WIFI RALPH – QUEBRANDO A
INTERNET
DIREÇÃO: Rich Moore e
Phil Johnston
ELENCO: John C. Reilly,
Jane Lynch, Sarah Silverman, Gal Gadot e Taraji P. Henson
O
fliperama Litwak passa a ser um cenário ofuscado pelo gigantesco e (para os personagens)
novo mundo da internet, que sem surpresa, passa a ter em mãos quem dela
depende. Com o intuito de salvar o jogo da adorável garotinha Vanellope, Ralph,
junto a ela, invade a web, e tem que lidar com suas peculiaridades, personagens
e suas diversas áreas para atingir o que de fato almeja.
Longe
de mim desmerecer “monstros sagrados” do cinema de animação, como Brad Bird,
Andrew Stanton, Peter Docter e Lee Unkrich, mas acho que já se faz mais que
necessário se dar um valor maior a Rich Moore, que em 2017, ganhou um merecido
Oscar por Zootopia – Essa Cidade é o Bicho, e neste ano, arriscando numa
sequência para Detona Ralph (um dos mais subestimados filmes dos últimos anos),
entrega uma obra que é um esbanjar de originalidade, onde ele, humildemente,
apresenta os roteiristas Pamela Ribon e Phil Johnston (este também é
co-diretor), tão fundamentais quanto ele na boa sucessão de WiFi Ralph –
Quebrando a Internet.
Louvações
não podem ser economizadas na perspicácia da trama em mesclar o mundo dos
games, a essência infantil e o que há de melhor no imaginário de quem é o
futuro de qualquer nação. Buscando renovação, o filme consegue dar um valor
maior aos personagens, que têm uma personalidade tão incrível quanto o ambiente
no qual eles estão incluídos, mas uma coisa tem que ser dita: que ninguém
esqueça que eles são comandados, seja nos games, seja net – e se é o mundo
desta última que é o que há de mais valioso na obra, nada mal começar fazendo
uma piadinha sobre quão perdidas muitas pessoas são, quando um roteador não
está em movimento.
Com
um desenho de produção brilhantemente concebido para a world wide web, o
ambiente desse sistema que vicia a tudo e a todos é uma mistura de Tóquio com
Nova York, onde cada site, do mais ao menos famoso, tem o seu lugar cativo, e o
modo intuitivo da internet é um abre-alas até para a exposição de situações
complicadas, como a ingenuidade de muitos ao usar a rede, atingindo assim tanto
os personagens do filme, quanto o espectador que o assiste.
Talvez um ponto positivo de WiFi Ralph – Quebrando a Internet é dar uma lavada na alma
do protagonista e seu jeito boçal de ser, e mostra-lo em meio aos mais adultos
e perigosos jogos da internet, transformando-o numa figura até dócil comparado
aos demais, que dão um tom inicial à mistura de desafios e aventuras que o
Ralph e a Vanellope irão enfrentar, e que também não seguem uma só linha, ou seja, são
inúmeras instigações e dos mais variados tipos que assola os personagens, que
estão num mundo desconhecido por eles. O lado bom da história é que isso só
engrandeceu a obra e propôs ao espectador se ligar ao ritmo ágil do filme.
Fazendo
questão de absorver tudo o que há de mais popular na internet, WiFi Ralph –
Quebrando a Internet até faz uma ode aos vídeos que viralizam e aos digital
influencers, mas sem dúvida o cerne e parte mais esperada do filme é o icônico
encontro das princesas, despidas de suas vestes tradicionais, dotadas de
contornos modernos, e capazes de ironizar suas peculiaridades, como mostrar que
direta ou indiretamente a proximidade com a água as leva a cantar, sem nenhum desmerecimentos
com a doce Vanellope, que mesmo com poucas características compatíveis com
aquelas damas, não deixa de ser uma princesa, e não será esnobada por todas,
que só fazem uma rivalidade cômica no que se refere aos estúdios dos quais seus
filmes vieram.
O
curioso é que a participação das princesas da Disney não é mínima, pelo
contrário, elas se fazem presentes em um momento fundamental, sendo ele de pura
salvação, seja física ou psicologicamente, porque o filme sabiamente lembra que
muitos fingem não se importar com aquilo que veem ou leem na internet, quando
na verdade são atingidos e com muita força.
Não
há nenhuma lei que nos faça ter os mesmos sonhos que nossos melhores amigos,
mas onde há uma verdadeira união, seja de personagens fortes e carismáticos,
seja de produtores, diretores e roteiristas competentes, o resultado tem tudo
para ser um show de diversão e profunda criatividade, que atestam a qualidade
dessa linha, brotando em todos o prazer de ter conferido WiFi Ralph – Quebrando
a Internet.
0 comentários:
Postar um comentário