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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

CAMINHOS DA FLORESTA



CAMINHOS DA FLORESTA
DIREÇÃO: Rob Marshall
ELENCO: Meryl Streep, James Corden, Emily Blunt, Chris Pine, Anna Kendrick
3 INDICAÇÕES AO OSCAR


Uma bruxa (Meryl Streep) está decidida a dar uma lição em vários personagens famosos dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, Cinderela e Rapunzel. Cabe a um padeiro e sua esposa a tarefa de enfrentá-la, de forma a colocar as histórias e seus personagens em ordem.



Quando fui ao cinema ver Operação Big Hero, adentrei a sala no mesmo instante de um casal acompanhado de uma senhora e quatro crianças. De fato o local estava repleto de adolescentes e adultos, mas o que me espantou foi a mulher se virar para o marido e pedir que o mesmo confirmasse se estavam na sala correta, pois haviam poucas crianças. Eis um retrato de uma sociedade que se diz moderna, mas quando se põe a ser retrógrada, bate todos os recordes. Os crescidos são proibidos de conferir obras infantis? Será que é uma revolução de 2014 adentrarmos a um cinema e observar um público de todas as idades prestigiar a um filme de animação? Hipocrisia. Digo isso porque o musical Caminhos da Floresta faz uma mescla de quatro das mais populares histórias infantis de todos os tempos, e a procura daqueles que se deliciaram com esses contos há 10, 20, 30 ou 40 anos é gigantesca, notória e nem um pouco condenável. Talvez condenável mesmo seja o trabalho entregue.

Cinderela, João e o Pé de Feijão, Rapunzel e Chapeuzinho Vermelho são contos da literatura europeia que tinham, direta ou indiretamente, um fim educativo, com o intuito de disciplinar as crianças dos séculos passados, sem se desprender do teor infantil e da fábula. Caminhos da Floresta absorve tal objetivo, mas o trata de maneira falha. Dirigido pelo hoje irregular cineasta Rob Marshall, o filme coloca um padeiro e sua esposa como centro da maldição de uma bruxa, que podia acabar destruindo a si própria e bagunçando todos os personagens infantis. O problema é que a ameaça de uma futura bagunça acabou resultando em uma desorganização em tempo integral desde os primórdios. De fato houve fidelidade àquilo que já conhecemos, mas mudanças eram necessárias para justificar mais ação na trama central. A concepção do personagem da bruxa foi sem fundamentos, pois mesmo lidando com o teor infantil, nunca que a vilã exposta poderia amedrontar a todos e não era indomável, o que tornou ridícula a facilidade com que tudo aconteceu. Não é exagero dizer que estava mais para a “velha chata da vizinhança” do que para uma antagonista. Diante disso, passagens bobas imperam e ficou a dúvida se o diretor considerava o espectador um verdadeiro imbecil. Daí, o filme nos traz nada mais do que o andar da carruagem clichê de cada um, com números musicais exagerados e um “I Wish” interminável, sendo tudo isso aliado a uma narração sem precisão, que em muito prejudicou os personagens mais famosos da trama. Com um roteiro mal estruturado, temos a impressão de que já houve uma conclusão para o filme, que, para nossa surpresa, nos apresenta mais fatos descartáveis, que reafirma o cansaço de quem assiste a obra.

O elenco, que tinha tudo para dar certo, também aparece como mancha no musical. Como se não bastasse, o próprio talento no vocal é questionável, como o de Anna Kendrick, que expõe uma Cinderela desinteressante e chata em seus números fonográficos. Chris Pine e James Corden até cumprem bem suas funções, mas nada memorável, assim como a correta Emily Blunt. A inclusão de Johnny Depp foi outro absurdo, além de poder ter sido facilmente trocado por um ator qualquer, o mesmo no exibe facetas medíocres que o colocam como um dos piores atores da atualidade. No papel da bruxa, Meryl Streep surge como a maior estrela do filme e não tem como não louvá-la e se encantar com a facilidade que ela tem em adentrar a uma novo personagem, que fica até mais chamativo por ser diferente daquilo que nos acostumamos a ver em seus filmes. Mas isso tudo não é justificativa para lhe conferir uma 19ª indicação ao Oscar.

Ressuscitando sem inovar e sem racionalizar as fábulas, que por muitos anos nos encantaram, Caminhos da Floresta só ratifica Rob Marshall como um diretor que todos ainda equivocadamente persistem em dar-lhe confiança, mesmo com os seus atributos cada vez mais em baixa e transparecendo cada vez mais suas limitações e seus defeitos. No que o universo infantil cinematográfico é um produto para crianças, jovens, adultos e idosos, o filme acaba sendo um prato cheio para afugentar todas as idades.

Fonte da Sinopse: Adoro Cinema


3 comentários:

Anônimo disse...

Eu achei um saco, uma porre do começo ao fim, só mesmo quando Meryl está em cena que o filme funciona.

The Truffaut
thetruffaut.blogspot.com.br

Kamila disse...

Adoro musicais e acho que esse "Caminhos da Floresta" deve ser um belíssimo filme. Ansiosa para conferir essa obra do Rob Marshall!

Brenno Bezerra disse...

Chris - Nem Meryl me convenceu tanto assim.

Kamila - Conheço gente que gostou de filme, eu estava ansioso. Talvez você goste.

Abraços