Ads 468x60px

.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

ESTADOS UNIDOS vs BILLIE HOLIDAY

 


ESTADOS UNIDOS vs BILLIE HOLIDAY
DIREÇÃO: Lee Daniels
ELENCO: Andra Day, Trevante Rhodes e Garrett Hedlund


Billie Holiday é uma famosa cantora americana que vive o auge de sua carreira, porém o Agente Federal Jimmy Flecther instaura uma operação secreta pelo Departamento Nacional de Narcóstico, fazendo ficar tumultuada a sua vida, principalmente por questões do passado, sendo elas direta e/ou indiretamente ligadas ao caso.


Em determinado momento do início do século XX, o senado americano analisou uma lei que punia o espancamento de negros nos Estados Unidos. A ideia foi rejeitada. Situações como essa chocam, ferem, entristecem... Tal informação, sendo apresentada logo no início de Estados Unidos vs Billie Holiday, nos dá a ideia de uma trama de luta e de um final feliz com justiça social em prol da comunidade negra. Diante disso, vale muito conhecer a protagonista: Eleanora Fagan Gough (seu nome verdadeiro) nasceu numa Filadélfia, que em outrora chegou a ser capital da mais poderosa nação do mundo. Sua importância para o jazz se equipara a de nomes, como o de Sarah Vaughan, Dinah Washington e Ella Fitzgerald.

Com uma voz tida como sensual e ao mesmo tempo emotiva, ela brindou seu público como uma flexibilidade rouca, que a colocou em meio a nata da música americana, o que lhe conferiu grandes parcerias, como o grande Lester Young, com quem gravou dezenas de canções, em menos de cinco anos. Para uma época de profunda segregação racial nos Estados Unidos, ela se tornou, em plena década de 1930, uma das primeiras negras a cantar em um conjunto musical de brancos, que a levou a uma consagração imediata e que hoje pode ser considerada histórica e apoteótica.

Porém, como pode ser visto na própria sinopse de Estados Unidos vs Billie Holiday, nem tudo foi flores na vida da cantora. Ela teve, desde a infância, problemas com depressão, o que a fez adentrar a um alcoolismo e virar usuária de drogas, como maconha e cocaína. No que se refere a relações amorosas, sua vida pessoal não foi instável, devido a traições e agressões físicas, que inclusive a levaram a tentar suicídio. Frustrou-se e sentiu culpada por nunca ter conseguido engravidar. Foi presa em 1947, por tráfico de drogas, devido a um porte de heroína acima do permitido. O pagamento de fiança fez com que a sua reclusão fosse curta.

Mas afinal, este texto é uma crítica cinematográfica ou uma biografia? Na verdade, a intenção deste blogueiro que vos escreve é justamente dar uma noção do que foi a vida da cantora, porque, sendo curto, grosso e numa linguagem popular, Estados Unidos vs Billie Holiday é simplesmente um filme ruim demais. Dirigido por Lee Daniels, do superestimado Preciosa - Uma História de Esperança, e roteirizado pela pouco conhecida Suzan-Lori Parkis, o longa não tem ritmo, clímax, é cru e faz um embaralhamento de trama, com inclusão de personagens, incapaz de fazer algo de benéfico à película.

Qual personalidade quiseram dar à protagonista? Qual a real identidade dela? Que generalizada falta de amor à vida entre todos era aquela? Enfim, um longa mal montado e pessimamente explicativo. Mas para não se dizer que algo foi tão ruim, é justo enaltecer o nome de Andra Day, que para uma carreira curta como atriz, entregou um trabalho digno, que lhe rendeu uma indicação do Oscar. Mas, ao mesmo tempo, não se deve esquecer que ela está claramente numa zona de conforto. Logo, até quando nos animamos em elogiar algo, ganhamos um belo banho de água fria. 

Existem filmes ruins, que de tão ruins se tornam bons e até mesmo clássicos. Mas Estados Unidos vs Billie Holiday é garantido que será esquecido, e até o impacto da primeira mensagem, não foi sucedido à altura. Mesmo um trunfo na categoria de Melhor Atriz da maior premiação do cinema não impede que sua má qualidade ainda fique evidência, até mesmo porque ninguém lembra por qual filme Julianne Moore venceu esse prêmio.


0 comentários: