HOMEM-FORMIGA
E A VESPA
DIREÇÃO:
Peyton Reed
ELENCO:
Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Laurence Fishburne e Michelle
Pfeifer
Scott Lang é um sujeito que vê
sendo multiplicadas as preocupações existentes no acúmulo das funções de pai e
super-herói. Diante desse quadro que nunca ameniza, ele é convocado para uma
nova missão, onde segredos do passado e perigos atuais e futuros devem ser
desvendados e vencidos, de acordo com a sua gravidade.
Não se pode haver tanta
ingenuidade em negar o fator comercial existente por trás da grande leva de
filmes que a Marvel lança anualmente. Grandes números de bilheteria são
inevitáveis, agradando em muito o bolso dos executivos do estúdio. Mas há de se
admitir que há também uma grande iniciativa de querer imediatamente encobrir um
fracasso qualitativo, da mesma maneira em que o afã de se celebrar um auge é
mínimo. O que se pode dizer é que a sequência atual da Marvel é bastante positiva,
e Homem-Formiga e a Vespa acaba sendo uma grata surpresa para uma obra que possui uma popularidade tão vulnerável a passar incólume.
É lógico que dentre todos os
super-heróis do universo Marvel, o Homem-Formiga traz consigo um baixo destaque
e inclusive uma irrelevância, tanto que foi até questionada a sua presença em
Capitão América: Guerra Civil. Só que ainda há uma insistência na promoção do personagem,
e pelo que o fora visto neste filme aqui avaliado, tal ato foi bastante
positivo. Dirigido por Peyton Reed (responsável pelo primeiro filme da franquia),
Homem-Formiga e a Vespa, roteirizado pelo protagonista Paul Rudd, em parceria
com Chris McKenna, Erik Sommers, Andrew Barrer e Gabriel Ferrari, mostra fidelidade
com a proposta apresentada com a sinopse, e monta um herói imune a uma bipolaridade,
mas encarando a naturalidade existente num homem que não consegue usufruir dos
prazeres alheios, sofre com a sua separação da filha, e ao mesmo tempo sabe da
responsabilidade ao encarar uma situação em que muitas vidas estão em jogo.
Criado numa concepção extremamente racional, o Homem-Formiga se apresenta como
um ser capaz de derrubar crenças e mitos, mesmo em momentos cômicos, e entrega
para o espectador um mundo comum, onde diríamos que somente os personagens da
Marvel são suficientes para levar paz e tranquilidade a todos.
Diante de um cinismo misturado
com o gigantesco carisma de Paul Rudd, detalhes do filme conseguem comprovar
que suas características físicas incoerentes com o gênero da obra e o personagem,
não são suficientes para tirar de Homem-Formiga e a Vespa o aspecto destemido
do protagonista em meio a excelentes sequências de ação, num aprimoramento dos
efeitos visuais e sonoros da obra, comparado ao primeiro da série. Sob dramas
e ironias, a película ainda surpreende com um vilanismo humanitário, onde o
maquiavelismo não está tão presente nos antagonistas, que, por sinal, podem até
ganhar certa simpatia do público, em uma jogada que em nada prejudicou o
enredo.
Suas quase 2 horas de duração
são capazes de fazer com que qualquer ser que assista a Homem-Formiga e a Vespa,
esteja sempre a torcer por cada iniciativa, inclusive o encontro da personagem de
Michelle Pfeifer, numa obra que exalou esperteza e inteligência em sua
concepção, onde, mais do que nunca, as formigas passam a marcar o seu território
com total capacidade de brindar o espectador com duelos épicos que resultaram
em um desfecho incomum, talvez não tão popular, porém justo.
Em um ano em que a Marvel vive
uma glória por ter entregue 3 excelentes filmes (Pantera Negra, Os Vingadores –
Guerra Infinita e Deadpool 2), é fato que Homem-Formiga e a Vespa, por inúmeros
motivos, não se colocou tanta responsabilidade em fazer de si própria uma
excelente obra, e talvez tenha sido isso o principal ingrediente para que buscasse
ser uma trama valorizável, e que no final das contas recebeu um gigantesco
feedback proporcional as qualidades propostas para um filme em que muitos se
recusaram a botar tanta fé.
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