OS MISERÁVEIS
DIREÇÃO: Tom Hooper
ELENCO: Hugh
Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Sacha Baron Cohen, Amanda Seyfried,
Samantha Barks, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, , Daniel Huttlestone, Cavin
Cornwall.
8 INDICAÇÕES AO OSCAR
Adaptação
de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do
escritor Victor Hugo. A história se passa em plena Revolução Francesa do século
XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e
acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida
e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta fugir da perseguição do inspetor
Javert (Russell Crowe).
A minha paixão por musicais é algo muito forte, ao ponto de me deixar atualmente em um vazio triste e interno pelo fato do cinema não nos contemplar com um excelente musical há uns dez anos. Nesse meio tempo já tiveram alguns que deram para o gasto (Dreamgirls, Mamma Mia), porém nada que seja marcante e pouco detentor de defeitos. Eis que aparece Os Miseráveis - musical que me deixou com pé atrás antes de conferí-lo. Motivos: é dirigido por Tom Hooper, e é um filme 100% cantado. Ainda bem que eu estava errado.
Apesar de meu apreço por musicais, admito que não creio que filmes totalmente cantados deem certo, citando o caso de Evita, que tornou-se cansativo e com situações arrastadas e mal explicadas. Mas, felizmente, em Os Miseráveis tudo parece dar certo.
A maior proeza está no fato do filme não ser cansativo, apesar de 3 horas de duração. As canções são inseridas e interpretadas na medida correta para substituir diálogos sem, em momento algum, perder a essência da história, e sem permitir que o espectador se desligue da trama. É notório que para a natureza dos personagens e para as situações ali vividas, a música explora e exibe toda a carga emocional dos mesmos, justificando na prática todo o objetivo central da obra, que traz um trabalho eficaz e inteligente do diretor Tom Hooper, que construiu diversas passagens explorando a trama central e misturando-a inteligentemente ao contexto francês (história, arquitetura, moral e costumes...) que, sem nenhum exagero, arrancariam diversos aplausos do públicos, como se estivessem vendo o musical na Broadway.
No elenco, é difícil apontar um equívoco. Até Russel Crowe se destaca. Um grande cerne desse segmento é o elenco jovem formado por Amanda Seyfried, Samantha Barks e Eddie Redmayne, que mesmo sem receber as devidas e merecidas louvações, apresentam uma performance que dão a eles bagagem necessária para encararem com autenticidade e competência trabalhos mais sérios, e que possam lhe render prêmios no futuro. Apesar das críticas, não vejo que Sacha Baron Cohen e Helena Bonhan Carter tenham criado um estereótipo incoerente para seus personagens. Apesar de se tratar de vilões, suas artimanhas eram cômicas, o que justifica o apelo humorístico presente em suas performances.
Mas não se pode falar no elenco sem citar Hugh Jackman e Anne Hathaway. É, o ator sempre correto mostrou que pode fazer acontecer, e ela superou todas as boas expectativas sobre sua atuação desde quando foi anunciada para o filme. Jackman, mesmo com todo o seu potencial, embarca a fundo em todo o apelo que tinha o Jean Valjean, seu lado sofredor e humano, invocando um novo jeito de lidar com a arte fonográfica sem se desligar de uma atuação cinematográfica. Tudo que Anne Hathaway podia mostrar de um lado sofredor ela conseguiu. Mesmo com tão pouco tempo em cena, ainda existiu uma ligação de seu personagem para/com o público na questão sentimental que envolveu a Fantine e que foi muito bem explorada em minúcias. Parece até clichê, mas sua performance cantando I Dreamed I Dream é um primor inigualável.
Com um brilhante trabalho artístico na composição de cenário, figurino e, principalmente, maquiagem, Os Miseráveis escreve o seu nome na lista dos grandes musicais, que mesmo sendo uma obra adaptada, abusou (no melhor sentido da palavra) de autenticidade, que fez a obra e suas canções ficarem marcadas na cabeça do espetador, enaltecendo ainda mais a tão celebrada obra de Victor Hugo. Quanto a Tom Hooper, só me resta esquecer todas as chateações que o mesmo me proporcionou em O Discurso do Rei, e ter, a partir de agora, a confiança de que trabalhos precisos e competentes estão por vir.
Fonte da Sinopse: Adoro Cinema
I Dreamed a Dream
I dreamed a dream in
time gone by
When hope was high
And life worth living
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving
Then I was young and unafraid
And dreams were made and used and wasted
There was no ransom to be paid
No song unsung, no wine untasted
But the tigers come at night
With their voices soft as thunder
As they tear your hope apart
As they turn your dream to shame
He slept a summer by my side
He filled my days with endless wonder
He took my childhood in his stride
But he was gone when autumn came
And still I dream he'll come to me
That we will live the years together
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather
I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream I dreamed.
When hope was high
And life worth living
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving
Then I was young and unafraid
And dreams were made and used and wasted
There was no ransom to be paid
No song unsung, no wine untasted
But the tigers come at night
With their voices soft as thunder
As they tear your hope apart
As they turn your dream to shame
He slept a summer by my side
He filled my days with endless wonder
He took my childhood in his stride
But he was gone when autumn came
And still I dream he'll come to me
That we will live the years together
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather
I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream I dreamed.





3 comentários:
Concordo contigo, Brenno! Finalmente um musical decente. O melhor em anos! Forte abraço, Matheus.
Gostei do filme tanto quanto você, embora eu não tenha reparado no apuro estético do filme, exatamente porque o diretor abusar demais da conta nos closes. Mas me senti tocado pela cantoria, o que eu não esperava que acontecesse.
Eu estava muito descrente com "Os Miseráveis", mas o filme me arrebatou e as irregularidades visíveis nem me incomodaram. Uma brilhante ópera dos reprimidos =)
Concordo muito com a sua análise.
Abraço!
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