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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

HALLOWEEN


HALLOWEEN
DIREÇÃO: David Gordon Green
ELENCO: Jammie Lee Curtis, Judy Greer e Nick Castle


Uma dupla de documentaristas ingleses visitam um presídio nos Estados Unidos com o intuito de fazer um filme sobra a lenda Michael Meyers, exatamente 40 anos após ele iniciar uma onda de crimes pelo território americano. Surpreendendo a todos, o psicopata escapa da cadeia e sem se desligar do passado, arma um novo plano de vingança contra a sua algoz Laurie, que, por sinal, também está preparada para o retorno do assassino.


Assistir a versão 2018 de Halloween me remeteu a cerimônia do Oscar 2010, quando Taylor Lautner e Kristen Stewart apresentaram um clip que era uma verdadeira homenagem ao gênero de terror, onde não apenas eram citadas passagens de filmes, mas como também eram focalizados esses personagens históricos, com destaque ao Ghostface, Freddie Kruger, Jason e, claro, Michael Meyers, criado por John Carpenter e Debra Hill (in memoriam), que matou sua irmã adolescente, em 1978, em pleno Dia das Bruxas e não de desprendeu desse seu fascínio pelo homicídio. Seja pela arte, seja pelo capitalismo, novos e novos filmes sobre esses seres que atormentam nossas noites de sono serão escritos, mas jamais um cinéfilo deve se sentir censurado em avaliar verdadeiramente uma obra, seja quem for que esteja incutido nela.

De volta às telonas, Halloween recria seus personagens centrais tão reclusos aos moldes do tempo em que o filme passou longe do cinema, mas ainda é ciente do que é fazer de seu antagonista a verdadeira personificação do mal. Dirigido por David Gordon Green, a obra constrói um prólogo em que a própria máscara do assassino é capaz de gerar temor e danos, em um local onde não há nada o que aprender com o horror. Ali, qualquer ser que entra na história, está vulnerável ao pior.

Escrito pelo diretor, em parceria com Danny McBride e Jeff Fradley, Halloween mostra-se disposto a criar uma trama familiar sombria, onde a dita desestruturação é derivada dos problemas causados pela obsessão por Michael Meyers. E nada melhor para incrementar o filme, do que a festa de Dia das Bruxas parando uma cidade, como de praxe nos Estados Unidos, transformando-se num momento oportuno para misturar o real com o fantasioso. Acontece que engana-se quem acha que Halloween é de fato um filme bom.

É no mínimo incômodo para quem busca prestigiar um filme ao menos coeso, ver um verdadeiro show de mortes aleatórias, rápidas, sem contexto, inclusive de personagens desconhecidos, apenas para abastecer, nem que seja por alguns minutos, as tentativas de Halloween de se levar muito a sério, enquanto suspense/terror, quando na verdade o saldo da obra mostra uma economia no quesito “susto”, onde o excesso de escuridão nas ruas e nas casas daquela cidade era no mínimo esquisito. Logo, havia sim uma apelação. Me lembrei de uma recente entrevista de Macaulay Culkin questionando o roteiro de Esqueceram de Mim com a seguinte pergunta: “Custava o Kevin apenas chamar a polícia?”. Assim, por que não ficar com as luzes mais acesas e buscar maiores e melhores meios de segurança?

Assim, em meio ao inevitável lado trash dos filmes, Halloween tenta mostrar-se inteligente com reviravoltas, que aparentavam serem interessantes, mas resultaram numa ineficácia recheada de fatos sem explicação. Aí, ele parte para uma conclusão onde há um investimento no dito “acerto de contas”, onde vale tudo na obsessão pelo fim de um mal maior.

Esquecível, este novo Halloween marca os 40 anos da história, sendo tão irregular como qualquer outro filme da franquia, que, de fato, não merece tanta rejeição. Não à toa, Jammie Lee Curtis coloca-se a disposição para fazer quantos mais filmes forem necessários. Mas mesmo que seja bonita a fidelidade de muitos para/com a obra, seu desfecho ao estilo “morreu ou não morreu?” torna-se tão manjado quanto os epílogos de outrora, fazendo qualquer um pensar duas vezes se vale a pena lhe conceder uma segunda chance.


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