SIMPLESMENTE ACONTECE
DIREÇÃO: Christian Ditter
ELENCO: Lilly Collins e Sam Claflin
Amigos inseparáveis, desfrutando de todas as maravilhas e
dificuldades da infância, juventude, escola e família. Esses são Rosie (Lilly
Collins) e Alex (Sam Claflin). Sim, trata-se de uma improvável (?) amizade
entre um homem e uma mulher, bem estruturada mesmo com a atração que pode
brotar com a fase de transição que a juventude impunha. O rapaz muda-se para os
Estados Unidos, após ser aceito para estudar Medicina em Harvard. A distância
pode até fazer com que um não esteja a par da vida do outro, mas sempre haverá
uma ligação entre os dois.
Simplesmente Acontece não é uma obra de fácil aceitação para
quem tem a crítica de cinema como função. E só a sinopse já pode afugentar
muita gente. Os ingredientes de um filme tipicamente jovem podem denotar
negatividade, pois corre o risco de ser uma obra que carrega grandiosos clichês
nas costas, aliados a um típico belo casal jovem, que, por si só, deve atrair um público pipoca. Felizmente não é tão ruim quanto parece e verdadeiramente vale
a pena. Mas baseado no que foi falado até aqui, o filme chegou sim a ser mal
recebido por uns, por isso, dizer que ele foi mal interpretado não é exagero.
Deixemos os autores livres para montarem suas obras como bem
entenderem, mas se eles preferem fazê-las de maneira contemporânea, cabe
apontar que está mais do que ultrapassado o ato de estruturar tramas jovens em
panelinhas masculinas e femininas, ou melhor falando, clube do bolinha e clube
da luluzinha. Impor uma interrogação ao chamar de improvável uma amizade entre
homem e mulher é mais do que natural para os padrões atuais, por que de fato
existe, e Simplesmente Acontece a trabalha de maneira eficaz, focalizando desde
o acompanhar em festa, a primeira bebedeira, as confidências amorosas, a
construção de sonhos... e tudo isso sobre total amparo dos pais de ambos, que
dão força e autenticidade àquela amizade. Quem vive dessa forma não considera o
filme uma quebra de paradigmas.
Como não poderia deixar de ser, há a famosa separação antes
do adentrar a faculdade, onde, por mais triste que seja, consegue haver um
sentimento amenizado pela certeza de que aquele elo continuará, e as vitórias
na vida de um são as comemorações da vida do outro. Para não dizer que o filme
seja muito bom, talvez a insistência em alguns segredos por ambas as partes
podem ter sido uma forçação de barra por aquilo que o filme exibira, mas
louva-se a reinserção de alguns personagens na trama, seja de maneira
inteligente ou de maneira hilária.
Protagonizando Simplesmente Acontece temos os jovens atores
Lilly Collins e Sam Claflin, que podem ainda não ter se jogado em filmes mais
sérios para colocarem a prova o talento que, de fato, eles têm. Em
contrapartida, jamais entregaram atuações constrangedoras, mesmo errando em
algumas escolhas. Neste filme, a filha de Phil Collins reconhece sua Rosie como uma mulher imatura, mas que necessita de crescimento pessoal, pois vê sua filha
crescendo a seus olhos, mas jamais se desfaz dos trejeitos joviais, que em
hipótese alguma diminui a personagem. Claflin buscou a ingenuidade e seriedade
do Alex, desprovido da exibição de seus atributos físicos que foram muito
aproveitados em Jogos Vorazes – Em Chamas. O jovem amadurece com o personagem,
justificando no auge da abordagem masculina em cima do mesmo, a exibição de um caráter
responsável e dos vacilos que ele estava propício.
No que o filme devia investir num relacionamento amoroso,
Simplesmente Acontece conseguiu trabalhá-lo no momento certo e trazendo fatos sucintos
para justificá-lo. Se uma grande amizade perdura a muita tempo e se há
realmente uma afinidade entre os mesmos, então porque não elevá-la para outro
nível? Um namoro ou um casamento, por exemplo. Mas aí, fica a dúvida se o fator
amizade pode sobressair. Afinal, os psicólogos defendem que namoro e casamento
não podem ser somente uma sociedade. Por isso o filme o exibe em uma única cena.
Não cabe nem ao diretor, nem a roteirista, nem ao público decidir como o casal
tocará sua vida para frente. Deixemos eles decidirem.
Apelando para uma agradável relação, sem exageros, nem
decepções deploráveis, Simplesmente Acontece é daqueles filmes simples que pode
ser esquecido, mas dá para se sentir bem vendo-o e não há problema algum em
prestigiá-lo mais vezes.
1 comentários:
Gosto de comédias românticas. Essa me parece ser bem clichê. De toda maneira, assistiria ao filme sem problemas!
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