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sábado, 22 de dezembro de 2018

AQUAMAN


AQUAMAN
DIREÇÃO: James Wan
ELENCO: Jason Momoa, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe e Patrick Wilson


Arthur Curry é filho de um humano com a rainha de Atlântida. Depois de adulto, mesmo que muitas coisas de sua vida não tenham sido de fato ocultadas pelo seu pai, ele participa de uma jornada, onde buscará fazer jus ao seu poderio no reino das águas e buscar sua real dignidade enquanto rei.


Na mitologia grega, Poseidon era o Deus dos oceanos e mares, digno de devoção por parte de viajantes e pescadores, que viam nele o ser supremo para proteger-lhes de qualquer perigo na água. Julio Verne foi um famoso escritor francês, caracterizado por saber unir como poucos cultura, geografia e biologia em suas obras. Atlântida foi um rico reino apresentado para o mundo por Platão, que teria afundado nas profundezas do oceano. Não há como assistir Aquaman e não se lembrar de tudo isso, que inclusive são citados direta ou indiretamente pelo filme, dirigido por James Wan (responsável por Invocação do Mal, A Freira, dentre outros da linha), para engrandecer num filme solo o personagem, que ao lado da Mulher Maravilha, foi o único que se salvou da tragédia chamada Liga da Justiça.

O roteiro de Aquaman, escrito pelo diretor, em parceria com Geoff Johns, David Leslie Johnson-McGoldrick e Will Beal, afirma sabiamente que o mar une pessoas, mas o prólogo do filme, bem mais bonito que o decorrer da obra, tem mais apresentação do que união. Isso porque Nicole Kidman, de longe a maior estrela da trama e figura de maior impacto, consegue em pouco tempo transbordar toda a sua veia dramática, com toques de ação, numa participação que poderia ter sido mais constante, engrandecendo mais este grande ano de sua carreira.

Mas se a estrela da fita é o Aquaman, nada mais justo que concebê-lo no auge da tradição dos super-heróis, como uma figura capaz de ser infinitamente mais eficaz que os órgãos de segurança pública de uma cidade, onde sua presença ganha maior clamor popular e derrotar um humano qualquer, por mais armado que ele esteja, é das mais simples tarefas, capaz de encorajar quem, confiando na figura, dorme com as portas de sua casa abertas. 

A diferença desse protagonista é que há espaço para ele ser uma celebridade, digna de selfies sem um pingo de noção em um bar com seus "fãs", numa cena que quis até ser surpreendente, mas teve exatamente o desfecho que eu e milhares imaginávamos, num ato que busca dar ares humorísticos ao personagem principal, numa atitude que mais parece ser uma tentativa da DC Comics de fazer de cada herói um adversário real de outro herói, só que da Marvel. Mas neste caso, convenhamos, o Homem de Ferro dá de 7x1 no Aquaman.

Mesmo dotado de um bom trabalho de direção de arte, a parte subaquática do filme não consegue fazer com que esqueçamos de Avatar, visto que o azulado extremo (mesmo típico para o local) e a transformação dos animais não deixam de remeter ao recente e histórico filme de James Cameron, o que é até uma ironia, se formos parar para pensar que este diretor adora um clichê. E sem muito o que inovar, o roteiro começa a se desenvolver em bobagens, perdendo inclusive a capacidade de impactar com um tsunami, direcionando-se a tudo que há de chato nas discussões que trazem revelações do passado.

Centrado numa briga entre irmãos que visam o poder, num ambiente que mistura o rústico, histórico e o moderno, Aquaman investe em sequências de ação, no tocante que esse é o seu objetivo, mas num molde “um dia a gente ganha, no outro a gente perde”, multiplicando o antagonismo, com direito a piratas vingativos do mais alto nível, para poder a partir daí criar um romance, onde admite-se que há uma boa química entre Jason Momoa e Amber Heard, mas as briguinhas descartáveis não fez do casal, algo que o espectador torça fervorosamente.

Tecnológico o bastante para ter um desfecho comum, Aquaman em meio a estátuas de figuras históricas da Roma e Grécia antiga, se insere num trocadilho de ser filosófico ao ponto de fazer com que um ser tente descobrir qual é o rei que existe dentro dele, numa tentativa fracassada de transformar em original aquilo que já fora visto diversas vezes. Chamá-lo de filme ruim seria exagerado de minha parte, mas nota-se que deve haver cautela nos pontos que devem ser dados a esse super-herói. Para 2019, só espero que Patty Jenkins e Gal Gadot não me decepcionem.



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