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terça-feira, 6 de junho de 2017

MULHER MARAVILHA



MULHER MARAVILHA
DIREÇÃO: Patty Jenkins
ELENCO: Gal Gadot, Chris Pine e Robin Wright


Diana é um princesa em uma sociedade de amazonas guerreiras, e assim como as outras, é treinada para tornar-se uma mulher invencível. A presença acidental de um homem na ilha em que vive, faz com que ela descubra que uma tenebrosa disputa está assolando o planeta. Disposta a ajudar a combater esse mal, ela parte para esse combate, que será inclusive surpreendente para ela.


Desde que o século XXI teve início, o cinema apresentou um boom de reboots de super-heróis, inserindo-os de vez na modernização dos efeitos que a sétima arte apresentava. Assim, multiplicaram-se os filmes do Homem Aranha, Incrível Hulk, Batman, Star Wars, Super Homem, dentre outros... O esquisito disso é tentarmos pensar o porquê da tão famosa Mulher Maravilha, do pelotão de frente da Liga da Justiça, ter demorado tanto para ganhar a sua obra. E para piorar, vê-la sendo lançada numa atualidade em que a DC Comics tem entregue películas deploráveis, aumentou a desconfiança de que um novo trágico trabalho estava por vir. Felizmente, quem pensou assim acabou se equivocando. Agora é que são elas!

Dirigido por Patty Jenkins (responsável por Monster – Desejo Assassino, que rendeu um Oscar a Charlize Theron) e roteirizado por Zack Snider, Allan Heinberg e Jason Fuchs, Mulher Maravilha acaba tendo um início minucioso, no tocante em que o ambiente ali apresentado, acaba por ser uma miscelânea do desejo da mulher em fazer brotar as forças contidas em si, aliado a um espírito de companheirismo, em enxergar naquela sociedade, uma comunidade em que todas devem ter por obrigação o ato de defender a próxima, sem enxergar no adversário, alguém no qual elas deveriam ser tementes. As sequências de ação do primeiro ato não se censuram em extrair do brilhante elenco de mulheres uma faceta que é justamente uma antítese a postura “bela, recatada e do lar”, o que mostra que poucos minutos foram suficientes para fazer com que o filme firmasse nas entrelinhas um discurso feminista, e fazer da heroína da obra, um fruto da ânsia do ser humano em buscar um ser superior dentro de si e procurar usar essa força em prol da defesa de diversas sociedades. Nem todo super herói deve surgir de uma tragédia.

Em uma jogada inteligente, Mulher Maravilha tem o seu enredo diante da realidade da Segunda Guerra Mundial, ou seja, uma batalha verdadeira, com seus interesses capitalistas, elencando vilões reais, e suas posturas desumanas em prol do benefício próprio, sem que eles fossem a princípio, antagonistas com super poderes, que destroem a humanidade por puro prazer. Esse contexto foi crucial para que a heroína compreendesse melhor a questão humanitária existente nos conflitos, o que proporcionou a sua adaptação precisa naquele novo ambiente, e o uso de sua gigantesca força para fazer valer a sua nova função na sociedade.

Fantasticamente, a direção não se censura em colocar a Mulher Maravilha como o benéfico diferencial num momento histórico em que apenas os homens (para o bem ou para o mal) tinham vez, sem que ela se deixasse levar por fatores sentimentais que interferissem em seu psicológico. Se o filme tinha que defender a mulher como um ser que é capaz de proteger um povo tal qual um homem, não poderiam ter escolhido um contexto melhor para isso, pois até mesmo os personagens masculinos faziam uma natural reverência a ela (e nesse tocante faz-se justo elogiar Chris Pine e o quão ele cresce em sua carreira), o que engrandecia a heroína e justificava o seu poderio. Ela tinha total capacidade de lutar, defender e vencer, não sendo uma versão feminina de admiráveis super heróis, mas sim um figura autêntica da verdadeira força da mulher.

Em meio a uma competente inserção ao estilo “de época”, eis que Mulher Maravilha decide se curvar a contemporaneidade, modernizando a força da protagonista e o poder de reação e as armas dos vilões. Curiosamente, isso não comprometeu a trama, pois soube se adaptar ao momento e construiu uma chegada regozijante da Diana aos tempos atuais, sem que ela deva nada aos seus companheiros de Liga de Justiça, tornando-se tão fundamental quanto eles, e talvez até mais importante, devido a qualidade desse filme aqui avaliado.

Logo em sua primeira semana, Mulher Maravilha arrecadou mais de 100 milhões de dólares na bilheterias americanas – um recorde para um filme dirigido por uma mulher. Capaz de impressionar em suas cenas de ação e nas mensagens incutidas nas mesmas, o filme é um acalanto àqueles que se queixavam da demora em ver a heroína nas telonas modernas, e acaba sendo um sopro de paz para os desiludidos fãs da DC Comics. Um novo tempo começa, e que ele seja propício para um maior protagonismo feminino na sétima arte (O machismo rola solto em Hollywood. Não se iludam!), e que Gal Gadot, tão segura na pele da poderosa, tenha cada vez mais destaque na indústria como um todo, correspondendo a todas as belas expectativas, que hoje só se multiplicam.



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