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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

LIGA DA JUSTIÇA


LIGA DA JUSTIÇA
DIREÇÃO: Zack Snyder
ELENCO: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Ezra Miller, Amy Adams e Diane Lane


Após brincar de ser inimigo do Superman, o Batman vê a necessidade de ser construída uma sociedade para combater um poderio vilanesco que só cresce e ameaça a sociedade. Por isso, ele convida primeiramente a Mulher Maravilha, onde juntos articulam um time ideal de heróis para fazer o bem sair novamente como vencedor. Só fica a dúvida se a inclusão de Aquaman, Ciborgue e Flash será suficiente para combater esse mal que ronda o planeta.


Qualquer cinéfilo, na mais pura consciência, sabe de todos os riscos que essa sociedade em forma de filme trazia, devido a trágica sucessão de películas de heróis que a DC tem feito nos últimos anos. Evidente que faz-se justo elucidar que este ano, Mulher Maravilha foi uma das grandes obras-primas do cinema, mas é fato que ela é só uma em um milhão (ou uma em seis), por isso nada era capaz de aumentar as esperanças. Talvez esse não era o momento de ser lançada a Liga da Justiça, mas também tem que se admitir que esse filme tinha muitas chances de dar errado, independentemente do período de lançamento.

Primeiramente há de se haver um clamor, e não é o “Fora, Temer” e sim “Tirem o Batman do Ben Affleck” ou “Tirem o Ben Affleck do Batman”. Péssimo na atuação, relembrando os trágicos tempos de sua carreira, antes de Argo e Garota Exemplar, o destaque que ele ganha logo no início da película se mescla a efeitos visuais simplesmente patéticos, que desconstroem toda a ação das cenas e surgem como mais um fator de desmoralização desse personagem, que poderia ser tudo nessa obra, menos o sujeito com pose de líder da equipe, ao ponto de claramente ter a sua inteligência superada pelas dos demais e por entregar constantemente munição para o sarcasmo do Aquaman.

Dirigido por Zack Snyder (que aqui e acolá ainda queremos lhe dar confiança) e roteirizado pelo próprio, em parceria com Joss Whedon  (de Toy Story e Os Vingadores) e Chris Terrio (que venceu o Oscar por Argo), Liga da Justiça comete um erro gravíssimo ao não ter em mente a sucessão dos filmes da DC nos últimos anos, a ponto de fazer das amazonas de Mulher Maravilha as primeiras grandes vítimas de uma necessária força que tem que ser dada ao antagonista nos primórdios de um filme de ação. Acontece que essas personagens foram bem-sucedidas em seu último filme. Logo, diante de tantos personagens, de tantos filmes inferiores, por que logo elas foram a espécie de “boi de piranha”?

Enquanto isso, num total jogo de paciência com um espectador, por conta de um Ezra Miller super sem graça, Liga da Justiça fica algo em torno de 50 minutos sem trama alguma, e a ausência do Super-Homem durante esse tempo nem é sentida. A volta desse herói ainda faz o roteiro nos contemplar com ele criando problemas gratuitos e desnecessários para os seus companheiros. Agora há de se admitir que a obra detém vilões bem concebidos, que exige algo dos defensores, que tentam ir atrás do mínimo de dignidade que ainda os resta.

E o que falar de uma cena em que a sempre talentosa e carismática Amy Adams passa a mão no peitoral do Henry Cavill e diz: “que cheiro gostoso”? Vergonha alheia define. O envelhecimento que a trama dá fisica e psicologicamente à Diane Lane simplesmente dói na alma. Curiosamente recentemente vi Mar em Fúria (filme de 2000), onde ela faz um par romântico contemporâneo com Mark Wahlberg. Ele hoje ainda interpreta pai de crianças, enquanto ela já está quase fazendo avó. De resto no elenco, Gal Gadot exibe uma postura de constrangimento, parecia que tanto ela, quanto a personagem sabiam o que estava acontecendo. E novamente conclamo que Ben Affleck não interprete mais o Batman, nem que seja para ser substituído por Jake Gyllenhaal – e olha que este último nem é perfeito para o papel.

Cansando o espectador como parece ditar a tradição da DC Comics, Liga da Justiça persiste em não se dar conta da vulnerabilidade com que ela trabalha seus super-heróis, comprometendo a obra e mostrando-se capaz de cometer mais falhas que a Marvel cometeu com seus dois Os Vingadores. Agora é esperar para ver nos próximos filmes da franquia, o quanto a moral desses personagens ainda pode ser capaz de ser abalada.


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