LIGA DA JUSTIÇA
DIREÇÃO: Zack Snyder
ELENCO: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Ezra Miller, Amy Adams e Diane Lane
Após brincar de ser inimigo do
Superman, o Batman vê a necessidade de ser construída uma sociedade para
combater um poderio vilanesco que só cresce e ameaça a sociedade. Por isso, ele
convida primeiramente a Mulher Maravilha, onde juntos articulam um time ideal
de heróis para fazer o bem sair novamente como vencedor. Só fica a dúvida se a
inclusão de Aquaman, Ciborgue e Flash será suficiente para combater esse mal
que ronda o planeta.
Qualquer cinéfilo, na mais
pura consciência, sabe de todos os riscos que essa sociedade em forma de filme
trazia, devido a trágica sucessão de películas de heróis que a DC tem feito nos
últimos anos. Evidente que faz-se justo elucidar que este ano, Mulher Maravilha
foi uma das grandes obras-primas do cinema, mas é fato que ela é só uma em um
milhão (ou uma em seis), por isso nada era capaz de aumentar as esperanças.
Talvez esse não era o momento de ser lançada a Liga da Justiça, mas também tem
que se admitir que esse filme tinha muitas chances de dar errado, independentemente
do período de lançamento.
Primeiramente há de se haver
um clamor, e não é o “Fora, Temer” e sim “Tirem o Batman do Ben Affleck” ou “Tirem
o Ben Affleck do Batman”. Péssimo na atuação, relembrando os trágicos tempos de
sua carreira, antes de Argo e Garota Exemplar, o destaque que ele ganha logo no
início da película se mescla a efeitos visuais simplesmente patéticos, que
desconstroem toda a ação das cenas e surgem como mais um fator de desmoralização
desse personagem, que poderia ser tudo nessa obra, menos o sujeito com pose de
líder da equipe, ao ponto de claramente ter a sua inteligência superada pelas
dos demais e por entregar constantemente munição para o sarcasmo do Aquaman.
Dirigido por Zack Snyder (que
aqui e acolá ainda queremos lhe dar confiança) e roteirizado pelo próprio, em
parceria com Joss Whedon (de Toy Story e
Os Vingadores) e Chris Terrio (que venceu o Oscar por Argo), Liga da Justiça
comete um erro gravíssimo ao não ter em mente a sucessão dos filmes da DC nos
últimos anos, a ponto de fazer das amazonas de Mulher Maravilha as primeiras
grandes vítimas de uma necessária força que tem que ser dada ao antagonista nos
primórdios de um filme de ação. Acontece que essas personagens foram bem-sucedidas
em seu último filme. Logo, diante de tantos personagens, de tantos filmes
inferiores, por que logo elas foram a espécie de “boi de piranha”?
Enquanto isso, num total jogo
de paciência com um espectador, por conta de um Ezra Miller super sem graça,
Liga da Justiça fica algo em torno de 50 minutos sem trama alguma, e a ausência
do Super-Homem durante esse tempo nem é sentida. A volta desse herói ainda faz
o roteiro nos contemplar com ele criando problemas gratuitos e desnecessários
para os seus companheiros. Agora há de se admitir que a obra detém vilões bem concebidos,
que exige algo dos defensores, que tentam ir atrás do mínimo de dignidade que
ainda os resta.
E o que falar de uma cena em
que a sempre talentosa e carismática Amy Adams passa a mão no peitoral do Henry
Cavill e diz: “que cheiro gostoso”? Vergonha alheia define. O envelhecimento
que a trama dá fisica e psicologicamente à Diane Lane simplesmente dói na alma.
Curiosamente recentemente vi Mar em Fúria (filme de 2000), onde ela faz um par
romântico contemporâneo com Mark Wahlberg. Ele hoje ainda interpreta pai de crianças,
enquanto ela já está quase fazendo avó. De resto no elenco, Gal Gadot exibe uma
postura de constrangimento, parecia que tanto ela, quanto a personagem sabiam o
que estava acontecendo. E novamente conclamo que Ben Affleck não interprete
mais o Batman, nem que seja para ser substituído por Jake Gyllenhaal – e olha
que este último nem é perfeito para o papel.
Cansando o espectador como
parece ditar a tradição da DC Comics, Liga da Justiça persiste em não se dar
conta da vulnerabilidade com que ela trabalha seus super-heróis, comprometendo a obra e mostrando-se capaz de cometer mais falhas que a Marvel cometeu com
seus dois Os Vingadores. Agora é esperar para ver nos próximos filmes da franquia, o
quanto a moral desses personagens ainda pode ser capaz de ser abalada.
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