Ads 468x60px

.

domingo, 1 de julho de 2018

JURASSIC WORLD – REINO AMEAÇADO


JURASSIC WORLD – REINO AMEAÇADO
DIREÇÃO: Juan Antonio Bayona
ELENCO: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Jeff Goldblum, James Cromwell e Geraldine Chaplin


Um vulcão entra em erupção, ameaçando a ilha Nublar da devastação, o que faz com que Owen e Claire (Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, respectivamente) se desloquem ao local, com o intuito de salvar os dinossauros, porém, nessa saga, a situação fica mais perigosa quando é descoberto um ganancioso plano humano de fazer desses animais jurássicos uma fonte ilícita de renda.


Lançado em 2015, após 3 filmes tidos como revolucionários na área dos efeitos visuais, Jurassic World foi uma obra que só tinha a preocupação de alimentar o teor de medo na película, diminuindo os avanços de conteúdo presentes em obras do gênero, como pôde ser visto nos últimos dez anos. Talvez tenha sido esse o motivo de fazer o agora tão autocrítico Steven Spielberg se limitar a assinar apenas a produção executiva do filme. Mas no fundo não posso me dizer surpreso em vê-lo ganhando uma sequência, principalmente devido o retorno financeiro que a obra tem, mas as fortes mudanças propostas não foram suficientes para fazer com que a trama escapasse de problemas e acima de tudo colocam o seu futuro em cheque.

Dirigido pelo talentoso cineasta espanhol Juan Antonio Bayona (responsável por O Orfanato e o excelente O Impossível), faz-se justo elucidar que Jurassic World – Reino Ameaçado tenta impactar com uma imagem inicial dotada de uma trilha sonora (composta pelo grande Michael Giacchino) , uma fotografia e uma direção de arte recheadas de tons sombrios, visto que se tenta pregar, a princípio, que o inimigo é irracional e faminto, diante de uma trama roteirizada por Derek Connolly e Colin Trevorrow, que tenta, dividida em diversos viés, levantar a bandeira de uma causa ambiental, mas o que passa a ser o ponto central do filme é uma espécie de nova versão da Arca de Noé, onde o dilúvio pouco dispõe de algo chamado água.

Construído numa questionável estrutura onde é possível discutir relação em meio ao caos, Jurassic World – Reino Ameaçado intensifica a selvageria dos dinossauros, mostrando que esforços de outrora em prol da domação já não valem mais, e a inclusão da questão militar na ilha Nublar transformam a trama em uma salada de dramas, difundida em atos tanto racionais, quanto impensáveis, diante de uma erupção de um vulcão, onde a certeza que dá para se escapar dela já não existe mais.

Colocando na balança todos os cinco filmes da franquia, há de admitir que Jurassic World – Reino Ameaçado é o que mais investe em um antagonismo por parte dos humanos, e deixa o caráter de aventura em segundo plano. A ambição de quem dizia querer salvar os dinossauros acaba por gerar uma miscelânea de traições, que muda gradativamente os tipos de lutas, e que podem levar curiosamente a momentos de emoção, como a exposição do real sentimento existente na relação entre os personagens do Chris Pratt e da Bryce Dallas Howard. E falando em emoção, vale o crédito a uma forte cena da culminância da erupção do vulcão, que mostra nos olhares dos dinossauros a súplica de quem não conseguiu escapar.

Mas ao mesmo tempo, Jurassic World – Reino Ameaçado se debruça sobre as fragilidades do roteiro, como um instinto familiar mal resolvido e mal concluído, além de um afastamento de personagens ao longo do filme, que não sentimos falta e o retorno surpreende por nos fazer lembrar que tal personagem existiu, numa obra que tenta sem tanto sucesso fazer de sua batalha final, algo épico.

Se há justiça para ser feita é que Jurassic World – Reino Ameaçado não chega a ser pior que a obra de 3 anos atrás, mas também não chega a ser um filme, em sua essência, empolgante. O resultado final é a reafirmação da necessidade de uma discussão sobre por um ponto final na franquia, que impediria que a má sucessão das tramas se transforme em uma incontrolável bola de neve. Se para tudo na vida tem um basta, no cinema não pode ser diferente.


0 comentários: