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terça-feira, 20 de novembro de 2018

ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDELWALD


ANIMAIS FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDELWALD
DIREÇÃO: David Yates
ELENCO: Eddie Redmayne, Johnny Depp, Jude Law e Zoe Kravitz


Grindelwald é um temido vilão que escapa da prisão, e sem deixar escancarar sua real personalidade, reúne um grande número de seguidores para criar novos magos e dominar o mundo dos bruxos. Diante disso, Dumbledore e seu aluno Scamander iniciam uma luta para pôr fim a esse plano maquiavélico, apesar dos perigos existentes nele. Tal situação também será um verdadeiro teste de lealdade em uma sociedade cada vez mais dividida.


Lá se vão 17 anos da estreia de Harry Potter e a Pedra Filosofal, e a cada novo filme entrando em cartaz, o que mais se ouvia eram pessoas fazendo um pré-julgamento negativo das obras, munidos do senso comum de que uma trama se for fantasiosa e/ou infantil, automaticamente será ruim. Curiosamente, qualquer ser em são consciência sabe admitir que os oito filmes da saga e o primeiro Animais Fantásticos são todos bons, o que faz com que inclusive a crítica crie uma expectativa com o próximo longa. Pena que nada, nem ninguém estão imunes a falhas. Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é decepcionante!

Está me encantando a disponibilidade da escritora J.K. Rowling em estar expandindo os ambientes utilizados pelos seus personagens e fazer com que eles desbravem outras terras, expondo as belezas de certas localidades no início do século XX. E foi até sábio utilizar os Estados Unidos e o Ministério da Magia Americano como palco do prólogo para fazer valer a intensidade presente naquele primeiro ato, bastante alusiva à fama de rigidez da polícia da terra de tio Sam. A fuga digna de um vilão extremamente sanguinolento, está totalmente ligada aos padrões hollywoodianos. Logo, não deixa de ser uma forma da Inglaterra aplaudir os Estados Unidos, reforçando a grande parceria sempre existente entre as duas nações.

Acontece que qualquer elogio a Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é algo até surpreendente e questionável. Isso, não queiram achar que se trata de um filme bom. Dirigido pelo sempre competente David Yates e escrito pela Rowling (que não precisa provar nada a ninguém), a obra, protagonizada por um Eddie Redmayne recatado e pacato, produz uma introdução muito alastrada, sucedida por um desenvolvimento oco, onde pouco se pode extrair dos personagens, constrangendo até com reuniões familiares e amigáveis com direito a fofocas, numa grande alternância de ambientes que destacava uma mais fantasiosa e sombria direção de arte - não capaz de corresponder a esperança de ver a trama prosperar, visto que não demora para a mesma ficar cansativa, levando todos ao seguinte questionamento: “Aonde isso vai chegar?”.

Com uma linda e intensa trilha sonora composta pelo grande James Newton Howard, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald destoa do ditado e da cidade europeia, e mostra que para o filme, todos os caminhos levam a Paris. Com bons efeitos visuais, o desenrolar da história se encontra com enigmas desnecessários em cada personagem, que me fazem crer que se o filme fosse uma obra do quarto poder, seria aquele tipo de jornal impresso mais preocupado com imagens do que com textos, e o vilanismo presente em Grindelwald, que é a parte central do filme, fica em plano de fundo, pois seus desaparecimentos não fazem com que o público sinta a sua falta, assim como o Dumbledore nos faz esquecer que ele está presente na película.

Enquanto no elenco há um destaque a Zoe Kravitz (filha do Lenny, e que já tinha mostrado o seu potencial na linda série Big Little Lies), por outro lado temos um Johnny Depp desesperado pela ressurreição e o vencedor do Oscar Eddie Redmayne na pior atuação de sua carreira. Chegava a irritar! Mas sabem o que esses personagens têm em comum? Um fantástico trabalho de maquiagem, que talvez seja o melhor desde o início da saga Harry Potter. Repararam que apenas a parte técnica é digna de elogios?

Mesmo que tenha investido em um final avassalador, que foi um teste de coragem e de perspicácia para cada personagem não cair na teia, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald e seus segredos revelados não são suficientes para virar o jogo de um filme com uma história pouco atrativa, e que agora terá novas continuações para fazer de si uma franquia tão digna quanto os oito filmes protagonizados por Daniel Radcliffe. Que o Brasil ajude nisso, afinal tudo indica que aqui será o palco da próxima aventura.    


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