A TEORIA DE TUDO
DIREÇÃO: James Marsh
ELENCO: Eddie Redmayne, Felicity
Jones, Tom Prior, Sophie Perry, Finlay Wright-Stephens, Harry Lloyd, David
Thewlis, Thomas Morrison, Michael Marcus, Gruffudd Glyn.
Baseado na biografia de
Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez
descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a
aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora
degenerativa, quando ele tinha apenas 21 anos.
Muito se prega que
cinebiografias devem ser feitas quando o personagem principal da obra já tiver morrido,
pois há uma evidente preocupação de que o público e até mesmo o crítico
confundam a qualidade do filme com o conceito que se tem com o homenageado enquanto
ele ainda está em vida. Mas isso não é mandamento e muitas pessoas, inclusive
muito jovens, já tem suas histórias adaptadas para as telonas. Eis que
no atual circuito hollywoodiano muito se tem bem comentado sobre A Teoria de
Tudo, que fala sobre o renomado físico Stephen Hawking, que felizmente
ainda está entre nós honrando sua condição de homem mais inteligente do Mundo.
É fato que a vida dele é
algo fascinante em cada um de seus segmentos, mas é praticamente inevitável
chegar ao fim da obra e deixar vir a tona que, em sua essência, A Teoria de
Tudo é um filme que possui irregularidades. Dirigida por James Marsh (vencedor do Oscar de
Melhor Documentário com O Equilibrista, em 2009), a trama segue uma linha expondo
o acadêmico que encontra o amor em uma jovem, e posteriormente tem sua
inteligência abraçada por uns professores e rejeitada por outros, talvez por
motivos pessoais. Óbvio que há também o destaque à grave doença motora degenerativa
que trouxe a ele muito medo e insegurança, mas nunca a obra desmerece sua
visibilidade mundial como físico e respeita a vida pessoal dele dos últimos 30
anos sem querer escancarar, nem criminalizar ou vitimizar nada. Então por qual
motivo trata-se de um filme irregular? As coisas acontecem rápidas demais. Muitos
atos se encerraram com a necessidade de um melhor desenvolvimento ou de uma
conclusão mais precisa. Se fosse convertido para um texto, provavelmente o
filme seria um fichamento e não dos melhores. Mas A Teoria de Tudo tem um ponto
positivo: a espetacular trilha sonora composta pelo pouco conhecido Johann Johannsson. Linda ao seu extremo, permitindo que o
espectador se deixe contagiar por ela enquanto observa o que há de feliz e
triste na estrada da vida de Hawking, tendo um papel decisivo para não permitir
que o filme torne-se desgastante.
No papel do físico, quem ainda não pôde conferir A Teoria de Tudo deve se preparar para
uma performance impecável de Eddie Redmayne. Com toda a sutileza da juventude britânica
(o ator não é tão novo o quanto parece) ele expõe o que há de normal em um
garoto que adentra a faculdade, sem estar desligado das manias que a idade prega, e no momento em que o personagem contrai a esclerose
lateral amiotrófica e passa a ter o trejeito atual que o mundo inteiro conhece,
Eddie abre mão do enlace de imitação com caricatura e se deixa levar pelo
emocional de Hawking, entregando posturas verdadeiras a cada ato. É evidente que
é mais do que compreensível e merecido vermos Redmayne como um dos cotados a
ser indicado ao Oscar 2015 de Melhor Ator por esse filme. O que não me parece
compreensível é ver as mesmas apostas para Felicity Jones no que diz respeito
ao prêmio de Melhor Atriz. Longe de mim desmerecê-la, pois não está ruim, mas a
Jane (primeira esposa de Hawking) é uma mulher guerreira, que abriu mão
daquilo que a vida poderia lhe proporcionar e no final pode até muito bem ser
considerada como injustiçada. Mas em momento algum nota-se uma presença muito marcante
em cena de Felicity, em meio a um elenco eficaz, o que pode denotar que o personagem foi
maior que a própria atuação da jovem atriz, que é talentosa e tem muito a
contribuir com a sétima arte.
A Teoria de Tudo é um filme
que poderia ter entregue coisa melhor. Quem sabe no futuro, obedecendo-se
aquilo que eu expus no primeiro parágrafo, poderemos nos deparar com um filme
mais satisfatório sobre a vida de Stephen Hawking. Mas a produção aqui
comentada não é esquecível, por conta de sua bela trilha sonora e do impecável
trabalho de seu protagonista. Neste atual período anual, que é o preferido dos
cinéfilos, há de se acreditar que o filme colherá alguns louros, e, diante
disso, há de se torcer que tal colheita seja feita por Eddie Redmayne.
Fonte da Sinopse: Adoro Cinema




2 comentários:
Achei um porre, rs - quer dizer, nem tanto assim, o filme é bom, os protagonistas estão bem ... mas nada além disso, superestimado demais pelo público.
RunAwards.
runawards.blogspot.com.br
Chris - Não, meu caro. Não é para tanto chamar de porre, mas poderia ter sido um filme melhor preparado. Mesmo assim não é ruim.
Abraços
Postar um comentário