço como diversos filmes de ação fazem, X-Men: Fênix Negra tem o incrível dom (!) de se estruturar em meio a arestas abertas e esquisitices, como mutantes ao som de atos (poucos, mas sem noção) musicais, se surpreendeerem com mutações. Investindo em flashbacks que nem o Batman consegue fazer com tamanha perfeição, o filme é sagaz e inteligente o suficiente ao colocar na atualmente popular Sophie Turner a centralização do longa, para fazer valer sua notória boa intenção, mas só que o personagem dela, tão importante, lidera as sucessiva falhas de execução das personalidades criadas para a obra, e por si só já se torna tão desinteressante, que os minutos iniciais já dão pistas de que a película não seria agradável.

Num, diríamos, revesamento de personagens a cada cena, ter um mutante a mais ou um mutante a menos não causou o mínimo impacto, e a concepção de uma arco dramático se alastrou exageradamente, principalmente no momento em que um filme dessa dimensão necessita ter um ritmo ágil. A inserção do Magneto e seus companheiros na trama, que em muito me lembrou os lobos da "saga" Crepúsculo, mostra que muitos não foram criados artisticamente para serem mutantes, e sim para serem retratos de outros mocinhos e vilões que já vimos em mais de 100 anos de cinema. A própria Jean Grey, por exemplo, estava mais para uma serial killer, num antagonismo que coerentemente passa incólume e é totalmente questionável para as objetivos de X-Men: Fênix Negra.

Com segredos revelados que não chocam, X-Men: Fênix Negra ainda falha absurdamente ao desperdiçar o talento de Jessica Chastain, neutralizada e visualmente "estragada", que, somada a praticamente todos os personagens, para o bem ou para o mal, tem empatia zero, e que em certo ponto faz com que todos se perguntem: "Vale a pena torcer pelos mocinhos?".

Terrivelmente instável em seu desenvolvimento, alternando inclusive o poder de ferir e matar com a força mutante, X-Men: Fênix Negra pelo menos tem, em pouco tempo, Jennifer Lawrence, que possui praticamente um carisma e um talento inabaláveis, o que faz dela, em minha opinião, a dona da melhor carreira da década. Os efeitos são bons, as cenas de ação também, mas isso não é tudo, nem uma peça fundamental. A compra da Fox pela Disney já tinha determinado a reformulação da franquia, com troca total de elenco, e a baixa qualidade deste filme e do último faz com que o termo "reflexão" ganhe mais força na produção dos novos reboots, pois o cinema em muito perde com a decadência de uma linha que tanto nos encantou em suas primeiras obras.



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