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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

SPOTLIGHT - SEGREDOS REVELADOS



SPOTLIGHT - SEGREDOS ROUBADOS
DIREÇÃO: Tom McCarthy
ELENCO: Michael Keaton, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Liev Schreiber, John Slattery e Stanley Tucci
6 INDICAÇÕES AO OSCAR


O jornal Boston Globe recruta sua equipe e inicia uma investigação sobre os casos de pedofilia envolvendo a Igreja Católica e o fato da Arquidiocese local estar encobrindo a situação, onde a apuração encontra fatos ao redor do mundo. A matéria que denunciou o caso recebeu o prêmio Pulitzer.


O curioso para quem termina de ver Spotlight – Segredos Revelados é admitir que o filme não inova e segue uma estrutura idêntica a diversos filmes sobre casos jornalísticos. O que acaba sendo mais interessante é constatarmos que não são constante as obras que abordam o tema, e que cada vez que ele retorna à sétima arte, acaba entregando resultados positivos e que mesmo sem ousar, não chega ao ápice de destruir a narrativa. A produção aqui avaliada acabou por ter um resultado bem louvável, mas, a efeito de curiosidade, o melhor filme sobre jornalismo na história continua sendo Todos os Homens do Presidente.

Concebida pelo cineasta Tom McCarthy (Indicado ao Oscar 2016 de Melhor Diretor e Melhor Roteiro – este último em parceria com Josh Singer), a trama acaba se tornando uma verdadeira aula de comunicação, com a responsabilidade de uma equipe que parecia que realmente estava diante de um projeto do quarto poder, e lidando com uma história real, respeita as vítimas e os profissionais que proferiram a denúncia, mas não forçam um caráter opinativo sobre a postura da Igreja Católica, já que trabalhando com o fator informativo, deixa o papel de análise com o espectador.

Diante de um objetivo bem trabalhado, o filme acaba sendo uma verdadeira aula para quem sonha em seguir a carreira e até mesmo para quem exerce a função jornalística. Em uma carreira onde todo profissional busca individualmente um furo que pode alavancar o seu prestígio e destruir a imagem de alguém, a película dá um grande e belo destaque ao trabalho em equipe, em que todos, mesmo do seu jeito, acaba exercendo o seu faro, mas não desprestigia o material do colega e tem nele a confiança do resultado positivo do trabalho.

Spotlight – Segredos Revelados também acaba investindo na questão racional que envolve a delicada situação, ao passo que todos os jornalistas envolvidos tinham um envolvimento com a religião, mas o filme em momento algum quer confrontar a fé, e cada ato da obra focaliza o trabalho responsável de todos que alimentavam a matéria-denúncia, e que só estavam em busca da verdade. O julgamento ficava com a justiça e com as autoridades católicas.

Eleito pelo Sindicato dos Atores de Hollywood como o melhor elenco do ano, o filme tem nessa louvação a única que eu não venho a concordar, pois analisando como um todo, o time está numa seriedade correta e até mesmo positiva, onde louva-se o grande esforço e a dramaticidade de Mark Ruffalo (Indicado ao Oscar 2016 de Melhor Ator Coadjuvante por este filme), mas questiona-se o que os mais renomados críticos e os membros Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood viram de tão espetacular na performance de Rachel McAdams (Indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por este filme).

Com recepções agradabilíssimas pelo mundo afora, Spotlight – Segredos Revelados acaba sendo um instrumento que ainda nos faz ter fé na humanidade, diante de um jornalismo praticado de maneira lamentável ao redor do planeta. O filme acaba sendo um enaltecimento de um trabalho digno, concebido de maneira honrada, tanto em sua produção, quanto no retratar do caso investigado. Assim, temos em um só produto o que há de melhor no trabalhar cinematográfico e na essência do quarto poder.

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