ÁLBUM DE FAMÍLIA
DIREÇÃO: John Wells
ELENCO: Meryl Streep, Dermot
Mulroney, Julia Roberts, Juliette Lewis, Benedict Cumberbatch, Abigail Breslin,
Ewan McGregor, Sam Shepard, Chris Cooper, Julianne Nicholson, Margo Martindale,
Misty Upham, Newell Alexander, Will Coffey.
Álbum de Família segue as mulheres de
uma família dividida até que uma crise reúne todas sob o mesmo
teto. Quando Beverly Weston, o patriarca de uma família, desaparece
misteriosamente, a família é reunida por segredos, angústias e problemas do
passado mal resolvidos. Sua esposa é Violet (Meryl Streep), uma mulher viciada
em antidepressivos e narcóticos, de língua afiada, e que faz tratamento contra
um câncer na boca, tem fortes oscilações de humor e não hesita em contar os
segredos da família para se dar bem, finalmente se confronta com Barbara (Julia
Roberts), filha que não vê há anos.
Não é
novidade para ninguém perceber que a maioria dos programas de televisão
sobrevivem na base dos clichês, porém clichê maior é o motivo das críticas que
arte televisiva vem recebendo ultimamente, principalmente no que diz respeito
às novelas. Atualmente, no horário nobre da TV Globo, a novela Amor à Vida
sofre muitas críticas por não ser tão fiel ao seu título e por ser considerada
uma ameaça à família, devido a traições, crimes, desrespeito, entre outros
fatores nada admiráveis. Sem querer sem polêmico e sem tirar a razão de quem tece
essas críticas, mas será que o ser humano hoje é um ser perfeito?! Será que a família
ideal realmente existe? Será que é fácil constituí-la? Muito já se comparou a novela
em questão ao filme analisado nesta resenha.
Num apanhado
geral, Álbum de Família acerta ao apontar que o artificial está entrando em extinção,
e tratando-se de relacionamentos entre pessoas, tudo pode acontecer. Em uma
reunião típica de família após uma tragédia, percebe-se assim o real caráter de
cada um, que demonstram ser pessoas de personalidade, ao ponto de serem felizes
em sua maneira. E a família sobrevive, mesmo com todas essas divergências. Um
concorda com a vida do outro? De jeito nenhum. Um está satisfeito com a atitude
alheia? Piorou. Mas, querendo ou não, são uma família e viverão do jeito que
der, e a ligação entre eles não para, como muito bem disse Karen (personagem de
Juliette Lewis). Talvez uma grande admiração não exista, mas isso não seria
motivo para desestruturar uma sociedade. Eis um retrato de que nem só de beijos
e abraços constituem-se bons gestos de carinho. Nesse momento, me remoto a
Barbara (Julia Roberts) que mesmo inconformada com o vício de sua filha
(Abigail Breslin) em maconha e da falta de respeito da mesma para com o seu pai
(Ewan McGregor), lhe faz o seguinte pedido: “Não morra antes de mim”, e isso
independentemente da vida que a jovem quisesse levar adiante.
Com o,
sem dúvida, melhor elenco de 2013, percebemos performances intensas de Juliette
Lewis, Abigail Breslin, Margo Martindale, Chriss Cooper e Julianne Nicholson,
que seriam até melhor se seus personagens tivessem mais destaque, porém não fez
mal, pois o espectador se depara com atuações no limite do sublime de Meryl
Streep e Julia Roberts.
Meryl,
interpretando Violet Weston, encarna a matriarca que entrega os pontos, faz o
que quer, só na espera da morte chegar, e sem dó nem piedade, profere qualquer
tipo de ataque contra qualquer um de sua família, sem nada a temer, por achar
que o que ela faz é o que deve ser feito, sem direito a contestações, e os
demais devem segui-la. Julia Roberts, interpretando Barbara (filha de Violet) é
justamente a afronta a essa postura da personagem de Meryl, pois com um
temperamento tão forte como o da mãe, a enfrenta por descordar de tamanho jeito
de viver de Violet, porém pode facilmente se transformar na mãe futuramente. A
cena de todos reunidos à mesa, onde discussões não faltaram é simplesmente
histórica. E sim, defendo que exista amor nessa família, apesar dos pesares. Espero
sinceramente ver Meryl Streep e Julia Roberts disputando o Oscar 2014. A primeira
faz sua melhor performance no século XXI (Perdão, Miranda Priestly), e a
segunda está na melhor atuação de sua carreira.
Com um entrosamento
perfeito entre direção e roteiro aliado a um elenco espetacular, Álbum de Família
apresenta surpresas atrás de surpresas, e muitas super desagradáveis, mas não
deixam de ter solução, e as pessoas não deixam de viverem suas vidas de maneira
normal, mesmo diante dos desfechos nos quais eles não gostariam de se deparar.
O filme é uma forma perfeita de exposição para diversos lares parecidos com o
retratado, de que ninguém está sozinho no mundo, e que tem sim como viver
diante de adversidades profundas, que, para muitos, podem arruinar uma
estrutura, mas que, incrivelmente, pode ter um efeito contrário.
Fonte da Sinopse: CinePop



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