OITO
MULHERES E UM SEGREDO
DIREÇÃO:
Gary Ross
ELENCO:
Sandra Bullock, Cate Blanchett, Helena Bonhan Carter, Anne Hathaway, Sarah
Paulson, Awkwafina, Mindy Kaling e Rihanna
Debbie é uma mulher que está
presa, mas sem a mínima intenção de abandonar a criminalidade, planeja por cinco
anos um assalto que será executado assim que ela deixar a prisão. Logo, ela
recruta um grupo de especialistas, visto que o alvo é um colar de diamantes no
valor de US$ 150 milhões e que estará no pescoço de uma famosa atriz, num baile
de gala. Driblar a forte segurança não será nada fácil nessa arriscada
empreitada.
Num belo e necessário momento
em que a indústria cinematográfica tenta elevar o papel da mulher em seus
trabalhos, na defesa pessoal e profissional do gênero, foi um regozijo perceber
que nos últimos anos, remakes estrelados em outrora por homens, passavam a
contar com o protagonismo feminino, numa fórmula que parecia dar certo,
visto que Caça-Fantasmas foi uma das melhores comédias de 2016. Oito Mulheres e
um Segredo, mesmo com três elementos a menos que o original, reunia características chamativas.
Só ter as vencedoras do Oscar Sandra Bullock e Cate Blanchett no primeiro pelotão,
já era algo impactante, mas como treino é treino e jogo é jogo, o final da
história exalou decepção.
O que mais deixa um ar de
esquisitice pairando é o fato da ideia de uma trama feminina persistir em ecoar
a força das mulheres e o seu lugar ao sol. Até aí tudo bem, mas acontece que a Debbie traz consigo
um ideal de manter a honra de sua criminosa família viva e intacta, tendo justamente num homem
(Danny Ocean, vivido por George Clooney em Onze Homens e um Segredo) a
figura santificada na qual ela deve estar sempre sendo uma devota. Logo,
querendo ou não, sendo ele a pessoa que mais deve ser agradada com o “sucesso”
do assalto, tem-se uma conclusão de que aquelas oito mulheres acabaram por ser
submissas. Assim, é inevitável a conclusão de que a obra embarcou numa imensa contradição, ao ferir profundamente um princípio feminista.
Voltando ao supracitado Oscar,
curiosamente as atrizes de Oito Mulheres e um Segredo são justamente apresentadas
numa ordem que privilegia quem já tem pelo menos uma estatueta dourada em casa.
Se foi proposital ou não, isso eu já não sei. Sandra Bullock, que é o maior
nome ligado a comédia no elenco, surge em seu maior estilo gaiata e cínica, e
ao ganhar a companhia de Cate Blanchett, elas não economizam em suas poses femme
fatale, num ambiente em que a criminalidade é puro glamour. Num tocante em que Anne Hathaway se apresenta reclusa até certo ponto, para depois expor uma bela reviravolta em sua boa atuação, Helena Bonhan Carter mostra-se claramente desconfortável em seu papel, enquanto Sarah Paulson esbanja talento
e presença, até quando não precisa. Dentre as novatas, prazer em conhecer
Awkwafina e Mindy Kaling, e quanto as apostas arriscadas, que os cineastas
parem de acreditar que a Rihanna pode ser atriz.
Trocando os jogos pela moda, Oito
Mulheres e um Segredo até enaltece o ato da esperteza com as próprias peculiaridades
femininas, ao fazer delas seres capazes de se recompor com bastante estilo e beleza, mesmo tendo apenas 45 dólares no
bolso; e ainda consegue extrair de algumas atrizes do time, um potencial humorístico num
universo dominado pelos homens. Acontece que ao som de uma trilha bem familiar, composta por Daniel Pemberton, a trama, dirigida por Gary Ross (de Jogos
Vorazes e Quero Ser Grande) e escrita por ele, em parceria com Olivia Milch,
exagera nos clichês da moda, ao ponto de despudoradamente inserir a poderosa editora Anna
Wintour no filme; e com uma tecnologia avançada para o período e que desafia
certas leis da física, o modo vingança é ativado em atos que nos remetem a
obras, como O Diabo Veste Prada, As Panteras, dentre outras, que levam Oito
Mulheres e um Segredo a pecar no fator originalidade que o filme necessita,
mesmo sendo ele um remake.
As aparições relâmpagos de
estrelas de diversos segmentos, como Kim Kardashian, Kendall Jenner, Heidi
Klum, Common, Serena Williams e Dakota Fanning reforçam o exposto no parágrafo
supracitado e enfatizam um caráter comercial do filme, que no andar de sua
carruagem, acaba por ser uma obra extremamente falha, sem se dar conta dos
inúmeros prejuízos artísticos presentes nela.
Mas se há uma coisa que deve
ser reconhecida é o final antecipado e inteligente de Oito Mulheres e um
Segredo, com direito a todos os exageros que a High Society exige, com boas
caixinhas de surpresas, que surgiram como uma luz no fim do túnel de um filme
que tantos esperamos que fosse dar certo. Reverteu os defeitos? Infelizmente não, mas
acabou por tornar a obra como algo que tinha um objetivo (um tanto quanto nada
cinematográfico) e que o cumpre, mas isso não quer dizer grandes coisas. Talvez
não diga absolutamente nada!
1 comentários:
Após dezessete anos do começo de uma trilogia muito bem sucedida comandada pelo talentoso diretor Steven Soderbergh, Onze Homens e Um Segredo ganha um spin-off inteiramente feminino, cuja trama envolve as habituais traições, planos inteligentes, crimes e muito dinheiro envolvido – óbvio. Sarah Paulson fez um excelente trabalho no filme, sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz, desfrutei do seu talento neste filme The Post filme faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador.
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