HOMEM-ARANHA
NO ARANHAVERSO
DIREÇÃO:
Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman
ELENCO:
Liev Schreiber, Mahershala Ali, Hailee Steinfeld, Lily Tomlin, Nicolas Cage e Shameik
Moore
Com
a morte de Peter Park, um garoto chamado Miles passa a ser o novo Homem-Aranha,
que almejando fazer jus a função, declara guerra ao Rei do Crime – um temido
vilão, que quer tomar posse da tecnologia de diversas dimensões. O agravamento
da situação faz com que inúmeros heróis aracnídeos se juntem por um bem comum
da humanidade.
Apesar
dos quadrinhos e desenhos animados sempre terem sido fatores fundamentais para
o engrandecimento desse super-herói que é o Homem-Aranha, há de reconhecer que
os três filmes em estilo live-action, protagonizados por Tobey Maguire e
dirigidos por Sam Raimi, são o ponto forte pela definição daquilo que esse ser
aracnídeo é o que é hoje. Não à toa, este filme aqui avaliado começa como uma
espécie de ode à obra de 2002, indicada a 2 Oscars, que lotou os cinemas de
todo o mundo e fez do beijo entre o Peter Parker e a Mary Jane da Kirsten Dunst
um dos mais aplaudidos da história.
Dirigido
por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, todos com vasta experiência no
cinema de animação, Homem-Aranha no Aranhaverso é, só em sua concepção, dotado de uma
ousadia gigantesca por se arriscar em um estilo, no tocante em que o supracitado
live-action já tenha tornado estável a forma de expressão do personagem. Mais
impressionante que isso é a constatação de que, há 1 ano, a ideia era que esta
obra fosse passar despercebida no meio cinematográfico, no máximo atingindo um valor
considerável nas bilheterias. A verdade é que, no final das contas, temos
simplesmente o melhor filme de animação de 2018 – um orgulho para a Sony
Pictures, que freia a majestade da Disney/Pixar.
Curiosa
e inteligentemente, o roteiro escrito pelo diretor Rodney Rothman, em parceria
com Phil Lord, busca, pela primeira vez, dá voz aos policiais e dá voz aos seus
argumentos para a tamanha rejeição que eles têm do super-herói, que antes era
só exibida como uma mera caça, sem uma explicação concreta. A perspicácia já
constatada da estruturação de Homem-Aranha no Aranhaverso se incrementa ao mostrar
que não há problema algum em escancarar que Peter Parker não é único, tampouco
a aranha que, com sua picada, lhe concedeu poderes. Logo, a multiplicação dos
mesmos e de suas respectivas dimensões, investida em um tema polêmico, mas defendido por muitos, foi inserida dentro de um contexto coeso e que deu uma
nova e bem vinda faceta às histórias de super-heróis.
Corajoso
e inclusive emocionante, com uma linda referência ao saudoso Stan Lee, Homem-Aranha
no Aranhaverso soube trabalhar com eficácia alguns princípios não-invioláveis
das artes, como o de não matar protagonista antes do final, que tratando a
trama tanto em volta dos heróis, quanto em problemas familiares, o ritmo ágil do
filme lhe permitiu que o show de reviravoltas e surpresas já brotassem o ato de
ovacionar a obra, antes mesmo do seu término.
Com
boas mensagens, ecoando a família como a força maior de qualquer cidadão,
aliando os diversos contextos com bons ideais inclusivos, Homem-Aranha no
Aranhaverso aproveitou vorazmente o drama de cada personagem e montou um digno
duelo do bem contra o mal, recheado de deliciosas alusões. Tudo isso sob a
liderança de um grande time de diretores e produtores, que em um número maior que os padrões, mostraram que, acima de tudo, abrir mais espaço no time de
criadores pode ser benéfico para o melhor resultado de uma trama, e
principalmente, mostrar quão bem sucedida pode ser a junção precisa de criatividade
e ousadia em seus extremos.
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