Ads 468x60px

.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

BOYHOOD - DA INFÂNCIA À JUVENTUDE


BOYHOOD - DA INFÂNCIA À JUVENTUDE
DIREÇÃO: Richard Linklater
ELENCO: Ellar Coltrane, Ethan Hawke, Patricia Arquette e Lorelei Linklater


O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.


Coincidentemente (mas será que coincidências existem?) vi Antes da Meia-Noite dias antes de conferir Boyhood – Da Infância à Juventude. É incrível como que no primeiro, mesmo em tão poucos atos, o ato de testemunhar momentos simples, fortes e marcantes na vida de um casal torna-se chamativo, sem apelação e abusando positivamente da realidade, que muitos se negam a crer nela. Tais atributos do diretor/roteirista Richard Linklater não são de agora, pois seu mais novo filme é um ousado projeto iniciado há 12 anos, em que a vida de um garoto é o centro da trama, e o temido resultado satisfaz a todos.

Uma história central não existe. A preocupação é com a evolução na vida do Mason (vivido por Ellar Coltrane) não só em seu mundo particular de criança até a adolescência, como também seu ambiente familiar, que não era dos mais comuns para os padrões mundiais. E tudo isso sem fugir aos aspectos históricos mais impactantes do período vivido. O mais interessante desse ponto é que, com uma sociedade mais crítica com relação à exposição do ambiente familiar nas artes, porém tendo diversos posicionamentos ao longo desses 12 anos, Linklater consegue amenizá-los ou até mesmo desmistificá-los seguindo uma única linha de raciocínio. Já é um tanto quanto retrógrado apontar que a separação dos pais é um mal para a criação de um filho. O que se vê em Boyhood é uma aula de que uma família não tradicional não é necessariamente desestruturada. São métodos inadequados para a construção de um ambiente que compromete a criação de um ser. Os filhos ficam com a mãe? Ok. A mesma dispõe de seu tempo para levá-los para o colégio, auxilia nas atividades escolares, cuida da alimentação, põe para dormir, e ainda vai cursar sua faculdade. Onde está o pai nessa história? O pai leva-os para passear, viajar, pratica com os mesmos atividades recreativas, conversa sobre os amigos, as primeiras paixões. E querem saber mais? Nem a mãe, nem o pai, tentam usar os filhos para colocá-los contra o outro. Como que só acontecem em filme? De jeito nenhum. É muito precipitado acreditar que dois seres se odeiam após um divórcio, mas um pouquinho de fé na humanidade não faz mal a ninguém. Assim, não nos espantamos ao nos deparar com a civilidade reinando em relações pessoais.

E em uma fase em que jovens são ciumentos quanto a outros casamentos dos pais, em Boyhood existe a compreensão, o apoio e a ajuda na construção de uma nova história. Para a construção dos pais, Richard Linklater confia tais responsabilidades para os espetaculares Patricia Arquette e Ethan Hawke. A primeira é uma mulher controladora, rígida, exigente com as responsabilidades dos filhos, mas sem perder a doçura, a serenidade. Tal fato quebra uma imagem já transposta em vários filmes, de mães que amam muito seus herdeiros, mas que são sempre estressadas e que passam sermões diariamente. Rigidez não é sinônimo de zanga. Já o pai é o sujeito brincalhão, compreensível, que, por não passar tanto tempo com suas crias, exibe o caráter do amigão, para fazer sempre por merecer o título “Meu Pai, Meu Herói”.

No que objetivo central  de Boyhood era seguir dozes anos da vida de um garoto, Richard Linklater constrói uma sociedade onde cada pessoa apresenta virtudes admiráveis e ensinamentos de que o ser humano não precisa ser aquele que todos querem que ele seja, nem se amedrontar em tocar sua vida em meio a um senso comum que diz que tudo dará errado. Novos tempos existem e vão chegando, e nós, quando percebemos, já estamos inclusos nele. Querendo ou não, a adaptação a um novo meio fala mais alto, e como no final tudo dá certo, percebe-se que há sim várias formas de ser feliz e fazer tudo valer a pena. 

Fonte da Sinopse: Adoro Cinema


3 comentários:

Kamila Azevedo disse...

Estou bem ansiosa para assistir a esse filme!

Anônimo disse...

To louco pra ver esse filme. Deve ser demais.

http://filme-do-dia.blogspot.com.br/

Brenno Bezerra disse...

Kamila - Vale a pena esperar

Kahlil - É muito bom. Vamos ver se vai se consagrar na Awards Season

Abraços