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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ÁLBUM DE FAMÍLIA


ÁLBUM DE FAMÍLIA
DIREÇÃO: John Wells
ELENCO: Meryl Streep, Dermot Mulroney, Julia Roberts, Juliette Lewis, Benedict Cumberbatch, Abigail Breslin, Ewan McGregor, Sam Shepard, Chris Cooper, Julianne Nicholson, Margo Martindale, Misty Upham, Newell Alexander, Will Coffey.


Álbum de Família segue as mulheres de uma família dividida até que uma crise reúne todas sob o mesmo teto. Quando Beverly Weston, o patriarca de uma família, desaparece misteriosamente, a família é reunida por segredos, angústias e problemas do passado mal resolvidos. Sua esposa é Violet (Meryl Streep), uma mulher viciada em antidepressivos e narcóticos, de língua afiada, e que faz tratamento contra um câncer na boca, tem fortes oscilações de humor e não hesita em contar os segredos da família para se dar bem, finalmente se confronta com Barbara (Julia Roberts), filha que não vê há anos.


Não é novidade para ninguém perceber que a maioria dos programas de televisão sobrevivem na base dos clichês, porém clichê maior é o motivo das críticas que arte televisiva vem recebendo ultimamente, principalmente no que diz respeito às novelas. Atualmente, no horário nobre da TV Globo, a novela Amor à Vida sofre muitas críticas por não ser tão fiel ao seu título e por ser considerada uma ameaça à família, devido a traições, crimes, desrespeito, entre outros fatores nada admiráveis. Sem querer sem polêmico e sem tirar a razão de quem tece essas críticas, mas será que o ser humano hoje é um ser perfeito?! Será que a família ideal realmente existe? Será que é fácil constituí-la? Muito já se comparou a novela em questão ao filme analisado nesta resenha.

Num apanhado geral, Álbum de Família acerta ao apontar que o artificial está entrando em extinção, e tratando-se de relacionamentos entre pessoas, tudo pode acontecer. Em uma reunião típica de família após uma tragédia, percebe-se assim o real caráter de cada um, que demonstram ser pessoas de personalidade, ao ponto de serem felizes em sua maneira. E a família sobrevive, mesmo com todas essas divergências. Um concorda com a vida do outro? De jeito nenhum. Um está satisfeito com a atitude alheia? Piorou. Mas, querendo ou não, são uma família e viverão do jeito que der, e a ligação entre eles não para, como muito bem disse Karen (personagem de Juliette Lewis). Talvez uma grande admiração não exista, mas isso não seria motivo para desestruturar uma sociedade. Eis um retrato de que nem só de beijos e abraços constituem-se bons gestos de carinho. Nesse momento, me remoto a Barbara (Julia Roberts) que mesmo inconformada com o vício de sua filha (Abigail Breslin) em maconha e da falta de respeito da mesma para com o seu pai (Ewan McGregor), lhe faz o seguinte pedido: “Não morra antes de mim”, e isso independentemente da vida que a jovem quisesse levar adiante.

Com o, sem dúvida, melhor elenco de 2013, percebemos performances intensas de Juliette Lewis, Abigail Breslin, Margo Martindale, Chriss Cooper e Julianne Nicholson, que seriam até melhor se seus personagens tivessem mais destaque, porém não fez mal, pois o espectador se depara com atuações no limite do sublime de Meryl Streep e Julia Roberts.

Meryl, interpretando Violet Weston, encarna a matriarca que entrega os pontos, faz o que quer, só na espera da morte chegar, e sem dó nem piedade, profere qualquer tipo de ataque contra qualquer um de sua família, sem nada a temer, por achar que o que ela faz é o que deve ser feito, sem direito a contestações, e os demais devem segui-la. Julia Roberts, interpretando Barbara (filha de Violet) é justamente a afronta a essa postura da personagem de Meryl, pois com um temperamento tão forte como o da mãe, a enfrenta por descordar de tamanho jeito de viver de Violet, porém pode facilmente se transformar na mãe futuramente. A cena de todos reunidos à mesa, onde discussões não faltaram é simplesmente histórica. E sim, defendo que exista amor nessa família, apesar dos pesares. Espero sinceramente ver Meryl Streep e Julia Roberts disputando o Oscar 2014. A primeira faz sua melhor performance no século XXI (Perdão, Miranda Priestly), e a segunda está na melhor atuação de sua carreira.

Com um entrosamento perfeito entre direção e roteiro aliado a um elenco espetacular, Álbum de Família apresenta surpresas atrás de surpresas, e muitas super desagradáveis, mas não deixam de ter solução, e as pessoas não deixam de viverem suas vidas de maneira normal, mesmo diante dos desfechos nos quais eles não gostariam de se deparar. O filme é uma forma perfeita de exposição para diversos lares parecidos com o retratado, de que ninguém está sozinho no mundo, e que tem sim como viver diante de adversidades profundas, que, para muitos, podem arruinar uma estrutura, mas que, incrivelmente, pode ter um efeito contrário. 

Fonte da Sinopse: CinePop

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