BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE
DIREÇÃO: Christopher Nolan
ELENCO: Christian Bale, Tom Hardy, Michael Caine,
Morgan Freeman, Gary Oldman, Anne Hathaway, Joseph Gordon-Levitt , Juno Temple,
Nestor Carbonell, Daniel Sunjata, Matthew Modine.
Oito anos se passaram desde que Batman desapareceu na noite
e passou de herói para fugitivo. Ao assumir a culpa pela morte de Harvey Dent,
o Duas Caras, o Cavaleiro das Trevas sacrificou tudo pelo que ele e o
Comissário Gordon esperavam ser o melhor. Por um tempo a mentira funcionou, com
a criminalidade em Gotham City sendo destruída pela lei anti-crime de Dent. Mas
tudo irá mudar com a chegada de uma ladra com interesses misteriosos. Muito
mais perigoso, porém, é o aparecimento de Bane, um terrorista mascarado cujos
planos cruéis para Gotham buscam tirar Bruce de seu exílio autoimposto, mas
mesmo usando novamente seu capuz e sua capa, Batman pode não ser páreo para
Bane.
Filmes com os mais famosos super-heróis
sempre foram vistos com desconfiança a cada vez que eram lançados, pois quase
em sua maioria o resultado acabava que não era de satisfação geral, inclusive
por parte daqueles que só se prestavam a assistir a obra com o intuito de ver
boas cenas de ação. No ano de 2005, Christopher Nolan lança o primeiro filme de
uma prometida trilogia sobre o Batman, um herói que nem sempre teve o mais
merecido reconhecimento na sétima arte em forma de uma boa história em um
grande filme. Joel Schumacher e George Clooney estão aí para comprovar. Nos
dois primeiros filmes da trilogia de Nolan (Begins
e O Cavaleiro das Trevas) observou-se
as mais merecidas louvações, tanto na qualidade como na quantidade. Críticas
enaltecendo as obras, sucesso de bilheteria e 2 Oscars conquistados, incluindo
o de Ator Coadjuvante para Heath Ledger. Diante disso pode-se dizer que Nolan ressuscitou
com maestria as boas esperanças que se tinha quanto a filmes de super-heróis.
Subestimado no período das premiações
(individualmente falando), Nolan, mesmo assim, não deixa de ter o respeito
geral, não só pela apoteose conquistada com o Batman, mas também por mostrar o
mesmo brilhantismo em trabalhos como A
Origem. Batman – O Cavaleiro das
Trevas Ressurge não ousa deixar
de lado o poderio do super-herói e todos os artifícios que fazem com que
alcance a admiração necessária por ser o mais confiável defensor de Gotham City,
mas também estrutura o roteiro do filme no outro lado existente nele. Sim,
antes de ser um herói ele também é um ser humano, que mesmo que tenha uma vida
social invejada por todos, como pode ser reparado nos dois primeiros filmes, não
deixa de sofrer com certos tipos de problemas. O mais interessante dessa linha,
é que Nolan atribui um contexto humano também para os demais personagens,
incluindo os grandes vilões, o que faz com que nenhum partido seja tomado
somente para o Batman, mas sim para todos os personagens que devem também ter o
seu justo julgamento. Quer dizer que os vilões podem ser seres mais dignos de compaixão
que os mocinhos? Também não é assim, mas deve-se ser elucidado que nem todo
defensor da humanidade é justamente aquele ser que gostaríamos que existisse - Vide
As Panteras, onde o Mundo é defendido
por uma chata e antipática Natalie, e por Dylan, uma mulher de caráter 100%
questionável.
Nessa mescla de conteúdo com ação de quinta
grandeza, humanidade e profissionalismo perante a sociedade, além de um sublime
trabalho de efeitos visuais e sonoros, Nolan, a cada cena, entrega uma nova e
grata surpresa que, ao mesmo tempo que deixa o espectador deslumbrado com o
filme em si, ainda faz com que o mesmo se pergunte: “Como pode ter um ser
humano com tamanha criatividade e competência para tocar com tanta genialidade
um projeto como esse?”. Mas, apesar de ser uma grande experiência, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
não é perfeito. Quase perfeito, diríamos assim. Muito se diz que Christopher
Nolan tem certa dificuldade em escrever personagens femininos. Eu
particularmente não concordo tanto, pois basta lembrarmos A Origem para que seja verificada a força dos personagens de Ellen
Page e Marion Cotillard, que, por sinal, mereciam terem sido indicadas ao Oscar
2011 de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas
neste Batman (e nos outros – Katie Holmes, Maggie Gyllenhaal) percebe-se os
equívocos. Marion Cotillard (repetindo parceria com Nolan) apresenta-se em um
personagem desinteressante aliado a uma performance fraca e aquém de sua
capacidade, e que só se mostra coerente com a trama justamente no final do
filme. Porém, infelizmente, Nolan derrapa em um desfecho oco e carente de mais
explicação, onde tudo parece ser fácil demais para todos, diante de uma vida
complicada que todos mostraram no desenvolvimento da obra. Não, o não agradável
final do filme não compromete todas as boas impressões que o filme dá durante
suas quase 3 horas de duração, mas pode ser uma pedra no sapato caso o filme
almeje disputar as premiações de 2013 nas categorias principais (Filme,
Diretor, Roteiro). O mais provável é que consiga indicações nas mesmas
categorias técnicas de sempre.
