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domingo, 26 de maio de 2019

ALADDIN


ALADDIN
DIREÇÃO: Guy Ritchie
ELENCO: Mena Massoud, Naomi Scott e Will Smith


Jasmine é uma linda princesa que, por acaso, conhece o pobre ladrão Aladdin, que se encanta pela beleza da moça, sem saber que ela é a herdeira do Sutão. Após verdades virem à tona, ele, com seu bom jeito malandro de ser, se passa por um homem rico para conquista-la, mas ao mesmo tempo, depara-se com um temível feiticeiro, que tenta destruir a família de sua amada, para deter o poder da região.


Movida a gosto de gás para transformar todos os seus clássicos em impactantes obras no estilo live-action, temos que admitir que a Disney, que de fato já entregou boas obras, não tem economizado no deleite visual de suas películas, impressionando pela ousadia e criatividade em retratar passado, presente e futuro, como pode ser visto em Aladdin, que acomodado em um ambiente tal qual o Oriente Médio, tem em seu cartão de boas vindas um lindo design de produção e um espetacular trabalho de figurino, que, ao meu ver (posso estar sendo um pouco precipitado), pode render um Oscar, na categoria, para Michael Wilkinson, que já disputou o prêmio em 2014, por Trapaça

Tendo na direção logo Guy Ritchie - o famoso ex-marido de Madonna, que tem uma fraca carreira como cineasta (Destino Insólito é vexame eterno), mas muitos insistem em ainda lhe dar moral, Aladdin, na inevitável comparação com o filme de 1992, estrutura-se de uma maneira bem mais musical, só que não constituindo assim um efeito positivo, devido a baixa qualidade das canções originais, que tentam se levar a sério na mesma maneira que Randy Newman fez em seu péssimo trabalho em A Princesa e o Sapo, e assim, a Jasmine surge tão melosa quanto a Gabriella Montez da Vanessa Hudgens, neste que é, sem dúvidas, um fraco High School Musical das Arábias. 

Almejando centrar-se cada vez mais no personagem que dá nome ao filme, Aladdin exagera na pirraça do protagonista, que simplesmente viciado em dar prejuízos aos próximos, é, negativamente falando, presenteado com a presença do Gênio, que, concebido por efeitos visuais, tem seus músculos definidos de maneira agravantemente exacerbada, como se o Will Smith (seu intérprete) alguma vez na vida tivesse sido um sexy simbol, e claramente tenta, em muitos momentos, destacar tais atributos físicos, que em certos atos beira a apelação. Sobre o "maluco no pedaço", pelo menos faz-se justo admitir que ele fez uma boa atuação, como há muito tempo (talvez uns 15 anos) não se via, nesse que é um dos mais superestimados atores de Hollywood.

Reconhece-se que a maior injustiça talvez seja rebaixar o filme ao extremo, apesar dele de fato não ser bom. O casal principal não fez feio cantando a lendária música "A Whole New World", e, de maneira curiosa, embarcam na guinada que, em alguns momentos, o filme dá, visto que, apesar da fraca atuação de Mena Massoud, os exageros do Aladdin conseguiam se transformar em carisma, em um ponto positivo do roteiro escrito por Guy Ritchie, em parceria com John August (braço direito de Tim Burton, tal como Johnny Depp e Helena Bonham Carter), mas que também peca bastante por expor de maneira muito simples, rápida e direta a revelação de fortes segredos. E neste ponto, cabe enfatizar o trágico trabalho de antagonismo da obra, onde o Jafar era um ser qualquer, que, diga-se de passagem, tinha seus poderes maléficos facilmente violáveis, e ainda encontrou em Marwan Kenzari um trágico intérprete, sem expressão alguma e incapaz de fazer brotar o dom de colocar medo no espectador. 

Mais infantil que o filme animado, Aladdin inexplicavelmente se entrega ao clichê, mais manjado impossível, do reencontro do personagem com sua própria personalidade, que não se coloca incólume o suficiente para burlar a magia de seu desfecho. Talvez tendo em Naomi Scott (que em breve poderá ser vista na nova versão de As Panteras) o único ponto que se salva, a obra leva a Disney a um, apesar de boas sucessões, inevitável ponto fraco em seu afã de, corriqueiramente, transformar suas lindas obras do passado (distante ou não), em um festival de revivais, que se não houver um pouco de cautela, pode fugir do controle. Sendo assim, O Rei Leão já me preocupa. 

   


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