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domingo, 12 de agosto de 2018

MAMMA MIA – LÁ VAMOS NÓS DE NOVO

 

MAMMA MIA – LÁ VAMOS NÓS DE NOVO
DIREÇÃO: OI Parker
ELENCO: Lily James, Meryl Streep, Cher, Amanda Seyfried, Stellan Skarsgard, Pierce Brosnan e Colin Firth


Donna é uma mulher que viveu sua juventude de maneira bem ativa, assim como grande parte dos adolescentes. Apaixonada por música, ela, ao lado de suas amigas Tanya e Rosie, integra o grupo Donna & The Dynamo. Porém, em suas viagens pelo mundo, acaba se relacionando com três homens, que acabam criando um forte, conturbado e ao mesmo tempo eterno laço com ela.


É inevitável assistir Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo e não lembrar daquele segundo semestre de 2008, quando eu estava iniciando na crítica cinematográfica, paguei apenas R$ 3 para vê-lo e me diverti de verdade, a ponto de até hoje ter o DVD e inclusive ter comprado o cd com a trilha sonora. Mesmo com os questionamentos de se havia a necessidade de uma continuação, a confirmação da mesma trouxe uma expectativa e eu não ia me esquivar de acompanhar o novo filme da franquia.

Desta vez dirigido por OI Parker (que assinou o roteiro de O Exótico Hotel Marigold), ao invés da irregular Phyllida Lloyd, Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo ainda sabe fazer a exploração do potencial turístico de suas locações, fazendo de cada cenário um atrativo para quem deseja um dia visitar as ilhas gregas. Novamente iniciado com o ato da Sophie (Amanda Seyfried) enviar convites, logo ficou um sentimento de que não só as canções, mas a própria essência do primeiro filme poderia estar presente nessa sequência. Porém, de maneira até surpreedente, a obra assume um caráter 50/50, pois os flashbacks tomam conta da obra, como forma de comprovação da rebeldia juvenil da Donna, que a película antecessora tanto fez questão de pregar. E mirando justamente a formatura do colegial da dita-cuja, o cinema da última década dá mais uma prova do quão bem comportado é o High School Musical.

Não sei se realmente havia uma forte curiosidade por parte do público sobre como foi a relação de Donna com os “três pais” de Sophie (entendedores entenderão), mas esse retorno a fase jovial dela é justamente o maior sustento de Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo, que possui um inexplicável e sem noção falecimento em sua história. Ainda vale apontar que essa nova obra traz uma gafe: No primeiro filme, antes do início da música-tema dele, são exibidas as fisionomias jovens do Bill, do Sam e do Harry (Stellan Skarsgard, Pierce Brosnan e Colin Firth), mas nesta trama aqui avaliada, ocorre uma drástica substituição por três atores que cantam muito mal, onde o máximo que podemos reconhecer é que o sempre tímido e discreto Jeremy Irvine, já está se soltando mais.

Ainda falando no elenco, o que fora mantido do primeiro filme está preguiçoso e sem se fazer o mínimo de cobrança. Amanda Seyfried não é má atriz, mas continua sem conseguir se destacar numa obra que, teoricamente, era dela. A escalação da Cher para viver a mãe da Donna foi infeliz em todos os sentidos, para no final sermos brindados com uma personagem que em nada agregou a obra, unindo isso ao lamentável e excessivo envelhecimento que deram a Andy Garcia. Nem uma presença mais constante de Meryl Streep seria o suficiente para livrar Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo de defeitos, que só chegam a serem esquecidos com a espetacular atuação de Lily James, que dá vida ao entusiasmo, a força e a emoção presentes em sua personagem, sem deixar a peteca cair e dando personalidade a um papel que, envelhecido, seria interpretado pela melhor atriz do mundo.

Mantendo uma sábia perspicácia na utilização e reutilização das músicas do ABBA, o filme consegue agregar energia às interpretações das mesmas, garantindo um entretenimento, que serve como compensação a um roteiro sem uma história de fato interessante. Foi louvável a inserção de “Fernando” na obra, além de uma melhor utilização de “Waterloo” e um “Dancing Queen” que matou a vontade de muito homem em participar da coreografia.

Ao final da sessão, mesmo sem estar muito desapontado, a sensação que Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo me deu foi a seguinte: Sabe quando você está há 10 anos sem ver seus colegas de escola, bate uma saudade, marca-se uma reunião, eles vão, mas no fim você vê que foi algo desnecessário? Pois é, assim é o filme. Não quero ser radical o suficiente em dizer que ele é ruim, mas garanto que é preferível continuar apenas a curtir a sua trilha sonora.


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