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domingo, 3 de agosto de 2014

ROBOCOP


ROBOCOP
DIREÇÃO: José Padilha
ELENCO: Joel Kinnaman, Abbie Cornish, Gary Oldman, Samuel L. Jackson, Jackie Earle Haley, Michael Kenneth Williams, Jay Baruchel, Jennifer Ehle, Aimee Garcia, Miguel Ferrer, Melanie Scrofano


Em Robocop, o ano é 2029, e o conglomerado multinacional OmniCorp é o centro da tecnologia robótica. Os drones estão ganhando guerras ao redor do globo e agora eles querem trazer essa tecnologia para as ruas. Alex Murphy é um marido carinhoso, pai e bom policial, dando o seu melhor para conter a onda de crimes e corrupção na cidade de Detroit. Após ser gravemente ferido no cumprimento do seu dever, Alex tem a sua vida salva pela tecnologia robótica da OmniCorp. Ele então retorna às ruas de sua querida cidade com novas e incríveis habilidades, mas com desafios que um homem normal nunca teve de encarar antes.


Após o incontestável sucesso de crítica e bilheteria dos dois filmes da franquia Tropa de Elite, o cineasta brasileiro José Padilha é convidado para ser jurado do Oscar e anunciado como diretor do novo filme do Robocop, que, por si só, já tinha cara de blockbuster e que daria grande visibilidade mundial ao nosso orgulho tupiniquim. Porém, durante as gravações, as coisas não pareciam estar muito boas, visto que o próprio Padilha dizia estar sofrendo censura por parte dos produtores e que não estava conseguindo colocar 100% em prática o trabalho de diretor. Quem acompanha bem a sétima arte sabe que quando problemas durante a produção são escancarados, é sinal de que um fracasso estar por vir. Se isso é regra, então Robocop é a exceção, pois, mesmo na dúvida sobre de quem são os méritos, tal obra coloca nosso José Padilha como um dos melhores diretores de ação do planeta, e o filme, com trabalhos geniais de efeitos visuais e sonoros, já é o mais ousado trabalho de um brasileiro em Hollywood.

O filme não tem a ambição de tratar o científico como algo revolucionário e os poderes robóticos como uma novidade que assustaria toda uma cidade. Muito pelo contrário, tais fatos já são uma realidade que, boa ou ruim, uma sociedade era obrigada a conviver, e que poderia ser um artifício para por em atividade aquilo destruído de maneira natural. No que um policial (Alex) fica seriamente ferido após uma explosão criminosa, sua corporação utiliza de meios robóticos para mantê-lo na ativa em Detroit – cidade referência em criminalidade nos Estados Unidos. Mas com o seu físico já destruído, Alex ainda mantém consigo a consciência, cada vez mais engrandecida, o que o faz jorrar sentimentalismo ao se deparar com sua família desestruturada e percebendo que não continha mais como fazer de sua esposa e filho duas pessoas felizes, diferente do que acontecia antes, mesmo com os perigos que o trabalho lhe trazia. Aí o filme faz uma menção musical perfeita a O Mágico de Óz, no que diz respeito aos sonhos, pois, fisicamente, Alex almejava ter um coração e um cérebro, e pessoalmente queria ter coragem e voltar pra casa, já que a falta de segurança de sua família era o medo que lhe consumia. É incrível e louvável um filme de ação, nesse ato, desmistificar a força física como diferencial na vida de um homem.

Com uma renovação pessoal na vida do personagem, eis que o Robocop prioriza sua própria personalidade, fato esse que não ia de encontro com o sistema. Logo, num jogo do bem contra o mal, eis que fica Robocop contra todos, pois o defensor robótico já sabia como proteger uma sociedade, livre de ordens superiores. É aí que o filme dá certo: Uso e abuso de precisas técnicas de efeitos, aliadas a cenas fortes de ação, dentro de uma trama minuciosamente bem construída, o que não permitiu que se sobressaíssem aspectos que os fãs do gênero ou apreciadores do “cinema caça-níquel” tanto vangloriam, fazendo com que fosse privilegiada a arte, junto a uma parte técnica bem avançada.

Louvando-se o competente trabalho do elenco, destacando os sempre talentosos e sempre desvalorizados Gary Oldman e Abbie Cornish, vale enaltecer Robocop como um resgate daquele famoso herói da década de 1980, que nunca conseguia, no quesito fãs, se destacar tal como o Batman ou o Homem Aranha. Mas agora, voltando à tona e em grande estilo, traz consigo bagagem para emplacar novos filmes do gênero e alcançar um bom patamar, que engrandece vingadores, guardiões e outros, e que decreta o desgaste e a decadência de outros heróis, como o Super-Homem. E o melhor de tudo é ver que tamanho projeto bem executado tem méritos brasileiros, não só em seu diretor, mas como em outros membros da equipe (o fotógrafo Lula Carvalho, o músico Pedro Bromfman e o editor Daniel Rezende - este último é hoje aclamado com um dos melhores do mundo), que podem servir de exemplo para uma maior entrada de brazucas na Meca da indústria.

 Fonte da Sinopse: CinePop


3 comentários:

Kamila Azevedo disse...

Gostei do remake de "Robocop". Acho que Padilha manteve o cerne do filme original, que faz uma discussão muito interessante acerca do uso ético da tecnologia em prol de um chamado bem comum. Foi uma estreia interessante em Hollywood, apesar de todos os pesares durante a produção do longa.

Raposa disse...

Não me agradei muito desse filme não, mas Padilha está de parabéns.

Brenno Bezerra disse...

Kamila - Não tem como não admirar Padilha. Espero que ele continue com seus projetos no exterior, engrandecendo mundialmente seu nome.

Raposa - Que pena que você não se agradou.

ABRAÇOS