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terça-feira, 13 de abril de 2021

GODZILLA vs KONG

 


GODZILLA vs KONG
DIREÇÃO: Adam Wingard
ELENCO: Kyle Chandler, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall e Alexander Skarsgard


Dois dos mais temidos seres da natureza, o King Kong e o Godzilla se encontram para uma tenebrosa batalha. Ao mesmo tempo, uma organização tenta desvendar o que há por trás do poder dessas criaturas, que são uma ameaça para a sociedade. Por isso, para muitos, o prudente é eliminar tudo o que representar um risco ao mundo.


O Godzilla é um monstro que marcou história e até hoje é uma das figuras carimbadas da cultura japonesa. Já são 67 anos de criação, que foram capazes de fazê-lo virar peça de intercâmbio cultural, ao ser retratado em obras cinematográficas de todo o mundo, inclusive Hollywood. Já o gorila King Kong é mais velhinho. Tem 88 anos e estrelou filmes em que sua parte técnica representaram avanços tecnológicos para a arte em cada uma de suas épocas, rendendo indicações e até vitórias no Oscar. Aliado a isso, ainda têm as marcantes imagens que tanto valorizaram os já inoxidáveis cartões postais de Nova York. Eis que os dois entram em conflito, e, pelo filme apresentado, não havia necessidade de luta corporal para que já tivéssemos um grande perdedor.

Godzilla vs Kong é um filme dirigido pelo jovem cineasta americano Adam Wingard, que, com uma carreira pouco celebrada na Meca do cinema, pelo menos já mostrou que impactar com o horror é a sua principal marca. Há de se admitir que de destemido ele não tem nada, devido a esse corajoso embarque em uma obra cara e que traz em seu elenco, nomes respeitados na indústria, como Kyle Chandler, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall e Alexander Skarsgard. Para a felicidade do diretor e de todos os envolvidos, o longa, beneficiado por países onde a vacinação contra a COVID-19 está avançada, se tornou o de maior bilheteria neste período pandêmico, superando Tenet, de Christopher Nolan. Acontece que todos nós já somos grandinhos o suficiente para sabermos que quantidade e qualidade não são sinônimos.

Não posso ser hipócrita e dizer que não estava esperando um bom duelo em um filme que teria sim a capacidade de entreter. Acontece que a primeira passagem do longa faz um voo panorâmico pela Ilha da Caveira, com um ar de "lar doce lar" do gorila gigante, que definitivamente não gosta de ser incomodado e só quer tomar o seu banho gostoso. Juro que, por um momento, esperei que começasse a tocar "What a Wonderful World", de Louis Armstrong, para combinar perfeitamente com a bizarrice desse prólogo.

Francamente, à princípio a rivalidade entre o Gozilla e o King Kong mais parece ser uma picuinha de marido e mulher, que acabaram de se separar e não podem, em hipótese alguma, ficar no mesmo ambiente. Num roteiro oco, cru e que não faz questão alguma de dar satisfações, o que se transparece é que o sentimento em ambas criaturas é de jogar culpa na sociedade a qualquer custo, descontando e destilando os seus respectivos ódios, destruindo tudo o que é visto pela frente.

Mas o que era aquele confronto, afinal? O que era aquela organização humana? Seria uma indigesta salada, que a cada ato se mostra de uma maneira diferente? Em um momento, Kong e Godzilla eram como se fossem dois bêbados brigando e sendo apartados pelos familiares e amigos. Em outro, duas marionetes controladas por mãos impuras e centralizadoras. Já em outra, réu e vítima numa sala de audiência, onde seus advogados tinham trabalho para conter a fúria de ambos. Nesse imbróglio, ameaças para todos os lados, navio afundado sendo facilmente içado e a falta de noção de um novo normal, assustadoramente projetado por esta obra. Por diversas vezes, critiquei filmes de ação de terror e de ação, que tanto investem em medo e adrenalina, esquecendo-se assim do conteúdo. Mas Godzilla vs Kong passou de todos os limites, pois não é visto absolutamente nada. Não há roteiro, não há trama, não há coesão, não há nada a ser aproveitado, tampouco uma animação que, de fato, não existem em cada luta.

Mas qual será o motivo d'eu ter dito que não havia necessidade de luta corporal para que já tivéssemos um perdedor? O Godzilla sempre foi muito famoso, mas jamais relevante para a indústria. Qual filme bom ele fez? Por outro lado, o King Kong é uma figura histórica para a arte e com todos os méritos. Qualquer cinéfilo coerente, torceria de antemão por ele, mas só que neste filme apresentado, não importa o resultado, o derrotado foi ele, que teve em sua imagem cinematográfica, uma mancha gigantesca, tal qual sua magnitude, provida de um trabalho de péssima qualidade, impossível de ser explicado. 
 

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