12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
DIREÇÃO: Steve McQueen
ELENCO: Brad Pitt, Michael Fassbender, Chiwetel Ejiofor, Lupita Nyong’o, Benedict
Cumberbatch, Garret Dillahunt, Michael Kenneth Williams, Paul Dano, Paul
Giamatti, Ruth Negga, Sarah Paulson, Scoot McNairy.
9 INDICAÇÕES AO OSCAR
12 Anos de Escravidão é baseado na incrível história da
luta de um homem pela sobrevivência e liberdade. Nos Estados Unidos antes da
Guerra Civil, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro e livre do
estado de Nova York é sequestrado e vendido como escravo. Enfrentando a
crueldade (personificada pelo perverso dono de escravos interpretado por Michael
Fassbender), bem como inesperadas gentilezas, Solomon luta não só para
sobreviver, mas também para manter sua dignidade. No décimo segundo ano de sua
inesquecível odisseia, um encontro ao acaso com um abolicionista canadense
(Brad Pitt) mudará sua vida para sempre.
É de se questionar até que
ponto é bom ou ruim o ser humano ser sempre honesto com si mesmo, mas
encontram-se fatores negativos quando o esperado é se encantar com algo que tem
agradado a todos, porém, no final, é a decepção que fala mais alto. Eis o sentimento
que 12 Anos de Escravidão me proporcionou.
De fato, não é fácil
elaborar um filme com o contexto apresentado diante de diversos exemplos de
filmes sobre a escravidão nos Estados Unidos, e que investem nas
mesmices de sempre. Talvez buscar algo novo seja o ponto positivo de 12 Anos de
Escravidão. Porém os defeitos do filme estão justamente no uso do manjado para
proferir uma introdução longa, exagerada e desnecessária. Como sempre, nos
deparamos com o escravo enganado, separações familiares, abusos sexuais, dentre
outros... No geral, é uma transposição de fatos, que ao som de uma linda trilha
sonora de Hans Zimmer, apresenta um ambiente não condizente com aquilo que o
filme tenta pregar.
Steve McQueen, muito
valorizado em seus últimos trabalhos, não entrega uma direção de personalidade,
pois apresenta-se adepto à todas as técnicas de direção já apresentadas em
filmes do gênero. Cenas do açoite de escravos chegam a ser constrangedoras. O
roteiro escrito por John Ridley demonstra estar a par da história americana,
abusando positivamente da cultura, mas, no geral, chega a ser simples diante
dos estereótipos da trama. E na parte artística, os figurinos e cenários são
tão clichês que chegam a ser revoltantes.
No elenco, dois nomes acabam
sendo o que há de melhor no filme: Lupita Nyong’o e Michael Fassbender. A
primeira posa com uma expressão de uma escrava que tenta se conformar com o
destino que a vida havia lhe dado, mas não consegue segurar a tristeza diante
de uma humilhação tão constante e maior até que a dos demais escravos. O
caráter emocional de Lupita deixou uma grande marca em cada uma de suas
aparições, superando facilmente e com louvor a frieza apresentada por Chiwetel
Ejiofor – que eu não entendo o que ele faz disputando os principais prêmios do
ano. Michael Fassbender é o verdadeiro retrato do mal. Está longe de ser o
debochado Leonardo DiCaprio de Django Livre, pois chega a ser o sujeito que
respira a ruindade e a infelicidade satisfatória que está presente em toda a
sua atuação, sem nenhum excesso e impedindo assim que ele se perca durante a
obra.
Com 9 indicações ao Oscar
2014, 12 Anos de Escravidão é sim o favorito a ser o Melhor Filme, mesmo com
uma visível perda de força, como foi visto nas demais premiações. Não é um
filme ruim, mas é lamentável ver uma obra com um objetivo e uma trama tão
chamativos, mas que não consegue esconder os erros, que não são insignificantes.
Não é o primeiro filme que não me agrada 100% a ser venerado Mundo afora, e
tampouco será o último. Mas é fato que o filme conseguiu um grande feito, que
até tiro o meu chapéu para isso: Conseguiu agradar (e muito) aqueles que a obra
deve realmente agradar.



1 comentários:
Olá, Breno. Esse, ainda, não vi, rapaz. Ei... boas dicas aqui. Um abraço..
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