Ads 468x60px

.

terça-feira, 11 de julho de 2017

HOMEM-ARANHA: DE VOLTA AO LAR


HOMEM-ARANHA: DE VOLTA AO LAR
DIREÇÃO: Jon Watts
ELENCO: Tom Holland, Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Michael Keaton, Zendaya


Peter Park é um jovem que adquiriu poderes de super herói, podendo se mover entre prédios, lançando teias entre eles. Evidente que estou falando do mais novo Homem-Aranha. Ao mesmo tempo em que ele é ciente de sua responsabilidade, tenta levar uma vida comum de adolescente, mas a presença do temido vilão Abutre o levará a um primeiro e perigoso desafio.


Não tenho tanta rejeição a reboots o quanto eu tenho a remakes, mas estes primeiros chegam sim a preocupar sobre de qual forma será reestruturada uma história já aclamada pelo público cinematográfico. Muitos pontos precisam ser mantidos, mas se deve tomar cuidado para não tornar certas passagens insuportáveis - vide Batman com toda aquela sequência da infância do Bruce Wayne, a perda dos pais e o abandono até chegar a ser quem ele é. Todo filme sobre ele tem que iniciar assim. Por quê?

Dirigido por Jon Watts, que não tem muita fama no cinema e na televisão, Homem-Aranha: De Volta ao Lar é um filme que se arrisca em propor uma nova faceta aos icônicos personagens e suas respectivas tramas, conseguindo acertar a dosagem da ousadia com o ritmo que segue. Esta obra aqui avaliada não quer conceber o seu protagonista como fruto de um ato paranormal, não à toa ele já esteve inserido em atividades de proteção ao ser humano, como o próprio primeiro ato mostra com as passagens de Capitão América – Guerra Civil, através da visão do Homem-Aranha. Aqui, sua movimentação com as teias não é genética, e sim graças a um aparelho, mostrando assim a modernização e industrialização que assola o atual patamar dos super heróis.  

Curiosamente, uma das principais virtudes de um herói é quebrada de maneira (a princípio) espantosa por Homem-Aranha: De Volta ao Lar. Falo da identidade do mesmo. De fato, há sim uma cautela de desvincular a imagem do Peter Park da sua função perante a sociedade, mas a sacada do diretor, aliada ao prático roteiro escrito pelo próprio, em parceria com Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Christopher Ford, Chris McKenna e Erik Sommers, não trata o ato da descoberta do Homem-Aranha como um verdadeiro fim do mundo. Pelo contrário, souberam trabalhar isso para que Parker criasse uma parceria construtiva, além do fato de criar situações sombrias e epílogos em suas relações com os inimigos.

Numa atualidade em que se nota que quase todos os filmes da Marvel estão unindo seus principais personagens, mesmo que o protagonismo seja de outro, em uma mesma obra que mais parece uma “filial” d’Os Vingadores, Homem-Aranha: De Volta ao Lar não quis fugir disso, mas conseguiu reduzir o tanto que podia a interferência de Tony Stark (vulgo Homem de Ferro) na trama, que curiosamente o tem como o Tio Ben da vez, sendo o principal conselheiro de Peter Park, porém de uma maneira bem mais profissional do que pessoal, pois o herói interpretado por Robert Downey Jr está mais preocupado com o sucesso de seu grupo de defensores da sociedade do que com a vida dos mesmos.

O detalhe de tudo isso é que metaforicamente, mesmo com todos os conselhos recebidos, Peter Park, em seu mais jovial retratar cinematográfico, não se esquiva dos desvios da juventude e mostra-se como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo caríssimo, ou seja, vai com muita sede ao pote. Homem-Aranha: De Volta ao Lar exibe um herói que quer estar sempre atento como anda o mundo em que vive, e sem se colocar freios vai se metendo em qualquer situação minimamente e/ou supostamente suspeita, para fazer valer o seu status de herói. O fato é que não era sempre que as coisas davam certo. Em contrapartida, tais situações servem como aprendizado para quando ele fosse enfrentar o Abutre, que era um vilão que concebera uma maldade fruto do meio em que vivia e da falta de oportunidades, ou seja, não era maligno por natureza, como se viu em outros filmes do personagem heroico.

Como foi muito bem dito por outros críticos, neste filme temos um Homem-Aranha mais “pé no chão”, literalmente falando. Ou seja, ele é maior que qualquer escalada de parede ou lançamento de teia, por isso fortes cenas de ação foram feitas fora dos ares, aproveitando todo o poderio que o elenco poderia dar para um filme do gênero. E é evidente que fica o louvor a espetacular atuação de Tom Holland no papel principal, sendo ele um jovem que sabe (como poucos) captar a essência do personagem, sua maneira ativa e nada quieta de viver, sem deixar a peteca cair diante dos grandes atores com quem contracenava (Michael Keaton, Marisa Tomei, Downey Jr). Agora é uma heresia ele ser tratado como uma revelação, visto que faz anos que seu incontestável talento é exibido na sétima arte. Ou alguém está esquecido de sua fantástica atuação em O Impossível, há cinco anos?

Diferente, destemido e propondo inclusive discussão. Homem-Aranha: De Volta ao Lar exibe um final onde as atitudes vilanescas permeiam questões humanas que muitos se recusam a admitir que são válidas na discussão sobre as qualidades, defeitos e soluções para a sociedade atual. Assim, somam-se diversos elementos, que já bem tratados nessa introdução de uma nova trilogia, podem reservar boas expectativas e um excelente desenvolvimento para as próximas obras. Feliz de quem tem o Homem-Aranha como o seu herói favorito.  



1 comentários:

Unknown disse...

Obrigado pela resenha deste filme. Eu achei incrível! Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado o ano passado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. O filme de Homem Aranha de Volta ao Lar é um dos melhores que eu vi de Marvel. Gostei do elenco. Não tem dúvida de que Tom Holland foi perfeito para o papel principal. Sendo sincero eu acho que a sua atuação é extraordinária. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.