JURASSIC
WORLD – REINO AMEAÇADO
DIREÇÃO:
Juan Antonio Bayona
ELENCO:
Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Jeff Goldblum, James Cromwell e Geraldine
Chaplin
Um vulcão entra em erupção,
ameaçando a ilha Nublar da devastação, o que faz com que Owen e Claire (Chris
Pratt e Bryce Dallas Howard, respectivamente) se desloquem ao local, com o
intuito de salvar os dinossauros, porém, nessa saga, a situação fica mais
perigosa quando é descoberto um ganancioso plano humano de fazer desses animais
jurássicos uma fonte ilícita de renda.
Lançado em 2015, após 3 filmes
tidos como revolucionários na área dos efeitos visuais, Jurassic World foi uma
obra que só tinha a preocupação de alimentar o teor de medo na película,
diminuindo os avanços de conteúdo presentes em obras do gênero, como pôde ser
visto nos últimos dez anos. Talvez tenha sido esse o motivo de fazer o
agora tão autocrítico Steven Spielberg se limitar a assinar apenas a produção
executiva do filme. Mas no fundo não posso me dizer surpreso em vê-lo ganhando
uma sequência, principalmente devido o retorno financeiro que a obra tem, mas
as fortes mudanças propostas não foram suficientes para fazer com que a trama
escapasse de problemas e acima de tudo colocam o seu futuro em cheque.
Dirigido pelo talentoso cineasta
espanhol Juan Antonio Bayona (responsável por O Orfanato e o excelente O
Impossível), faz-se justo elucidar que Jurassic World – Reino Ameaçado tenta
impactar com uma imagem inicial dotada de uma trilha sonora (composta pelo
grande Michael Giacchino) , uma fotografia e uma direção de arte recheadas de
tons sombrios, visto que se tenta pregar, a princípio, que o inimigo é
irracional e faminto, diante de uma trama roteirizada por Derek Connolly e Colin
Trevorrow, que tenta, dividida em diversos viés, levantar a bandeira de uma
causa ambiental, mas o que passa a ser o ponto central do filme é uma espécie de nova
versão da Arca de Noé, onde o dilúvio pouco dispõe de algo chamado água.
Construído numa questionável
estrutura onde é possível discutir relação em meio ao caos, Jurassic World –
Reino Ameaçado intensifica a selvageria dos dinossauros, mostrando que esforços
de outrora em prol da domação já não valem mais, e a inclusão da questão
militar na ilha Nublar transformam a trama em uma salada de dramas, difundida
em atos tanto racionais, quanto impensáveis, diante de uma erupção de um vulcão, onde a certeza
que dá para se escapar dela já não existe mais.
Colocando na balança todos os
cinco filmes da franquia, há de admitir que Jurassic World – Reino Ameaçado é o
que mais investe em um antagonismo por parte dos humanos, e deixa o caráter de
aventura em segundo plano. A ambição de quem dizia querer salvar os dinossauros
acaba por gerar uma miscelânea de traições, que muda gradativamente os tipos de lutas, e
que podem levar curiosamente a momentos de emoção, como a exposição do real
sentimento existente na relação entre os personagens do Chris Pratt e da Bryce
Dallas Howard. E falando em emoção, vale o crédito a uma forte cena da
culminância da erupção do vulcão, que mostra nos olhares dos dinossauros a súplica
de quem não conseguiu escapar.
Mas ao mesmo tempo, Jurassic
World – Reino Ameaçado se debruça sobre as fragilidades do roteiro, como um
instinto familiar mal resolvido e mal concluído, além de um afastamento de personagens
ao longo do filme, que não sentimos falta e o retorno surpreende por nos fazer
lembrar que tal personagem existiu, numa obra que tenta sem tanto sucesso fazer
de sua batalha final, algo épico.
Se há justiça para ser feita é
que Jurassic World – Reino Ameaçado não chega a ser pior que a obra de 3
anos atrás, mas também não chega a ser um filme, em sua essência, empolgante. O resultado
final é a reafirmação da necessidade de uma discussão sobre por um ponto final na
franquia, que impediria que a má sucessão das tramas se transforme em uma
incontrolável bola de neve. Se para tudo na vida tem um basta, no cinema não
pode ser diferente.
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