CARROS 3
DIREÇÃO: Brian Fee
ELENCO ORIGINAL: Owen Wilson, Cristela Alonzo, Chris Cooper, Armie Hammer e Kerry Washington
O tempo passou e Relâmpago
McQueen é hoje um piloto veterano, que está sob forte pressão para anunciar sua
aposentadoria, que ele não acha ser uma boa ideia. A chegada de novos e competentes competidores faz com que ele se
afaste das pistas e tente um recomeço. Só que aquilo que eram para ser apenas
treinos, transforma-se em uma grande aventura. A prova final de tudo isso será
de tirar o fôlego.
Quanta emoção em um só
filme. Não, meus nobres, eu não estou me referindo a Carros 3, e sim ao
curta-metragem Lou, que precedeu o longa, e passa-se em uma escola infantil e
narra a trajetória de um garoto com o feio intuito de roubar os brinquedos
alheios, mas acaba indo de encontro ao seu brinquedo favorito de anos atrás, no
qual ele tinha perdido. Foram poucos minutos de lição para as crianças
presentes nas salas de cinema, além de um total clima de nostalgia para os mais
crescidinhos – o que só mostra o quão é eficaz, por diversas razões, a
exibição de curtas antes do filme principal nos cinema, fazendo do ato até
superior àquilo que tanto esperávamos. Vide 2016, onde o lindo Piper acabou por superar
a decepção Procurando Dory.
Mas o que precisamos mesmo é
falar sobre Carros 3, que como o próprio título aponta é o terceiro filme de
uma franquia irregular da Pixar, que muitos insistem em levar a sério, talvez
por não quererem admitir que o estúdio todo poderoso das animações também é
capaz de cometer erros, o que só o motiva a querer economicamente investir em
continuações, que por sinal, sempre foi o seu ponto fraco.
No tocante em que algumas
cenas tiveram a narração esportiva de Rômulo Mendonça, com seus bordões que
viraram sensação durante as Olimpíadas 2016, somando tal fato com a também
narração do renomado Silvio Luis, logo se viu o apelo em querer arrancar
gargalhadas, como se tal fato contribuísse para montar um filme eficaz, quando
que na verdade Carros 3 só usa e abusa dos temas típicos do passar o tempo, como se
quisesse reviver a boa sucessão de Toy Story 3, mas acaba por passar bem longe deste.
Faz-se justo admitir que o carisma presente em alguns personagens fora mantido,
inclusive no protagonista, que agora se depara com um antagonista com um viés
de machão, egocêntrico e invejoso, mas que não se exibe como algo inovador para
os padrões desta arte. A inclusão da personagem feminina em atributos poucos
admitidos para o gênero pode denotar um intuito do filme em pregar
empoderamento, mas alguns desvios do roteiro não souberam executar bem tal
fato, mesmo que o desfecho da trama tenha sido positivo. No mais, apenas algumas corridas aqui, corridas acolá, chefes milionários querendo lucrar com seus carros (qualquer semelhança com seus produtores talvez não seja mera coincidência) e alguns pontos em que eles fingem serem inovadores, mas acaba por ser algo manjado para um adulto que não irá compartilhar do gosto pela obra com as inocentes crianças que estão assistindo.
Muitos podem querer dizer
que talvez o diretor Brian Fee (em sua estreia na função) não tenha se dedicado
o suficiente para fazer uma boa obra, mas eu discordo disso, visto que Carros 3
honra a tradição da trilogia em não exibir histórias interessantes, que sempre chegaram ao
ápice de ser até mesmo muito chatas, mas vale admitir que este filme aqui avaliado
não é de fato tão ruim, mas é esquecível ao extremo, enriquecendo a pressão nos
debates onde o assunto em questão é o seguinte: até quando a Pixar ainda vai
investir em sequências?
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