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terça-feira, 15 de agosto de 2017

PLANETA DOS MACACOS - A GUERRA


PLANETA DOS MACACOS - A GUERRA
DIREÇÃO: Matt Reeves
ELENCO: Andy Serkins, Woody Harrelson e Judy Greer


Um impiedoso coronel (brilhantemente vivido por Woody Harrelson) lidera o exército humano que tenta exterminar os macacos que se multiplicam pela terra. César e seus companheiros não veem outra escolha a não ser enfrenta-los. O que seria apenas uma ação de autodefesa, acaba se tornando uma jornada sangrenta, devido às grandes perdas sofridas pelo lado dos primatas. Uma forte batalha definirá quem passa a ter mais poder no ambiente em que habita.


Faz-se justo fazer uma passagem pelos filmes da franquia Planeta dos Macacos, não necessariamente esses três últimos, mas sim todos já lançados na história do cinema, onde citando as eficazes primeiras obras e o fracasso de Tim Burton na saga, é no mínimo um regozijo admitir que o século XXI entregou um ponto forte de uma linha que tem uma marca importante na sétima arte.

O prólogo de Planeta dos Macacos – A Guerra dá autenticidade aos fatos exibidos nos últimos dois filmes e executa precisamente o fato do cientista Will Rodman (vivido em 2011 por James Franco) ter conseguido incontrolavelmente multiplicar uma nova e mais esperta espécie de primatas na Terra. Sem nenhum exagero, este filme aqui avaliado acaba por ser uma metáfora de uma situação atual e bem real de uma sociedade em que todos acabam por se dividir conforme seus grupos ideológicos, e quando um deles acaba por ter destaque e mostrar sua força de subsistência, acaba por despertar a ira de uma elite, que mais poderosa, mesmo sem a chance de ter perdas, não admite ver um grupo que historicamente nunca foi nada, passar a mostrar um dito poder.

O diretor Matt Reeves (que será o responsável pelo próximo filme do Batman) consegue aliar o seu manejo com uma peça fictícia com tudo aquilo que poderia extrair do lado científico incutido em seus personagens principais. Lembrem-se que teorias de evoluções biológicas dizem que o ser humano veio do macaco. Assim, Planeta dos Macacos – A Guerra acaba por unir humanidade e racionalidade, quando desenvolve em seus primatas ideais sobre como lidar em situações de divergências com outros grupos, mas chegando a alcançar um ápice de diante de uma grande perda, observar-se aquela forte revolta, a necessidade de se culpar alguém e/ou algo, e ir partir para defender seus ideais e sua gente, sem se importar com as consequências e com que armas estará usando. A fotografia e o design de produção montam ambientes sombrios que dão um panorama exato e até assustador da trama, justificando tudo que ela prega.

O roteiro escrito pelo diretor, em parceria com Mark Bombak, ainda trabalha questões de incoerências, mas que são realidade em sociedades, como macacos se aliando ao exército humano, exalando uma saiba frase dita em outrora por Simone de Beauvoir: “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”. Outra boa jogada é incluir na história um macaco claramente insano em determinados momentos, para posteriormente ser revelado que o mesmo é provido de zoológico, denunciando assim os malefícios que esse tipo de estabelecimento trazem para animais como um todo, não somente macacos, é claro.

Um grande ponto positivo de Planeta dos Macacos – A Guerra é trazer com mais força a discussão sobre a valorização à atuações em pelagem digital, como a de Andy Serkins no papel do César (ele também interpretou o Smeagol na saga O Senhor dos Anéis e o King Kong no filme de 2005, dirigido por Peter Jackson). Felizmente, o que mais ecoa atualmente é que não há diferença entre os tipos de atuação, pois todas requerem a mesma preparação, entrega e a emoção contida no personagem, e o César não é diferente, pois a própria direção investe em closes que trazem perfeccionismo ao drama e ao sofrimento do protagonista.

Sem economia no ato de transpor os piores sentimentos que assolam um ser e a ânsia de superar adversidades por piores que elas sejam, Planeta dos Macacos – A Guerra tem em seu derradeiro momento um ato deprimente ao extremo, mas confesso que a mim não desagradou, pois não é necessariamente justo primar somente por finais felizes em filmes. Às vezes, aquele desfecho que não esperamos acaba por cair melhor à toda trama apresentada. Mas isso não diminui em nada a supremacia que essa franquia trouxe ao tema nos últimos anos, conseguindo se reinventar conforme o tempo (pouco, por sinal) e servindo de referência na arte de produzir remakes e reboots na sétima arte.


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