TERREMOTO - A FALHA DE SAN ANDREAS
DIREÇÃO: Brad Peyton
ELENCO: Dwayne Johnson e Paul Giamatti
A famosa falha de San
Andreas cede e provoca um devastador terremoto de magnitude 9, que atinge o
estado da Califórnia. Ray (Dwayne Johnson) é um experiente piloto de
helicóptero de busca e resgate que, ao lado da ex-esposa (Carla Gugino), parte
de Los Angeles para San Francisco com o intuito de salvar a vida da única filha
Blake (Alexandra Daddario), porém o percurso ainda reserva mais situações que
põem em risco a vida deles e de toda a humanidade.
Perdoem meu extremo radicalismo,
mas a minha mente não consegue entender que algum ser tenha verdadeiramente
buscado assistir a esse filme com uma crença de que poderia estar indo prestigiar um
grande espetáculo cinematográfico. Basta só olhar a sinopse e se deparar com
uma trama nada convencional e ainda por cima protagonizada por Dwayne Johnson,
que já há algum tempinho não é mais chamado de The Rock. Ou alguém só assiste
por um entretenimento de fortes cenas de ação, que abdicam de conteúdo; ou
assiste já esperando uma tragédia literal e figuradamente. Terremoto – A Falha
de San Andreas é um festival de bizarrices do início ao fim.
Pessimamente estruturado com
efeitos visuais mal feitos e que não pareciam ter receio de serem expostos com
tamanho exagero, o filme não se preocupa em despir-se de clichês que já,
comprovadamente, não funcionam em filmes do gênero, e trabalhando uma história
dentro de uma real falha geológica, não se limita em expor uma catástrofe de
proporção gigantesca, nesta atualidade moderna e de um mundo estruturalmente
desenvolvido, porém com dados que entram em contradição com a realidade, pois,
no filme, um forte abalo de magnitude 9 traz danos materiais infinitamente superiores
as perdas fatais, enquanto a história da Falha de San Andreas nos apresenta, como exemplo, o
Sismo de São Francisco, ocorrido em 1906, e que com magnitude 8 vitimou mais de
3 mil pessoas. A fidelidade não é uma obrigação, mas se querem focalizar o
filme em algo real, fica complicado encontrar respostas por não terem adentrado
mais nas pesquisas geológicas e buscarem coerência com o real e o histórico.
Dirigido pelo jovem cineasta
canadense Brad Peyton, que é o responsável pela continuação de Como Cães e
Gatos, o filme, sem nenhum pudor, mostra-se discípulo de Rolland Emmerich – o diretor
de O Dia Depois de Amanhã e 2012. Sendo assim, é com bastante naturalidade que dá
para discutir relação, criar problemas familiares e apaixonar-se enquanto
acontece uma catástrofe que ameaça colocar fim a raça humana. Para o filme, se um
terremoto nunca antes visto está acontecendo, então lute para escapar, mas no
quesito sobrevivência, saquear roupas e eletrodomésticos é mais em conta que
buscar alimentos; uma viagem de helicóptero, enquanto sua filha está sumida, é
o ideal para dá uma flertada e fazer um ótimo passeio de paraquedas nos ares
californianos; fora que enquanto luta-se para viver, sempre há um espaço para
perguntar o motivo de uma garota usar dois colares idênticos.
Terremoto – A Falha de San
Andreas é uma mistura de bizarrice com revolta. Meu amigo, está acontecendo um terremoto
gigantesco, o mundo está acabando, pessoas que você tem apreço correm sérios
riscos de vida. No filme, lutar para viver não é a prioridade. Sigam o exemplo de
Titanic, onde o Jack convenceu a Rose a embarcar em um bote, mesmo sabendo que
a promessa do Carl de embarcá-lo posteriormente era falsa. O que amedronta é
perceber que todos os filmes do gênero seguem a mesma linha, o que denota um
uso artificial e ridículo da liberdade de criação do autor, que ás vezes não dá
mesmo para saber qual o objetivo dele.
Protagonizado por Dwayne
Johnson, que vem tentando se levar a sérios nos últimos anos, mas continua
tendo um fraco por blockbusters, Terremoto – A Falha de San Andreas em momento
algum investe em algo inovador, e falho tecnicamente, torna-se exaustivo, caótico
e ridículo, explorando uma trama negativamente inacreditável e uma catástrofe
que, mesmo forte, carece de tensão e destrói, acima de tudo, toda a produção.
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