Ads 468x60px

.

domingo, 27 de maio de 2018

DEADPOOL 2


DEADPOOL 2
DIREÇÃO: David Leitch
ELENCO: Ryan Reynolds, Morena Baccarin e Josh Brolin


Um jovem mutante, no qual muitos acreditam ter certa inocência em seus atos, passa a correr risco de vida com a chegada de um soldado maquiavélico. Diante disso, mesmo contra a sua vontade, Deadpool precisa salvar o rapaz, para poder se tornar um herói de verdade. Assim, ele recruta sua sociedade de lutadores chamada “X-Force”, que irá lhe propor momentos de reflexão, em meio a bizarrices.


Não tinha como ser à toa o que foi visto nas últimas semanas: a perseguição de Ryan Reynolds (protagonista de Deadpool 2) a Hugh Jackman, por onde o ator australiano passava, deu o que falar. O filme aqui avaliado incrementou ainda mais isso, ao ter início com um close numa espécie de caixinha de música, que ao invés de ter uma bailarina, tem um Wolverine morto, que reforça as gargalhadas sobre a recente relação entre ambos. E o passar da obra ainda mostra o super-herói (ou anti-herói) palhaço autografando uma imagem de Jackman com o nome de Reynolds – o que reforça a ideia de que isso está cheirando a mais uma inimizade cômica a movimentar Hollywood, capaz de gerar ciúmes em Jimmy Kimmel e Matt Damon.

O mais incrível em Deadpool 2 é quando paramos para analisar atentamente o roteiro da trama (escrito pelo próprio Ryan Reynolds, em parceria com Paul Wernick e Reth Reese – estes últimos responsáveis por Zumbilândia), e vemos que ele não tem compromisso com nada, sem que isso lhe traga prejuízos; mas ao mesmo tempo, ele é genial por esbanjar tamanhas racionalidades, ao passo que há sim muita gente que não leva as coisas tão a sério, sejam elas quais forem. É um equívoco se referir a essa película como algo trash, capaz de acontecer só em um filme. Cena após cena, testemunhamos atos sem pena da ficção e da realidade, onde a obra estrutura sua comicidade, despertando gargalhadas com a virgindade dos personagens de X-Men e chocando ao enfatizar um pedido da Beyoncé, para parar de ser traída.

Dirigido por David Leitch, que só agora alcança o auge em uma desconhecida carreira, Deadpool 2 também sabe ser dramático, expondo um protagonista que sofre de amor ao mesmo tempo em que é inconformado com a sua deformação física. Os momentos emocionais dele com a sua esposa Vanessa (vivida pela atriz brasileira Morena Baccarin) investem em questões como paternidade e abandono, com fatos que propõe muita reflexão e inclusive sugerem que até o espectador possa se ver em cena. Mas como boa comédia que é, o filme migra para o que há de mais hilário, até com uma turnê mundial do herói e com a entrega de spoilers da própria obra em questão.

Em um clichê que meio que passa despercebido, o herói passa a ser um inimigo das autoridades, mas aí ele tem acesso a um novo postulante a mutante, que é jovem, gordo e de sentimentos feridos, em boas analogias de Deadpool 2 com o que é considerado o fundo do poço para heróis. A trama passa a ser uma geradora de surpresas, e dramas pessoais começam a gerar um aprimoramento no conteúdo do filme, que leva o espectador a criar teorias, e ficar na expectativa sobre o seu desfecho e a conclusão de certas tramas instigantes. Assim, me levo a aplaudir a boa qualidade dessa sequência, pois, para mim, o primeiro da série só funciona enquanto comédia, mas é um filme de ação como outro qualquer.

Sabendo de maneira perfeita criar coadjuvantes, dando destaque a um romance lésbico e a uma heroína negra, Deadpool 2 defende as minorias até com indiretas no roteiro, que escancara em seus derradeiros momentos um show de boas reviravoltas, em meio a excelentes brigas de computação gráfica (como o protagonista enfatiza), e mostra que a Marvel é bem mais que Os Vingadores e não precisa estar unindo seus heróis para que uma obra seja prestigiada. Assim, creio que já está na hora de despirmos Ryan Reynolds de sua fama de metido e confirmar que hoje ele é uma peça fundamental em Hollywood. 


0 comentários: