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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

MALÉVOLA - DONA DO MAL



MALÉVOLA - DONA DO MAL
DIREÇÃO: Joachim Ronning
ELENCO: Angelina Jolie, Elle Fanning, Michelle Pfeiffer, Lesley Manville e Imelda Staunton


Não bastasse ter amaldiçoado a princesa Aurora, a temida Malévola continua a investir em uma relação complexa e turbulenta com a princesa, mas mostra-se disposta a enfrentar novas figuras malignas, formando alianças antes inimagináveis.


Mesmo indicado ao Oscar 2013 de Melhor Filme Estrangeiro com Expedição Kon-Tiki, o cineasta norueguês Joachim Ronning ainda não encontrou o seu lugar ao sol em Hollywood, e não se sabe se é por ele estar indo com muita sede ao pote ou uma irresponsabilidade de estarem confiando a ele projetos de renome, em sequências de linhas bem sucedidas. Enquanto a direção de Malévola - Dona do Mal poderia ter ido, conforme especulações, para nomes como o de Guillermo Del Toro, Tim Burton e David O. Russell (este último um pouco sem noção), eis que a obra não se encontra nada despida do teor da fábula, mas torna-se um tanto quanto bizarra, pois sabe-se que de maldosa, a fada madrinha não tem nada e, travestida de antagonista, está longe de parecer uma ameaça, a ponto de fazer todos correrem desesperadamente dela. 

Sem querer parecer radical, mas o roteiro de Malévola - Dona do Mal, escrito por Linda Woolverton, Noah Harpster e Micah Fitzerman-Blue, em certos momentos explora uma discussão de relação, transformando a obra em um "Casos de Família", beirando aquilo que pode haver de manjado em filmes do gênero, como um amor entre um príncipe e uma princesa, desprovido de qualquer diferencial que o imunize de uma certa rejeição. Apostando em um inimigo reservado, a película se escancara em atos como uma investidora de forçação de barra, onde tenta justificar a maleficência de muitos, mas claramente toda a ira ali foi por puro ciúme, com um texto que não se limita em fazer muito barulho por pouca coisa.

Com um tremendo mal uso de clichês, situando a trama na não chocante ganância pelo poder, com direito a uma guerra pelo trono, Malévola - Dona do Mal, de forma simples e rápida, inverte valores e cria um novo bem contra um novo mal, mas não tem força o suficiente para fazer com que a personagem principal centralize a trama, e, assim, o filme torna-se desinteressante, atingindo a neutralidade em sua tentativa de humanizar vilões.

Com seus falhos tons épicos, apesar de um lindos trabalhos de figurino, fotografia e design de produção, Malévola - Dona do Mal mostra-se ausente de emoção e incapaz de evitar uma tragédia maior, onde nem o ressurgimento de uma fênix, a canção "You Can't Stop the Girl" (composta e interpretada por Bebe Rexha), o carisma de Elle Fanning e o femme fatale de Michelle Pfeiffer recupera a obra do fracasso e evita a discussão sobre a sua desnecessariedade. O alerta maior fica para a fraquíssima atuação de Angelina Jolie, lembrando seu negativo tempo pós-Oscar de Atriz Coadjuvante, em 2000, por Garota Interrompida. Lembram das tragédias que foram ela em Tomb Raider, Minha Vida em Sete Dias, Amor sem Fronteiras e Alexandre, antes dela voltar a funcionar em A Troca e posteriormente manter uma linha bem sucedida, embora sem louvores? Agora os questionamentos e o temor retornam e são inevitáveis. Lamentável!


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