TOY STORY 4
DIREÇÃO: Josh Cooley
ELENCO: Tom Hanks, Tim Allen e Joan Cusack
Dentre todos os brinquedos, o Woody foi sempre o que mais se preocupou com a criança que cuida dele, seja o Andy ou a adorável Bonnie. Acontece que a garotinha decidiu confeccionar um novo integrante para a sua coleção, mas ela nem imagina sobre o mundo de aventuras e de confusões que os seus melhores companheiros estão se metendo.
Não me sinto impedido em novamente dizer que há uma grandiosa facilidade em animações me fazerem chorar. Foi assim com O Cão e a Raposa, há mais de 20 anos; com Túmulo dos Vagalumes, que vi há pouco tempo, e que se eu soubesse a fundo como era, jamais o teria visto; e com Toy Story 3, em 2010, quando levei meu pequeno primo para ver, e fiquei aos prantos, juntos aos demais adultos, enquanto as crianças só se divertiram. Justamente este último, perfeito em todos os sentidos, ganhou 2 Oscars, além de ter sido indicado a Melhor Filme (raro para o gênero). Sendo assim, era o auge perfeito para por fim a franquia, só que muito me surpreendeu e me preocupou o anúncio de um 4º longa, onde qualquer irregularidade poderia fazer brotar um grandiosa mancha na linha inteira. Felizmente, Toy Story 4 é tão nota 10 quanto os seus antecessores, mas ratifico a sua desnecessariedade.
Primeiro longa do jovem diretor Josh Cooley, que foi indicado ao Oscar 2016 de Melhor Roteiro por Divertida Mente, é incrível como ele mantém uma grande característica da quadrilogia, que é passar mensagens entre seus atos. Iniciar com a agradável melodia de "You've got a Friend in Me" e enfatizar que brinquedos toda hora desaparecem e vão embora, mais parece que aquilo é uma bela facada no coração de muitos. Talvez não haja no sentimental de diversas pessoas a dita saudade de alguns objetos, mas é praticamente inevitável lembramos deles sem um célebre carinho especial.
Fazendo um belo retrospecto, Toy Story 4 se estrutura a partir de um pressuposto em que um drama infantil, que é totalmente pertinente à idade, mas é uma bobagem no olhar de um adulto, vira o carro-chefe para realidades doídas, em que todos buscam no mais simples dos artifícios, uma calorosa distração diante da difícil adaptação ao jardim de infância. Nesse tocante, acredito que não há exagero, nem maldade de minha parte, em afirmar que o Garfinho é um personagem chato, mas de fato é dotado de uma relevância, por ser um "monstro" criado pelo Woody; e aliado a ele, outros brinquedos entram na trama, através de uma corajosa atitude do grandioso time de roteiristas, que, seguros, para o bem ou para mal, souberam criar bons contextos para tudo e para todos.
Mesmo com atos que nos remetem a fatores já vistos no cinema em outrora, Toy Story 4 soube, sem problemas, ser original e trabalhar bem alguns clichês. Capaz até de impressionar com tons de suspenses, através de sinistros rostos maquiavélicos, o filme chegou até a me lembrar Jogos Mortais, onde certos encontros e desencontros nos levam até a questionar os novos rumos do filme, mas ele em momento nenhum nos parece perdido e comprova isso na prática, de maneira autêntica.
Novamente investindo em muitos pontos fracos do público, Toy Story 4 nos faz refletir: Quem nunca se perguntou, por diversas vezes, qual rumo tomou um querido amigo de infância nunca mais visto? Assim, a emoção é o combustível dos desafios onde a coragem e os riscos andam lado a lado, para enfrentar um antagonismo ganancioso e cínico.
Nos revelando novas facetas, o filme entrega um Woody despido da liderança centralizadora, e mais solidário, e, mesmo diante de um jogo vencido, era capaz de cometer sacrifícios, fazendo espalhar-se uma saudável maturidade do mais novo ao mais velho personagem, e, felizmente, a imagem de que os brutos também amam, mesmo diante da tensão, que prova, principalmente para as crianças e serve de lição para os adultos, que ninguém é irrecuperável, e no final, a bondade prevaleceu para todos.
Sem querer parecer exagerado, Toy Story pode ser considerada uma franquia tão espetacular quanto O Poderoso Chefão e O Senhor dos Anéis, mas mantenho minha opinião de que não havia necessidade desta quarta obra, e tal sentimento se fortificou no ato final, pois não há nada que eu mais odeie nesta vida do que despedida. Nem preciso falar que eu chorei! Ao infinito e além...




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