Falando sobre o elenco e ainda sobre
personagens femininos, eis que surge uma linda Anne Hathaway em uma sedutora
Mulher-Gato que faz dela o melhor do elenco no filme, e cada aparição sua eleva
a estima do espectador, fazendo o mesmo sentir um vazio com a sua saída de
cena. Hathaway põe fim ao reinado de Michelle Pfeifer com o personagem? Não,
não conseguiu. Mas sua excelente atuação pode gerar pontos em seu buzz para
ganhar o Oscar de Atriz Coadjuvante, em 2013, por Les Misérables. Christian Bale mantém o bom ritmo do personagem, cumprido assim o
objetivo central do mesmo. Michael Caine atinge o seu melhor momento na
trilogia, mostrando de vez todo aquele sentimento oculto, mas que era
percebível desde o primeiro filme. Com a mais maléfica faceta de vilão, Tom Hardy mostra-se um grande
adversário para o Batman que comprova que o homem-morcego não tem tarefa fácil.
Um grande vilão e a altura da série, mas que, claro, não supera o Coringa do
último filme. Salve Heath.
A ansiedade foi inevitável em ver Batman – O Cavaleiro das
Trevas Ressurge, e, felizmente, fomos contemplados com um filme que confirma a
trilogia como uma das mais bem sucedidas da história do cinema, claro que no
campo qualitativo, mas sem desmerecer o quantitativo. O Batman não morreu para
a sétima arte. Outros cineastas montarão diversas outras histórias com o super-herói,
mas fica a dúvida se será superada ou até mesmo igualada a supremacia do grande
Christopher Nolan, que, a partir de agora, só tem a contribuir ainda mais para
o cinema com outros grandiosos filmes que atestam a competência, ousadia e o
perfeccionismo de um diretor que, nós, contemporâneos, devemos ter orgulho em
testemunhar.
Fonte da Sinopse: CinePop



11 comentários:
Preciso conferir o mais rápido possível. Valeu a dica...
Fechou muito bem a trilogia, apesar de algumas escolhas estranhas por parte do diretor e um ou outro errino besta do roteiro. Mas eu adorei, vibrei no cinema e sai pulando da sala.
Também fiz um texto, se quiser conferir é só ir no http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/
Maxuell - Confira. Apesar dos pesares é um espetáculo.
Rafael - Quase tive a mesma reação em meio a uma obra-prima bem orquestrada, mesmo com uns errinhos.
Gostei da crítica, Brenno, ainda que discordamos em partes de Cotillard rs, mas não trarei o assunto para cá.
Também acho que "Batman" não vai passar de categorias técnicas no Oscar 2013. Mixagem e Edição de Som são dele, né? Não tem como não ser... e se não aparecer uma trilha sonora tão fodona, premiaria o trabalho de Hans Zimmer fácil, fácil.
o negócio é que TDK deveria ser o último filme da trilogia, para, aí sim, fechar com chave de ouro... de diamanete... da pedra mais preciosa que existir =D
um abraço!
e atualize mais o blog!
obg pela visita ;)
Ponto fraco para a Talia al Ghul de Marion Cotillard (isso é spoiler?), com direito a "momento-parem-tudo-que-vou-explicar-minhas-motivações", além de uma morte estilo Zorra Total - será que foi uma homenagem de Nolan à série sessentista?
O que desaponta em “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é o roteiro, que tem muitas falhas, especialmente na concepção de alguns personagens (Marion Cotillard que o diga). Entretanto, pela habilidade técnica de Christopher Nolan, a impressão que se tem é a de que o filme não tem falhas. A apresentação da trama é bem convincente. Pelo jeito, pela forma como tem sido reverenciado, tem tudo para ser o filme mais superestimado do ano.
Achei bem decepcionante. Além da falta de ritmo, o filme complica tudo sem necessidade. Esperava mais do roteiro.
Sou eu aí em cima =)
Elton - Sorry, mas fiquei constrangido com Marion. Sim, tentarei atualizar mais o blog.
Herculano - Não entendi o seu comentário, mas Batman me agradou
Kamila - Como eu disse, as qualidades derrubaram os defeitos. Não será superestimado pois não alcançará grandes números na Awards Season
Matheus - Teve momentos que senti isso também, mas acabou sendo positivo.
ABRAÇOS
O filme é mesmo imperdível!
Espero ansioso pelo reboot!
De um modo geral, penso o mesmo que você, ainda mais quanto comenta sobre as personagens femininas desse filme, já que as de "A Origem" são, a meu ver, muito desinteressantes. Quanto a Cotillard aqui, totalmente mal aproveitada. Já Hathaway faz por merecer e nós ficamos atentos à sua participação.
Não é um filme perfeito, mas é um bom filme, garante bom entretenimento.
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