IT - A COISA
DIREÇÃO: Andrés Muschietti
ELENCO: Bill Skarsgard, Javier Botet, Owen Teague, Jaeden Lieberher e Nicholas Hamilton
Em uma pequena cidade, o
desaparecimento de crianças vem chamando a atenção da população. Não imunes ao
tormento, um grupo de jovens se depara a um palhaço diabólico chamado Pennywise
e terão que superar esse temor secular, para derrotar esse inimigo que é o
responsável pelos males dessa sociedade.
Só mesmo uma obra adaptada de
um dos principais livros de Sthepen King, e que hoje alcança números históricos
no cinema de terror, para me fazer escrever sobre um filme do gênero neste
blog. Não quero bancar o preconceituoso. Pelo contrário, não me sinto censurado
a assistir qualquer película, independente de gênero ou temática, mas ao mesmo
tempo tenho que admitir que filmes de terror não são os meus preferidos, mas eu
tinha uma crença de que It – A Coisa ia em muito me agradar. Neste caso, minha
intuição não falhou.
Dirigida pelo cineasta
argentino Andy Muschietti (responsável por Mama), a obra aqui avaliada,
passa-se na década de 1980, e ao focalizar sua trama em personagens
pré-adolescentes, permite que seu prólogo invista em cenas que fomentam a
tenebrosa cultura do porão e típicas situações escolares americanas, como a do
valentão agredindo os mais indefesos. À primeira vista, poderiam ser belos
exemplos de clichês, mas tal prática não pode ser prematuramente condenável,
visto que clichês podem vir a serem bem usados, constituindo assim uma base
para um filme e que resulta no sucesso da história. James Cameron já provou
isso em Titanic e Avatar, e It – A Coisa passa a fazer parte da estatística.
Com um ritmo bastante ágil, o
filme cria figuras e casos sem investir em delongas, e seu principal
antagonista dá as caras logo da maneira mais aguardada: a famosa cena do
bueiro, que por sinal é única e tal intenção propicia um uso diversificado e
positivo de espaço a todos os personagens. Voltando a primeira aparição de Pennywise, ela
mostra que ali, o grau de periculosidade do palhaço e o nível de horror que o
filme conseguiria atingir já estava sendo posto à prova. Logo, eis um acerto de
Muschietti de querer ser impactante com o início de It – A Coisa, e felizmente
aquilo que ele almejara, surtiu todo o efeito.
Sabendo da responsabilidade
que é levar às telonas a adaptação de uma obra de Sthepen King, o filme consegue
dosar o medo, a atividade antagonista com grandiosos efeitos visuais que fazem
jus a atualidade, e o enigma existente nos personagens secundários, que desde a
vizinha testemunha do primeiro assassinato aos machões da escola que eram
capazes de marcar um nome com faca na barriga de alguém, já se sabia que
poderia estar sendo tramada uma evolução no grau de perversidade deles, que
uniam-se à criação de fatos sobrenaturais, típicos do imaginário infanto-juvenil
e que em tela eram precedidos pela aparição de um balão vermelho flutuante, que não
deixava de ser um alerta para o espectador, para prepara-lo a uma bela dosagem
de medo em cada ato.
O time de jovens que leva a
trama segura bem suas funções, mostrando que sabem perfeitamente trabalhar em
equipe, seja enquanto personagens ou atores. É inevitável associá-los a série
Strangers Things, mas vale ressaltar que eles não são uma cópia, mas sim o
objeto de inspiração ao atual sucesso da televisão mundial, por terem sido
concebidos na década de 1980, como It – A Coisa faz questão de sempre
ressaltar, retratando inclusive com primor cenários e objetos do período, e
inclusive citando ídolos jovens da época, como a atriz Molly Ringwald (estrela
de A Garota de Rosa Shocking e Clube dos Cinco).
Hipnotizante dentro e fora das
telonas, It – A Coisa, com poderosas doses de pânico, constrói-se imune a
artificialidades, sem perder a eficácia, em meio a mocinhos carismáticos
lidando com um palhaço que tem seu poderio maléfico elevado ao extremo, o que
denotou que, mesmo que um final feliz possa ser regra, o ato de se preparar para
um trunfo vilanesco consume o público, que agora se depara a um mais autêntico duelo
do bem contra o mal em filmes de terror, deixando todos dispostos a mais
experiências do tipo.
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