SPOTLIGHT - SEGREDOS ROUBADOS
DIREÇÃO: Tom McCarthy
ELENCO: Michael Keaton, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Liev Schreiber, John Slattery e Stanley Tucci
6 INDICAÇÕES AO OSCAR
O jornal Boston Globe recruta
sua equipe e inicia uma investigação sobre os casos de pedofilia envolvendo a
Igreja Católica e o fato da Arquidiocese local estar encobrindo a situação,
onde a apuração encontra fatos ao redor do mundo. A matéria que denunciou o
caso recebeu o prêmio Pulitzer.
O curioso para quem termina
de ver Spotlight – Segredos Revelados é admitir que o filme não inova e segue uma
estrutura idêntica a diversos filmes sobre casos jornalísticos. O que acaba
sendo mais interessante é constatarmos que não são constante as obras que
abordam o tema, e que cada vez que ele retorna à sétima arte, acaba entregando
resultados positivos e que mesmo sem ousar, não chega ao ápice de destruir a
narrativa. A produção aqui avaliada acabou por ter um resultado bem louvável,
mas, a efeito de curiosidade, o melhor filme sobre jornalismo na história
continua sendo Todos os Homens do Presidente.
Concebida pelo cineasta Tom
McCarthy (Indicado ao Oscar 2016 de Melhor Diretor e Melhor Roteiro – este último
em parceria com Josh Singer), a trama acaba se tornando uma verdadeira aula de comunicação,
com a responsabilidade de uma equipe que parecia que realmente estava diante de
um projeto do quarto poder, e lidando com uma história real, respeita as
vítimas e os profissionais que proferiram a denúncia, mas não forçam um caráter
opinativo sobre a postura da Igreja Católica, já que trabalhando com o fator
informativo, deixa o papel de análise com o espectador.
Diante de um objetivo bem
trabalhado, o filme acaba sendo uma verdadeira aula para quem sonha em seguir a
carreira e até mesmo para quem exerce a função jornalística. Em uma carreira
onde todo profissional busca individualmente um furo que pode alavancar o seu
prestígio e destruir a imagem de alguém, a película dá um grande e
belo destaque ao trabalho em equipe, em que todos, mesmo do seu jeito, acaba
exercendo o seu faro, mas não desprestigia o material do colega e tem nele a
confiança do resultado positivo do trabalho.
Spotlight – Segredos Revelados
também acaba investindo na questão racional que envolve a delicada situação, ao
passo que todos os jornalistas envolvidos tinham um envolvimento com a
religião, mas o filme em momento algum quer confrontar a fé, e cada ato da obra
focaliza o trabalho responsável de todos que alimentavam a matéria-denúncia, e que só estavam em busca da verdade. O julgamento ficava com a justiça e com as
autoridades católicas.
Eleito pelo Sindicato dos
Atores de Hollywood como o melhor elenco do ano, o filme tem nessa louvação a única que eu não venho a concordar, pois analisando como um
todo, o time está numa seriedade correta e até mesmo positiva, onde louva-se o
grande esforço e a dramaticidade de Mark Ruffalo (Indicado ao Oscar 2016 de
Melhor Ator Coadjuvante por este filme), mas questiona-se o que os mais
renomados críticos e os membros Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
de Hollywood viram de tão espetacular na performance de Rachel McAdams
(Indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por este filme).
Com recepções
agradabilíssimas pelo mundo afora, Spotlight – Segredos Revelados acaba sendo
um instrumento que ainda nos faz ter fé na humanidade, diante de um jornalismo
praticado de maneira lamentável ao redor do planeta. O filme acaba sendo um
enaltecimento de um trabalho digno, concebido de maneira honrada, tanto em sua
produção, quanto no retratar do caso investigado. Assim, temos em um só produto
o que há de melhor no trabalhar cinematográfico e na essência do quarto poder.
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