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sábado, 16 de novembro de 2019

AS PANTERAS



AS PANTERAS
DIREÇÃO: Elizabeth Banks
ELENCO: Kristen Stewart, Naomi Scott, Ella Balinska, Patrick Stewart, Elizabeth Banks e Noah Centineo


Três mulheres, que trabalham arduamente com investigação e segurança, mas que antes só prestavam os seus serviços em solo americano, agora são requisitadas no mundo inteiro. No momento em que uma perigosa tecnologia coloca muitos em alerta, as garotas são colocadas em ação para proteger a sociedade, mesmo que isso custe suas próprias vidas.


As Panteras foi uma famosa série americana, que estreou na década de 1970 e durou 5 temporadas, com bastante popularidade ao redor do mundo. Quase 30 depois, a obra televisiva se transformou em dois filmes, com elenco reformulado e que também conseguiu cair nas graças do público. Curiosamente, o ibope de ambos não se refletiu na crítica, que sempre diminuiu tais produtos audiovisuais. Ao mesmo tempo, não surpreende o fato das três mulheres entrarem na mira dos remakes, e em 2019 podemos testemunhar a querida Elizabeth Banks debutando na direção. O resultado final transborda pesar, pois é lamentável afirmar que profissionais tão admiráveis embarcaram num projeto irregular.

Iniciando a obra com imagens que causaram uma grata surpresa aos brasileiros no lançamento do trailer, As Panteras, com vista para o Pão de Açúcar, fazem seu primeiro trabalho no Rio de Janeiro. Só podemos acreditar que a diretora, felizmente, deve ter ficado com uma boa impressão da Cidade Maravilhosa, quando lá esteve durante as Olimpíadas de 2016. As protagonistas esbanjam, a princípio, ingenuidade e um jeito submisso de ser, para finalmente mostrar quem são. Assim, poucos minutos parecem suficientes para mostrar que Banks (que também assina o roteiro) está totalmente munida de clichês para executar a obra de ação. O perigo já reside aí! Só que sem fugir de uma necessária nostalgia, figurinos e imagens de Farrah Fawcett, Jaclyn Smith, Kate Jackson, Cheryl Ladd, Cameron Diaz, Lucy Liu e Drew Barrymore (produtora executiva deste) acabam sendo uma boa homenagem, apesar deste filme mostrar que duas praticamente atiradoras de elite e uma moça inteligente buscando lugar ao sol, chegaram ao posto de pantera não com tais atributos, e sim da pior maneira possível (evitemos os spoilers!). Dá para uma sociedade se sentir segura?

A preocupação do público é notável: essa obra vai funcionar? Fortes de sequências de ação não faltam, mas incomoda a ausência de cinismo, dos desafios às leis da física e de até algumas piadas - e se estas últimas aconteceram, atestam a tragicamente apelativa atuação de Kristen Stewart, totalmente medíocre, após tão bons trabalhos feitos, desde que foi encerrada a franquia Crepúsculo. As operações esbanjam complexidade em suas justificativas, no mesmo instante em que o filme quer se mostrar como uma caixinha de surpresas, sendo que o vilanismo não surpreende ninguém; aliado a isso, também torna-se inexplicável o status de Elena (vivida por uma fraca Naomi Scott, que há poucos meses estava tão carismática em Aladdin) no grupo - totalmente desprovida de conhecimento de causa e ainda ser uma das líderes de uma equipe que prima pela segurança do planeta. 

Ora pois, vimos em 2000 e em 2003, a Natalie, a Dylan e a Alex escapando com inteligência de situações delicadíssimas. Elas tinham que ser copiadas? Não, mas o que As Panteras de 2019 mostra é uma bela antítese, pois Sabina, Elena e Jane são totalmente atrapalhadas e sem eficácia numa trama crua e confusa, tais quais as mudanças repentinas de países, onde seus acontecimentos são estruturados com ocas deduções, providas dos personagens de uma maneira fácil e simples demais, não abrindo mão do jeito curto e grosso de ser. Para cada ato, justificativas não existem ou não fazem o mínimo sentido, assim como personagens totalmente descartáveis, que poderiam inclusive extrair o talento de jovens promessas, como Noah Centineo. 

De fato, relembra-se que As Panteras nunca foi sucesso de crítica, nem na televisão, tampouco no cinema, mas sempre conseguiu entreter. Particularmente, acho As Panteras Detonando ruim, mas sempre o assisto. Voltando ao filme aqui avaliado, vale admitir que Elizabeth Banks colocou um bravo grau de dificuldades nas cenas de ação, mas pecou na coerência estrutural da trama, como pôde ser visto em seu desfecho, onde ao tentar engrandecer a, diríamos, "corporação", diminuiu tragicamente o trabalho das três mulheres, jogando na cara que, de fato, sozinhas elas não dão conta do recado. Lamentável, pois a linha, apesar da boa atuação de Ella Balinska, de uma maneira deprimente, quando parecia que ia se manter num bom escalão da sétima arte, caminha a passos largos na estrada rumo ao imediato esquecimento. Sua baixa bilheteria está aí para comprovar.


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