OS
VINGADORES – GUERRA INFINITA
DIREÇÃO:
Anthony e Joe Russo
ELENCO:
Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Mark
Ruffalo, Anthony Mackie, Elizabeth Olsen, Chris Pratt, Zoe Saldana, Chadwick
Boseman e Tom Holland
Thanos é um explosivo e
perigoso ser do mal, que adentra o nosso planeta para pôr em prática um
devastador projeto que pode acabar com o universo. Com isso, um seleto grupo de
poderosos super-heróis se unem para uma arriscada jornada, com o intuito de
livrar a raça humana da destruição.
Agora mais do que nunca se
faz necessário que a Marvel invista na reunião de todos os seus super-heróis, até
mesmo porque as obras anteriores, nas quais tal fato fora investido, não haviam parâmetros para comparações pertinentes ao universo do gênero. Já que a DC
Comics lançou a sua Liga da Justiça, o filme aqui avaliado torna-se diferente e
especial, pois agora ele vai para um grande e maior embate entre poderosos estúdios, e
tenta se sobressair aos medianos dois primeiros filmes da franquia. Ele conseguiu
a proeza? Sim, e com louvor.
Bastou Os Vingadores – Guerra Infinita
ser lançado, para o nome Thanos ganhar mais destaque que qualquer herói, e basta
conferir o primeiro ato do filme para se notar o quão em evidência ele está.
Dirigida pelos jovens cineastas Anthony e Joe Russo (sim, eles são irmãos e
responsáveis por outros filmes da Marvel), a obra mostra, sem delongas, que
agora chegou a vez dos vilões, onde numa já esperada batalha inicial, comumente equilibrada
entre protagonismo e antagonismo, se vê aqui que não há chance alguma para a parte
benevolente da história, já que todos estão previamente derrotados, e até o
todo poderoso e incrível Hulk (perdão pelo trocadilho no adjetivo) se mostra bem abaixo
daquilo que tem que enfrentar. Para os terráqueos, apenas uma informação:
Thanos está chegando e não é exagero dizer que o destino do universo está em
jogo.
Confesso que estranhei a
atitude de Os Vingadores – Guerra Infinita de colocar praticamente todos os seus
super-heróis no grupo (inclusive o recém-celebrado Pantera Negra), que cresceu numericamente de maneira considerável,
comparado ao primeiro filme da saga. Mas aí a decisão passa a ter sentido com o
bom roteiro escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely (que antes de
migrarem para este gênero, roteirizaram a franquia As Crônicas de Nárnia), pois
se o inimigo é o mais difícil a ser confrontado, não se pode economizar na força
necessária para fazer com que os vingadores triunfem novamente. Logo, as mais de
duas horas de filme apresentam ousadia, originalidade e criatividade tanto na
trama, quanto na parte técnica (principalmente os efeitos visuais), que acabam
sendo notavelmente condizentes com os objetivos da obra.
Para o público que acompanha,
há uma deliciosa satisfação a cada aparição de um novo personagem, mesmo que
tardiamente; e para os meus conterrâneos, foi muito bom ver os Lençóis Maranhenses
novamente em Hollywood (eles também não passam despercebidos na linha Cinquenta Tons
de Cinza). Finalmente incutidos no grupo, os personagens de Guardiões da
Galáxia levam para a obra o humor saudável que ela necessitava, e conseguem se
adaptar bem ao novo “universo”, mesmo que eu ache que o grande potencial de
Chris Pratt não tenha sido aproveitado num ótimo filme, que, por horas, fez de
uma busca por joias, uma metáfora de uma procura por um anel precioso, que os
cinéfilos acompanharam há algo em torno de 15 anos.
Sendo características bem
presentes nos filmes da Marvel, os dramas familiares ganham força maior em Os
Vingadores – Guerra Infinita, interferindo ainda mais na história, já que isso
serve de ponto fraco para os heróis e de alimento para o aumento na perversidade de Thanos – o que brota em
cada herói, o afã de logo destruir o vilão, numa atitude que seria mais uma
questão de honra individual, do que uma medida para proteger uma sociedade. E neste
filme, funcionou melhor o poder do diálogo entre os vingadores, em meio a um
grande ego que cada um carrega. Desta vez, o que pôde ser visto foi um posicionamento
no lugar e no momento certo, pois havia sim um objetivo comum a ser alcançado,
e diante das adversidades, quem se entregasse, poderia vir a pagar um preço alto,
mas curiosamente seria algo profundamente humanitário – o que não diminuiria
nenhum deles.
Como não costumamos ver na
sétima arte, a Marvel criou para Os Vingadores – Guerra Infinita, um vilão teoricamente
imbatível – fato que também se comprovou na prática. E o filme, corajosamente
investiu em um final que emocionou a muitos (não a mim, confesso!) e que não segue
uma linha de raciocínio lógica para qualquer espectador. Seria esse um fator
negativo para a obra? De forma alguma, pois fica uma lição: o próprio gênero de super-heróis nos dá
inúmeras provas de que os antagonistas conseguem se reinventar e se reerguerem.
Então, porque os nossos defensores também não podem? Ali, naquela ocasião, não
havia outro jeito, mas que ninguém se esqueça: a guerra é infinita. A Marvel
conseguiu alcançar o seu ápice.
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