HALLOWEEN
DIREÇÃO:
David Gordon Green
ELENCO:
Jammie Lee Curtis, Judy Greer e Nick Castle
Uma dupla de documentaristas
ingleses visitam um presídio nos Estados Unidos com o intuito de fazer um filme
sobra a lenda Michael Meyers, exatamente 40 anos após ele iniciar uma onda de
crimes pelo território americano. Surpreendendo a todos, o psicopata escapa da
cadeia e sem se desligar do passado, arma um novo plano de vingança contra a
sua algoz Laurie, que, por sinal, também está preparada para o retorno do
assassino.
Assistir a versão 2018 de
Halloween me remeteu a cerimônia do Oscar 2010, quando Taylor Lautner e Kristen
Stewart apresentaram um clip que era uma verdadeira homenagem ao gênero de
terror, onde não apenas eram citadas passagens de filmes, mas como também eram
focalizados esses personagens históricos, com destaque ao Ghostface, Freddie Kruger,
Jason e, claro, Michael Meyers, criado por John Carpenter e Debra Hill (in
memoriam), que matou sua irmã adolescente, em 1978, em pleno Dia das Bruxas e
não de desprendeu desse seu fascínio pelo homicídio. Seja pela arte, seja pelo
capitalismo, novos e novos filmes sobre esses seres que atormentam nossas
noites de sono serão escritos, mas jamais um cinéfilo deve se sentir censurado
em avaliar verdadeiramente uma obra, seja quem for que esteja incutido nela.
De volta às telonas, Halloween
recria seus personagens centrais tão reclusos aos moldes do tempo em que o
filme passou longe do cinema, mas ainda é ciente do que é fazer de seu
antagonista a verdadeira personificação do mal. Dirigido por David Gordon Green,
a obra constrói um prólogo em que a própria máscara do assassino é capaz de gerar
temor e danos, em um local onde não há nada o que aprender com o horror. Ali,
qualquer ser que entra na história, está vulnerável ao pior.
Escrito pelo diretor, em
parceria com Danny McBride e Jeff Fradley, Halloween mostra-se disposto a criar uma trama familiar sombria, onde a dita desestruturação é derivada dos
problemas causados pela obsessão por Michael Meyers. E nada melhor para incrementar
o filme, do que a festa de Dia das Bruxas parando uma cidade, como de praxe nos
Estados Unidos, transformando-se num momento oportuno para misturar o real com
o fantasioso. Acontece que engana-se quem acha que Halloween é de fato um
filme bom.
É no mínimo incômodo para quem busca prestigiar um filme ao menos coeso, ver um verdadeiro show de mortes
aleatórias, rápidas, sem contexto, inclusive de personagens desconhecidos,
apenas para abastecer, nem que seja por alguns minutos, as tentativas de
Halloween de se levar muito a sério, enquanto suspense/terror, quando na
verdade o saldo da obra mostra uma economia no quesito “susto”, onde o excesso
de escuridão nas ruas e nas casas daquela cidade era no mínimo esquisito. Logo, havia sim uma apelação. Me
lembrei de uma recente entrevista de Macaulay Culkin questionando o roteiro de
Esqueceram de Mim com a seguinte pergunta: “Custava o Kevin apenas chamar a
polícia?”. Assim, por que não ficar com as luzes mais acesas e buscar maiores e melhores meios de segurança?
Assim, em meio ao inevitável
lado trash dos filmes, Halloween tenta mostrar-se inteligente com reviravoltas,
que aparentavam serem interessantes, mas resultaram numa ineficácia recheada de
fatos sem explicação. Aí, ele parte para uma conclusão onde há um investimento
no dito “acerto de contas”, onde vale tudo na obsessão pelo fim de um mal
maior.
Esquecível, este novo
Halloween marca os 40 anos da história, sendo tão irregular como qualquer outro
filme da franquia, que, de fato, não merece tanta rejeição. Não à toa, Jammie Lee
Curtis coloca-se a disposição para fazer quantos mais filmes forem necessários. Mas mesmo que
seja bonita a fidelidade de muitos para/com a obra, seu desfecho ao estilo “morreu
ou não morreu?” torna-se tão manjado quanto os epílogos de outrora, fazendo
qualquer um pensar duas vezes se vale a pena lhe conceder uma segunda chance.
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