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segunda-feira, 29 de julho de 2019

O REI LEÃO


O REI LEÃO
DIREÇÃO: Jon Fraveau
ELENCO: Donald Glover, Beyoncé, Seth Rogen, James Earl Jones e Chiwetel Ejiofor


Scar é um leão maquiavélico, obcecado pelo poder, que atrai o rei Mufasa e seu filho Simba para um emboscada, com o intuito de matar os dois e assumir o trono. Acontece que o "príncipe leão" consegue sobreviver, e ao se deparar com um reino animal devastado, vai à luta, com a ajuda de seus amigos Timão e Pumba, para livrar todos do período sombrio que os assola.


Lançado em 1994, por meio de uma trama original dos estúdios Disney, O Rei Leão é um dos filmes de animação mais amados da história, vencedor de 2 Oscars (Trilha Sonora e Canção Original, para "Can You Feel The Love Tonight", de Elton John) e que entregou personagens de um carisma que não desgasta. Nessa leva de adaptações sem o estilo animado que tem sido feita pelo poderoso estúdio, seria uma injustiça se tal filme ficasse de fora, e a confirmação dessa versão tem lotado os cinemas de todo o mundo, principalmente pelas crianças da década de 1990, que nem na fase adulta, perderam o carinho pelo longa.

Novidades em um remake são necessárias, mas qual fã não se arrepia ao ouvir "Circle of Life"? Logo se notava uma bela fotografia de Caleb Deschanel, ao mesmo tempo em que o fervoro espectador abre aquele belo sorriso com o levantar das cabeças dos animais, que iriam de encontro para louvar aquele novo rei, que é dono de uma majestade dentro e fora das telonas. O Rei Leão é de um encanto diferente, que talvez até quem não gosta, gosta. Só a maneira como todos reagiam à realeza maior, já dava para se ter certeza de que os efeitos visuais, minuciosamente concebidos, não estavam para brincadeira.

Por meio de uma forte criação de um vilanismo, acima dos padrões para um filme voltado para o público infantil, a obra aprimora a face demoníaca do Scar e migra para um roteiro, escrito por Jeff Nathanson e pela vencedora do Oscar Brenda Chapman, com fortes diálogos, principalmente entre os irmãos, ao ponto em que somos contemplados com uma nova e linda trilha sonora recomposta por Hans Zimmer (que ganhou o Oscar pelo filme de 1994) e que conseguiu se contemporanizar 25 anos depois.

Apesar de uma estrutura praticamente idêntica à animação, O Rei Leão está mais sombrio. Prova disso é o aumento das hienas e uma rejeição que não dispensa um combate contra o novo e temível reino que se instalara, onde ninguém se censurava a afirmar não se sentir representado por quem estava no poder. O Scar, agora mais do que nunca, é um golpista sanguinolento, responsável por um reinado debilitado e ultrapassado, mas isso só não é um tapa maior na cara do espectador do que a morte do Mufasa, ainda dona de uma gigantesca carga dramática, capaz de deixar tanto os personagens quanto o público sem nenhum norte. É sim de segurar o choro!

Enquanto Simba vaga sozinho pelo deserto da melancolia, até o encontro com os adoráveis Timão e Pumba, percebe-se que O Rei Leão molda uma postura de mais heroísmo na Nala, que, apesar de encurralada, se destaca num enfatizado contexto de luta pela salvação de sua espécie; e seu reencontro com Simba, precedido por uma perseguição mais digna de predador contra presa, é capaz de impressionar, assim como as vozes românticos que ecoaram "Can You Feel The Love Tonight".

Majestosos momentos de emoção existem, mas cabe ressaltar o seguinte: é fato que após o Oscar merecidamente vencido pela Lady Gaga com "Shallow", por Nasce uma Estrela, muitos astros da música passaram a almejar o prêmio. Não a toa, Beyoncé não se mostrou satisfeita em ser apenas dubladora e compôs a bela canção "Spirit", lançada até antes do filme e com direito a um grande videoclip, porém a mesma é pessimamente utilizada no longa, o que joga um belo de um balde de água fria na superstar e que torna até injusta qualquer chance de vitória e até mesmo indicação na temporada de premiações de 2020.

Com um novo céu se abrindo num ambiente meio que pós-apocalíptico, com direito a um hilária alusão ao "Be Our Guest", de A Bela e a Fera, uma batalha em tons épicos dão o desfecho a uma obra digna, que soube, dentre diversas coisas, respeitar o legado de O Rei Leão, tudo aquilo que os fãs esperavam e sendo, mesmo que naturalmente, uma não unanimidade, transformou-se em uma estatística positiva nessa leva de diversos remakes de obras infantis que tanto nos encantaram.

  

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