DEADPOOL
2
DIREÇÃO:
David Leitch
ELENCO:
Ryan Reynolds, Morena Baccarin e Josh Brolin
Um jovem mutante, no qual
muitos acreditam ter certa inocência em seus atos, passa a correr risco de vida
com a chegada de um soldado maquiavélico. Diante disso, mesmo contra a sua
vontade, Deadpool precisa salvar o rapaz, para poder se tornar um herói de
verdade. Assim, ele recruta sua sociedade de lutadores chamada “X-Force”,
que irá lhe propor momentos de reflexão, em meio a bizarrices.
Não tinha como ser à toa o que
foi visto nas últimas semanas: a perseguição de Ryan Reynolds (protagonista de
Deadpool 2) a Hugh Jackman, por onde o ator australiano passava, deu o que falar. O filme aqui
avaliado incrementou ainda mais isso, ao ter início com um close numa espécie
de caixinha de música, que ao invés de ter uma bailarina, tem um Wolverine
morto, que reforça as gargalhadas sobre a recente relação entre ambos. E o
passar da obra ainda mostra o super-herói (ou anti-herói) palhaço autografando uma imagem de
Jackman com o nome de Reynolds – o que reforça a ideia de que isso está cheirando
a mais uma inimizade cômica a movimentar Hollywood, capaz de gerar ciúmes em
Jimmy Kimmel e Matt Damon.
O mais incrível em Deadpool 2
é quando paramos para analisar atentamente o roteiro da trama (escrito pelo próprio Ryan
Reynolds, em parceria com Paul Wernick e Reth Reese – estes últimos
responsáveis por Zumbilândia), e vemos que ele não tem compromisso com nada, sem
que isso lhe traga prejuízos; mas ao mesmo tempo, ele é genial por esbanjar tamanhas
racionalidades, ao passo que há sim muita gente que não leva as coisas tão a
sério, sejam elas quais forem. É um equívoco se referir a essa película como
algo trash, capaz de acontecer só em um filme. Cena após cena, testemunhamos atos sem pena da ficção e da realidade,
onde a obra estrutura sua comicidade, despertando gargalhadas com a virgindade dos personagens
de X-Men e chocando ao enfatizar um pedido da Beyoncé, para parar de ser
traída.
Dirigido por David Leitch, que
só agora alcança o auge em uma desconhecida carreira, Deadpool 2 também sabe
ser dramático, expondo um protagonista que sofre de amor ao mesmo tempo em que é
inconformado com a sua deformação física. Os momentos emocionais dele com a sua
esposa Vanessa (vivida pela atriz brasileira Morena Baccarin) investem em
questões como paternidade e abandono, com fatos que propõe muita reflexão e inclusive sugerem
que até o espectador possa se ver em cena. Mas como boa comédia que é, o filme
migra para o que há de mais hilário, até com uma turnê mundial do herói e com a
entrega de spoilers da própria obra em questão.
Em um clichê que meio que
passa despercebido, o herói passa a ser um inimigo das autoridades, mas aí ele
tem acesso a um novo postulante a mutante, que é jovem, gordo e de sentimentos
feridos, em boas analogias de Deadpool 2 com o que é considerado o fundo do
poço para heróis. A trama passa a ser uma geradora de surpresas, e dramas
pessoais começam a gerar um aprimoramento no conteúdo do filme, que leva o espectador a criar teorias, e ficar na expectativa sobre o seu desfecho e a
conclusão de certas tramas instigantes. Assim, me levo a aplaudir a boa
qualidade dessa sequência, pois, para mim, o primeiro da série só funciona enquanto comédia, mas é um filme de ação como outro qualquer.
Sabendo de maneira perfeita
criar coadjuvantes, dando destaque a um romance lésbico e a uma heroína negra,
Deadpool 2 defende as minorias até com indiretas no roteiro, que escancara em seus
derradeiros momentos um show de boas reviravoltas, em meio a excelentes brigas de
computação gráfica (como o protagonista enfatiza), e mostra que a Marvel é bem
mais que Os Vingadores e não precisa estar unindo seus heróis para que uma obra
seja prestigiada. Assim, creio que já está na hora de despirmos Ryan Reynolds de
sua fama de metido e confirmar que hoje ele é uma peça fundamental em
Hollywood.
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