ANIMAIS
FANTÁSTICOS: OS CRIMES DE GRINDELWALD
DIREÇÃO:
David Yates
ELENCO: Eddie
Redmayne, Johnny Depp, Jude Law e Zoe Kravitz
Grindelwald é um temido vilão
que escapa da prisão, e sem deixar escancarar sua real personalidade, reúne um
grande número de seguidores para criar novos magos e dominar o mundo dos
bruxos. Diante disso, Dumbledore e seu aluno Scamander iniciam uma luta para pôr
fim a esse plano maquiavélico, apesar dos perigos existentes nele. Tal situação
também será um verdadeiro teste de lealdade em uma sociedade cada vez mais
dividida.
Lá se vão 17 anos da estreia
de Harry Potter e a Pedra Filosofal, e a cada novo filme entrando em cartaz, o
que mais se ouvia eram pessoas fazendo um pré-julgamento negativo das obras,
munidos do senso comum de que uma trama se for fantasiosa e/ou infantil,
automaticamente será ruim. Curiosamente, qualquer ser em são consciência
sabe admitir que os oito filmes da saga e o primeiro Animais Fantásticos são
todos bons, o que faz com que inclusive a crítica crie uma expectativa com o
próximo longa. Pena que nada, nem ninguém estão imunes a falhas. Animais
Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é decepcionante!
Está me encantando a
disponibilidade da escritora J.K. Rowling em estar expandindo os ambientes
utilizados pelos seus personagens e fazer com que eles desbravem outras terras,
expondo as belezas de certas localidades no início do século XX. E foi até sábio
utilizar os Estados Unidos e o Ministério da Magia Americano como palco do
prólogo para fazer valer a intensidade presente naquele primeiro ato, bastante
alusiva à fama de rigidez da polícia da terra de tio Sam. A fuga digna de um vilão extremamente sanguinolento, está totalmente ligada aos padrões
hollywoodianos. Logo, não deixa de ser uma forma da Inglaterra aplaudir os
Estados Unidos, reforçando a grande parceria sempre existente entre as duas
nações.
Acontece que qualquer elogio a
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é algo até surpreendente e questionável.
Isso, não queiram achar que se trata de um filme bom. Dirigido pelo sempre
competente David Yates e escrito pela Rowling (que não precisa provar nada a
ninguém), a obra, protagonizada por um Eddie Redmayne recatado e pacato, produz
uma introdução muito alastrada, sucedida por um desenvolvimento oco, onde pouco se pode extrair dos personagens, constrangendo até com reuniões familiares e
amigáveis com direito a fofocas, numa grande alternância de ambientes que
destacava uma mais fantasiosa e sombria direção de arte - não capaz de
corresponder a esperança de ver a trama prosperar, visto que não demora para a
mesma ficar cansativa, levando todos ao seguinte questionamento: “Aonde isso
vai chegar?”.
Com uma linda e intensa trilha
sonora composta pelo grande James Newton Howard, Animais Fantásticos: Os Crimes
de Grindelwald destoa do ditado e da cidade europeia, e mostra que para o
filme, todos os caminhos levam a Paris. Com bons efeitos visuais, o desenrolar
da história se encontra com enigmas desnecessários em cada personagem, que me fazem crer que
se o filme fosse uma obra do quarto poder, seria aquele tipo de jornal impresso
mais preocupado com imagens do que com textos, e o vilanismo presente em
Grindelwald, que é a parte central do filme, fica em plano de fundo, pois seus desaparecimentos
não fazem com que o público sinta a sua falta, assim como o Dumbledore nos faz
esquecer que ele está presente na película.
Enquanto no elenco há um
destaque a Zoe Kravitz (filha do Lenny, e que já tinha mostrado o seu potencial
na linda série Big Little Lies), por outro lado temos um Johnny Depp
desesperado pela ressurreição e o vencedor do Oscar Eddie Redmayne na pior
atuação de sua carreira. Chegava a irritar! Mas sabem o que esses personagens
têm em comum? Um fantástico trabalho de maquiagem, que talvez seja o melhor
desde o início da saga Harry Potter. Repararam que apenas a parte técnica é
digna de elogios?
Mesmo que tenha investido em
um final avassalador, que foi um teste de coragem e de perspicácia para cada personagem
não cair na teia, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald e seus segredos
revelados não são suficientes para virar o jogo de um filme com uma história
pouco atrativa, e que agora terá novas continuações para fazer de si uma franquia
tão digna quanto os oito filmes protagonizados por Daniel Radcliffe. Que o
Brasil ajude nisso, afinal tudo indica que aqui será o palco da próxima aventura.
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