MAMMA
MIA – LÁ VAMOS NÓS DE NOVO
DIREÇÃO:
OI Parker
ELENCO:
Lily James, Meryl Streep, Cher, Amanda Seyfried, Stellan Skarsgard, Pierce
Brosnan e Colin Firth
Donna é uma mulher que viveu
sua juventude de maneira bem ativa, assim como grande parte dos adolescentes. Apaixonada
por música, ela, ao lado de suas amigas Tanya e Rosie, integra o grupo Donna
& The Dynamo. Porém, em suas viagens pelo mundo, acaba se relacionando com
três homens, que acabam criando um forte, conturbado e ao mesmo tempo eterno laço com ela.
É inevitável assistir Mamma
Mia – Lá Vamos Nós de Novo e não lembrar daquele segundo semestre de 2008,
quando eu estava iniciando na crítica cinematográfica, paguei apenas R$ 3 para vê-lo e
me diverti de verdade, a ponto de até hoje ter o DVD e inclusive ter comprado
o cd com a trilha sonora. Mesmo com os questionamentos de se havia a
necessidade de uma continuação, a confirmação da mesma trouxe uma expectativa e
eu não ia me esquivar de acompanhar o novo filme da franquia.
Desta vez dirigido por OI
Parker (que assinou o roteiro de O Exótico Hotel Marigold), ao invés da irregular
Phyllida Lloyd, Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo ainda sabe fazer a exploração
do potencial turístico de suas locações, fazendo de cada cenário um atrativo
para quem deseja um dia visitar as ilhas gregas. Novamente iniciado com o ato
da Sophie (Amanda Seyfried) enviar convites, logo ficou um sentimento de que
não só as canções, mas a própria essência do primeiro filme poderia estar presente
nessa sequência. Porém, de maneira até surpreedente, a obra assume um caráter 50/50, pois os flashbacks tomam conta da obra, como forma de comprovação da rebeldia juvenil da Donna, que
a película antecessora tanto fez questão de pregar. E mirando justamente a
formatura do colegial da dita-cuja, o cinema da última década dá mais uma prova
do quão bem comportado é o High School Musical.
Não sei se realmente havia uma
forte curiosidade por parte do público sobre como foi a relação de Donna com os
“três pais” de Sophie (entendedores entenderão), mas esse retorno a fase jovial
dela é justamente o maior sustento de Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo, que possui um inexplicável e sem noção falecimento em sua história. Ainda vale apontar que essa nova obra traz uma gafe: No primeiro filme, antes do
início da música-tema dele, são exibidas as fisionomias jovens do Bill, do Sam
e do Harry (Stellan Skarsgard, Pierce Brosnan e Colin Firth), mas nesta trama
aqui avaliada, ocorre uma drástica substituição por três atores que cantam
muito mal, onde o máximo que podemos reconhecer é que o sempre tímido e discreto
Jeremy Irvine, já está se soltando mais.
Ainda falando no elenco, o que
fora mantido do primeiro filme está preguiçoso e sem se fazer o mínimo de
cobrança. Amanda Seyfried não é má atriz, mas continua sem conseguir se
destacar numa obra que, teoricamente, era dela. A escalação da Cher para viver
a mãe da Donna foi infeliz em todos os sentidos, para no final sermos brindados
com uma personagem que em nada agregou a obra, unindo isso ao lamentável e excessivo
envelhecimento que deram a Andy Garcia. Nem uma presença mais constante de Meryl Streep seria o
suficiente para livrar Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo de defeitos, que só
chegam a serem esquecidos com a espetacular atuação de Lily James, que dá vida
ao entusiasmo, a força e a emoção presentes em sua personagem, sem deixar a
peteca cair e dando personalidade a um papel que, envelhecido, seria
interpretado pela melhor atriz do mundo.
Mantendo uma sábia perspicácia
na utilização e reutilização das músicas do ABBA, o filme consegue agregar
energia às interpretações das mesmas, garantindo um entretenimento, que serve
como compensação a um roteiro sem uma história de fato interessante. Foi louvável
a inserção de “Fernando” na obra, além de uma melhor utilização de “Waterloo” e um “Dancing
Queen” que matou a vontade de muito homem em participar da coreografia.
Ao final da sessão, mesmo sem
estar muito desapontado, a sensação que Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo me deu
foi a seguinte: Sabe quando você está há 10 anos sem ver seus colegas de
escola, bate uma saudade, marca-se uma reunião, eles vão, mas no fim você vê que
foi algo desnecessário? Pois é, assim é o filme. Não quero ser radical o suficiente em dizer que ele é ruim, mas garanto que é preferível continuar apenas a curtir a sua trilha sonora.
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